Festas juninas, a festa do fogo.
O fogo é um agente de destruição incompatível com a vida, de tal
forma que o fogo e a vida não podem ocupar o mesmo lugar ao mesmo tempo; onde
tem fogo não tem água, não tem atmosfera, não tem vida, não tem Natureza. O
fogo não existe por si só – depende da reação entre vários elementos químicos,
entre os quais o oxigênio e carbono; o fogo depende da ignição e combustão;
onde tem fogo, têm cinzas, fumaça, fuligem, carvão, elementos desprovidos de
vida.
A relação do homem com o fogo, desde o homem das cavernas, é
de temor, adoração, divindade. O Homo Erectus usava o fogo para iluminar e
aquecer o ambiente frio de sua morada – a caverna; fora da caverna o fogo lhe
parecia destruidor, sobrenatural; esta foi a relação do homem com o fogo
durante milhões de anos; há 1,5 milhões de anos
o homem (Homo Erectus) incluiu a carne em sua dieta, mas como seu
organismo não pode digerir a carne crua, o fogo passou a ser usado também para assar ou cozer seu alimento. Há 3.000
anos o Homo Sapiens passou a usar o fogo, também, para trabalhar os metais – bronze,
chumbo, estanho, cobre, ferro, prata, ouro, transformando-os em peças de
utilidades ou ornamentais; Durante a vida terrena de Jesus Cristo, há 2.000
anos na Palestina, oriente médio, a iluminação da casa era feita por lamparina
(lampião) que queimava gordura de animais, ou petróleo que aflorava
naturalmente naquela região. A Palestina é um deserto aonde o calor durante o
dia chega a 50ºC, mas à noite a temperatura pode baixar para zero grau
centígrado, impossível de ser suportado pelo homem, razão pela qual se criou o
hábito de acender um fogo de lenha para
manter a casa aquecida; nos aglomerados urbanos, vilas, havia um fogo em cada
casa, e do lado de fora uma fogueira em torno da qual as pessoas ficavam
conversando, trocando ideias.
Na parte fria da Europa, inclusive parte de Portugal,
mantinha-se um fogo de lenha aceso na lareira, mesmo durante o dia; nas terras
selvagens das Américas e África os selvagens usavam o fogo inclusive para
homenagear seus deuses totêmicos (a ideia foi trazida para o Brasil nas seitas
afro-brasileiras); Na América do Norte os selvagens usavam o fogo, também, para
se comunicar com sinais de fumaça. O português medieval que colonizou o Brasil
admirava o fogo já que a tecnologia da época dependia essencialmente da ação
destruidora do fogo. Juntando-se a dependência do homem português com o fogo;
mais a relação íntima, espiritual do escravo africano com o fogo; somadas à
devoção que o índio brasileiro tem com o fogo, deu como resultado, as 3
fogueiras juninas do Nordeste, que acontecem nas noites de 12/13, 23/24 e 28/29
de junho, todos os anos.
O povo português, na sua religiosidade ingênua, medieval
introduziu na literatura brasileira, para justiçar a existência das fogueiras,
a seguinte anedota: Izabel e Zacarias, pais de João Batista, moravam em uma
colina, enquanto Maria, mãe de Jesus, prima de Izabel, morava no vale; Izabel
daria à Luz a João Batista, 5 meses antes do nascimento de Jesus Cristo; Izabel
teria dito a Maria que acenderia uma fogueira em sua casa, na colina, para
avisar do nascimento de João Batista; a primeira controvérsia dessa estória é
que, segundo a Bíblia Sagrada, Maria estava na casa de Izabel quando João
Batista nasceu. Mesmo que essa estória justificasse a fogueira de João Batista,
na noite de 23/24 de junho, mas o que dizer das fogueiras das noites de 12/13 e
28/29 de junho?
As fogueiras juninas são um verdadeiro estupro à vida; é
difícil de entender que um ser racional possa acreditar que o fogo homenageia
os santos de Deus (o mesmo não se pode
dizer dos santos do candomblé, macumba, feitiçaria).
As fogueiras nordestinas queimam a cada ano 52.200.000m³ de
madeira verde (viva), desmatamento de cerca de 2.000 hectares de matas, ou 20
km², por ano. Esse FOGO tira da madeira verde 10.000.000m³ de água e gases que
são lançados na atmosfera juntamente com 4.176.000kg de fumaça, poluição
olfativa e visual, obstrução do sistema de respiração e fotossíntese, obstrução
dos poros da pele dos animais, destruição da camada de ozônio, agravamento do
efeito estufa, responsável pelas chuvas ácidas.
O termo “brasileiro” tem origem no pau-brasil da zona da mata
nordestina aonde nasceu o Brasil; pau-brasil, da cor de brasa, Fogo; nas festas
juninas tem fogueiras, balões, foguetes e foguetões que provocam acidentes
(queimaduras ) nas pessoas, incêndios nas matas e todo tipo de poluição; essa
cultura do fogo nordestino, originária da mesclagem cultural medieval
portuguesa, cultura da pedra lascada indígena, cultura da pedra polida
africana, abrange outras formas do mal
uso do fogo – as queimadas e coivaras na abertura de campos de lavoura e de
pastagem; entre os séculos XVIII e XX essa cultura do fogo eliminou 80% da
vegetação nativa da Região Nordeste;
O que acontece com um corpo animal ou vegetal, vivo, colocado
no fogo brasileiro de 300ºC: Toda água e todos os gases do corpo evaporam ( na
fumaça) para a atmosfera, que representa cerca de 70% do corpo; a massa
orgânica lipídios, glicídios, açúcares evaporam em forma de fumaça para a
atmosfera e parte vira cinzas, cerca de 26% do corpo vegetal ou animal; os 4%
de elementos químicos minerais terão a estrutura alterada, integrando-se às
cinzas.
Cada fogueira junina tem mais de um metro de lenha, ou 0,5m³
de massa vegetal, cerca de 500 kg. Depois do fogo restam, no local da fogueira,
coivara, 2kg e cinzas, fuligem e carvão que causarão, indefinidamente, danos ao
ambiente – à água nos lagos, açudes; ao solo com a grande concentração do
elementos químicos sódio e cloro que na covalência se tornarão cloreto de
sódio, e a combinação com o ácido nítrico criam-se o nitrato de sódio –
salitre; a vegetação secundária no semiárido é menor do que 0,1m³ de massa
vegetal por metro quadrado, de modo que cada fogueira (são 3 fogueiras) consome
massa vegetal de 5m²; a fumaça resultante da queima da fogueira é lançada na
atmosfera, mais de 4 mil toneladas durante os 22 dias das 3 fogueiras, no mês
de junho; parte dessa fumaça e fuligem são rebocadas para a litosfera pelo AR e
pelas chuvas, criando ácidos, contaminando o solo, a água e bloqueando a os
poros da epiderme de vegetais e animais, um DESASTRE sem precedente. As
fogueiras juninas são primitivismos
próprios do homem das cavernas, ideia demoníaca.