sábado, 29 de março de 2025

25010 Arre égua; salve!

 

Motocardeiro; o vaqueiro do nordeste usava o cavalo e o mulo como montaria nas viagens entre a área rural e a cidade, e/ou para arrebanhar o gado; para conduzir a ração (capim) do gado entre a vazante do açude e o curral do gado confinado usava o jumento; as opções por um ou outro animal (citados) depende da missão, mas também do consumo de alimentos de cada bicho; o cavalo é mais rápido (e elegante) para as viagens, mas come mais que o mulo e o jumento; a égua, fêmea do cavalo, dificilmente é empregada como montaria do homem (macho); denota feminidade, mas preferidas como montaria pelas mulheres; mas as éguas tem outras inconveniências: come duas vezes mais que o cavalo, e quando não está grávida, o que exige cuidados, tem um(a) filho(a)  acompanhando, mais uma preocupação para o cavaleiro (ou amazona);
O jumento, Jegue é rústico, come pouco (relativo), mas não serve de montaria por ser pequeno, lento; o burro ou burra mulo, híbrido, resulta do cruzamento entre a égua e o jumento, ou entre a jumenta e o cavalo; no primeiro caso (égua X jumento) o animal é maior, podendo substituir o cavalo como  montaria e no trabalho de vaqueiro;
Mas criar esses animais no semiárido nordestino tornou-se uma tarefa complicada; o alimento, cuidados exigidos por um animal de montaria, são agora para o gado bovino: a vaca dar leite e carne; o  touro (e o boi) é carne e serve para puxar a carroça de carga, e até puxar a capinadeira para arar a terra; Hoje o Homem do semiárido usa a moto em várias dessas tarefas que antes eram realizadas com os animais de montaria e transporte; na fotografia se ver a motocardeiro; isto é, a moto puxa a carroça que conduz o cardeiro usado como ração das vacas. Com o desmatamento do semiárido, com a redução na oferta de chuvas, o gado passa o dia andando pra lá e pra cá, fazendo trilhas que o motoqueiro usa para campear o gado. Mas a moto consome combustível e exige manutenção; aí o leite tirado de duas ou 3 vaquinhas, média de 2 litros por vaca, são vendidos (1 real o litro), destinados à compra do combustível e manutenção da moto; para  o nordestino isto é qualidade de vida, principalmente por que  dispõe do ASSISTENCIALISMO e paternalismo do governo; não há produção, mas todos gozam; assim caminha o Nordeste; pra onde?

25009

 

O jumento e o cachorro estão literalmente no lixo; o cachorro leva vantagem, já que tem no lixo o mesmo hábito alimentar do Homem; mas o jumento e as vacas começam a se adaptar à nova fonte de alimentos: no lixo tem restos de comida cozida e assim a vaca, herbívoro, come restos de carnes, ovos, e até derivados do seu leite; por esse ângulo todos são humanos (como afirmou certa vez o ministro do trabalho do Governo Collor, com sua cachorra);

25008

 

