Açudagem.

 Embora o termo "açudagem" não seja reconhecido na gramática, se refere a obras hídricas - açude, barragem, barreiro que visam BARRAR, com uma parede a água corrente de rios(s) durante o período das chuvas; quando a parede é de terra, com um sangradouro á parte, é um AÇUDE; quando a parede é de cimento armado, alvenaria com a "sangria" do excesso de água sobre a parede, tem-se uma barragem; a escolha do açude, ou barragem depende do tipo do terreno do rio a ser construído; Ex:  em terreno onde há lajedos emergentes, ou rasos, opta-se pela barragem; custos: com as mesmas dimensões a parede de cimento armado, ou de alvenaria tem custos maiores do que a parede de terra, lembrando, entretanto, que o sangradouro do açude é uma barragem de alvenaria, ou cimento armado; mas, há tecnicamente, terrenos que permitem sangradouro do açude sem paredes; As dimensões da parede - altura e comprimento, depende: 1) do relevo no local; 2) da bacia hidrográfica do(s) rio(s); 3) do volume de chuvas; 4) da função da represa: a) gerar energia elétrica - hidroelétrica - uma lâmina de água que exerça pressão para mover as turbinas dos geradores, com vazão constante; b) irrigação de lavoura (área a ser irrigada); c) abastecimento urbano (população). No casa do semiárido nordestino: natural - sertão de caatingas;  oferta de chuvas até final do Século 19 - média de 600mm, variando de 400 a 1.000mm/ano; 600mm = 600 litros por m2, em 90 a 150 dias; as caatingas que representam 50% do sertão Não tem solo, e o sub solo rígido, pedregoso (ou lajedos), ondulado, faz com que 95% da  água das chuvas precipitadas escorram imediatamente para as depressões do terreno, no caso, os riachos, rios. O leito do rio, temporário, no caso,  é uma camada  de areia de fácil drenagem e absorção da água - cada m3 de areia armazena 600 litros de água da enxurrada, e somente depois que  a camada de areia está saturada com água, a água escorre para o açude; na prática sabemos que chuvas menores do que 40mm em 24 horas proporciona correnteza de água no rio. A perda por evaporação de água no terreno, nesse clima, é de 4 a 6mm/por dia, POR m2, o que significa dizer que na bacia hidrográfica, úmida, de 1km2 = 1.000x1000=1.000.000m2 a fuga de água por evaporação é de 5.000m3 por dia; grande parte da água da chuva precipitada fica nas plantas e é drenada no terreno da bacia hidrográfica; na represa do açude a fuga de água é de 6 a 10mm de lâmina de água por dia; quer dizer: com oferta de chuvas, nessa área, de 400 a 600mm/ano, com chuvas inferiores a 80mm, e distanciadas entre si, é improvável  que o açude encha, e pode não tomar água; o sertão de caatinga, de 500.000 km2 em 8 dos 9 Estados NE tem, por conta do relevo, terreno muitos rios (temporários) que passam, hoje, até 1.000 dias sem água corrente no seu leito. O sertão de caatingas tem também cerrados (solo e vegetação) e uma infinidade de várzeas de rios e riachos que tem solo, onde a água das chuvas tem comportamento diferente do que é imposto pela caatinga; o semiárido natural, caatingas tem 250.000km2, SEM SOLO; o semiárido artificial, criado com as agressões humanas passa de  300.000km2 (eliminação, ou esgotamento do SOLO, redução na oferta  de chuvas+ aumento nos vetores de fuga da água); em 800.000 km2 do semiárido NE há cerca de 1 milhão  de reservatórios com capacidade de armazenar de 500.000m3 a 1.000.000.000m3. Vamos reproduzir foto da construção do Açude Armando Ribeiro Gonçalves, 1.984, no rio Piranhas/Açu  - RN, com capacidade de 2.400.000.000m3.