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Extensa várzea do Rio Barão da Serra Branca que se plantava cana-de-açúcar, a partir de 1.845, tendo um engenho de beneficiamento que produzia açúcar bruto (mascavo), rapadura e aguardente que eram consumidos pelos escravos, funcionários e pelos moradores da grande propriedade (cerca de 25 x 20=500 km² que hoje está nos municípios de Santana do Matos e São Rafael, onde o INCRA assentou centenas de famílias, cerca de 10 agrovilas; Hoje tem apenas capins que nascem espontaneamente nessas várzeas, alimento para o gado no verão, na seca; No mesmo rio O Barão construiu um grande açude que cobria com a represa dezenas de hectares dessa várzea de rio, e portanto não se plantava cana de açúcar nessa área coberta pela água, já que a cana-de-açúcar é planta de vida longa, podendo viver mais de 40 anos; à medida que a água do açude ia evaporando, a represa secando, aparecia o chão úmido e fértil da várzea, chamado vazante, onde se plantava batata doce, melão, jerimum, quiabo, tomates, Etc, plantas de pequeno ciclo, até que vinha o inverno (chuvas) enchendo o açude, cobrindo toda área; Vemos nesta fotografia um grande lajedo, impermeável, que captava água das chuvas para o açude, de modo que com qualquer chuvinha o grande açude enchia; Hoje o açude secular está parcialmente soterrado (perdeu mais de 40% de sua capacidade de armazenamento de água); o plantio de cana-de-açúcar e engenho de beneficiamento ficavam na várzea atrás da parede de terra do açude; como a parede de terra é montada em lajedos submersos a 5 ou 6 metros de profundidade, a pressão da água armazenada no açude forçava a saída de água entre o lajedo e a terra da parede, vertendo (como se diz) para irrigar a cana-de-açúcar no verão; Hoje passam-se até 3 anos seguidos sem o açude tomar água; a evaporação de água que no tempo do Barão era de 6 litros por m² ao dia, hoje é de 11 litros por m² ao dia, INVIABILIZANDO assim a construção de açudes (como reserva de água para o verão de até 11 meses) no semiárido nordestino.
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