Torre de ferro do poço tubular a catavento construído pelo Governo Federal na localidade
Jardim, Riachuelo-RN, a cerca de 10 anos. Diferente dos desertos do USA e do Oriente Médio, a água salgada subterrânea no semiárido é um fato novo, embora a origem do cloreto de sódio, Sal, seja a mesma em toda Terra; Coo se sabe, o semiárido NE recebe essa classificação por conta da caatinga inserida no sertão NE, que é semiárido por que ão tem solo de sedimentação, e não por escassez de chuvas; Na realidade o semiárido natural nordestino, a caatinga, tem 250.000 km², uma infinidade de clareiras, enquanto que o semiárido, hoje, tem 890.000 km²; a área que está sendo mostrada aqui é agreste RN onde não há caatinga, portanto semiárido artificial; os outros semiáridos da Terra são classificados como tal tendo em vista que a oferta natural de chuvas é inferior a 500L/m²/ano, enquanto que no semiárido natural NE, sertão de caatingas, é comum ofertas de chuvas de 1.100L/m²/ano. Hoje, sim, o semiárido é classificado por conta da redução artificial da oferta de chuvas, e consequentemente os outros elementos - Luz solar, solo, atmosfera, foram igual e artificialmente degradados; Como se sabe a água das chuvas, no caso do NE, é a única que pode ser classificada como água doce, e tem pH 6,4, nem ácida, nem alcalina; mas quando essa água se precipita na litosfera, adquire elementos estranhos, entre os quais o cloreto de sódio formado  pela água, do cloro e sódio comuns no chão; essa área (da fotografia) é cerrado - solo profundo e grande densidade de vegetação, particularmente árvores; Como vimos, 2/3 do semiárido são artificiais, e o Homem nordestino levou 200 anos para desmatá-lo, arrancar o solo de sedimentação, e assim modificar o clima, aumentando a temperatura, impermeabilizando o solo, impedindo a infiltração de água para formar e manter os lençóis subterrâneos, aumentando a evaporação de água; Hoje 85% da água das chuvas precipitadas vão  imediatamente para os oceanos; a infiltração de água das chuvas no terreno é  menor que 5%, quando naturalmente era superior a 20%; a redução no índice de chuvas, a redução na infiltração de água das chuvas para formar e manter os lençóis subterrâneos; consequentemente a água do lençol, que naturalmente já tem cloreto de sódio, por estar na terra, aumentou a salinidade, e agora com a danação de poços tubulares escavados pelo governo a tendência do lençol é ficar mais salgado; Esse poço tubular estar a cerca de 10m do poço de salmoura que foi mostrado nas postagens do dia 15-03-2.13, no mesmo riacho do açude do poço tubular, abaixo da parede; o mecanismo do catavento extrai, por sucção, a água salgada do poço tubular, depositando-a em um tanque de alvenaria, que ao sangrar se infiltra no chão, deslocando-se entre a camada de terra  e o lajedo que forra toda essa área, aflorando mais abaixo, exatamente onde está o poço de salmoura, citado.ESSE poço tubular está a cerca de 100 metros do poço de salmoura focalizado aqui em 15-03-13.

25007

 

Em primeiro plano uma planta verde no lajedo, e no horizonte algumas árvores dispersas; O lajedo é um deserto de pouca vida por que faltam 2 elementos naturais - solo orgânico e água; a planta nasceu no meio do lajedo na brecha da pedra fracionada, onde se acumula terra, e durante o  curto período das chuvas escorre, por gravidade,  água das chuvas  para o tronco da planta. No horizonte da fotografia um deserto de pouca vida criado pelo agropecuarista local ao longo de 100 anos; ao desmatar incondicionalmente sua terra, a flora tão comprometida com a água doce (e chuvas); com a formação e integridade do solo, com o clima foi reduzida a zero, se comparado à vegetação nativa; a agricultura, cultura agrícola também é vegetação, e somente por um curto período das chuvas se planta nessa área, e hoje raramente se faz agricultura por causa da agressão causada pelo desmatamento; A fauna e a pecuária se alimentam de vegetais que não existem; completa-se o ciclo de morte.

25006

 

Neste ângulo fotográfico vendo-se em primeiro plano a caixa que armazena o lixo líquido extraído do chão por intermédio da torre de ferro e catavento que estão sobre o poço tubular, à frente. Antes de mostrar a ação do sal diretamente na caixa, é bom ressaltar que a salinização do solo tem 2 causas: cloreto de sódio, extraído das entranhas da terra pelo catavento, e o nitrato de sódio, salitre, criado pelo Homem na sua agropecuária paleolítica, a menos de 100 anos; Já se sabe que toda água que tem contato com o chão, a terra, tem  cloreto de sódio, por que o loro e o sódio são elementos químicos minerais do chão; mas o nitrato de sódio, salitre, tem origem no ácido nítrico formado na atmosfera pela degradação ambiental na terra, principalmente pela queima bestial de madeira. não vamos nos alongar nessa explicação do salitre no semiárido, mas é oportuno frisar que  o desastre ambiental que originou essas postagens é causado pelo cloreto de sódio já compondo o lixo-líquido extraído a 50m de profunidade, na terra,  pelo catavento, e portanto o poço tubular e mecanismos instalados pelo governo representa um grande problema, e não um solução como o mesmo governo e seus asseclas (tecnicus????) tentam justificar ainda hoje.