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Uma viagem de pesquisa ambiental científica ao Seridó-RN, tempo III; Quem conhece o problema conhece a solução; não se pode defender o que não se conhece. Olhando-se essa imagem de uma paisagem no município de São José do Seridó-RN verifica-se que não há diferença com os desertos dos Estados Unidos, do Oriente Médio, da África, com plantas xerófilas (de espinhos) e muito dispersas; mas podemos afirmar, cientificamente, que este ambiente seco, hostil, degradado, com poucos elementos da flora, e raríssimos elementos da fauna, as 50% dessas condições degradantes, caóticas, são consequência da ocupação do Homem, com a exploração da pecuária intensiva e até extração de madeira, lavoura com fogo: 1) diferente dos desertos secos, esta área pode receber 1.000mm de chuvas por ano; 2) olhando-se para o topo (crista) do morro de pedras se vê árvores (no horizonte) que tem mais de 8 metros de altura, salvas do machado, da foice do Homem para servir de sombra para o gado; é lógico que existiam muitas dessas árvores cobrindo todo esse morro; as poucas moitas de xiquexique é o que sobrou da extração desse cacto para alimentar o gado na seca; o capim seco que se vê é o único que não serve de PASTO para alimentar o gado por que é duro feito espinho, e desprovido de nutrientes ( o gado morre de fome, mas não o come; 3) antes da ocupação dessa área tudo isto virava um paraíso verde, com vida vegetal e animal em abundância, com o surgimento de muitas gramíneas que faziam do Seridó ser portador de um grande rebanho bovino; A fauna, em número, variedade, porte de um lugar é proporcional á variedade, porte e densidade da flora; à medida que o homem ia desmatando, extraindo madeira, lenha, também caçava os roedores - punarés, preás, mocós; aves - seriema, jacu; lagartos - tejuaçu; pássaros - arribação, asa branca, inhambu, e o resto dos animais, fauna, morreu por falta de condições favoráveis que lhe foram tiradas pelo Homem; No Sertão do RN tem muitos rios com suas várzeas férteis e largas, que tinham uma vegetação densa, alta, variada que forneciam madeira para o teto da casa, tábuas para portas, janelas, assolhados, sótão; nessas várzeas se plantavam milho, feijão, arroz, algodão, mas se corria o risco de se perder a lavoura na época das enchentes do rios (lavavam todas as várzeas), obrigado o homem a fazer seu plantio (com o devido desmatamento e fogo) nas áreas de solo e vegetação de cerrado, quase sempre entre a várzea do rio e a caatinga; A vegetação tem tudo a ver com o clima; sem a cobertura vegetal secam as fontes de água, aumenta a evaporação de água do solo, dos açudes, dos rios; sem a cobertura vegetal aumenta a erosão no solo pela água das chuvas e pelos ventos; Aumenta a temperatura ambiental, diminui a umidade do ar; os ventos ficam descontrolados, arredios; assim está esquematizado: se o chão passa a maior parte do ano seco, sem água para evaporar do chão, dos rios, açudes, e da vegetação, não há formação de nuvens e não há chuvas convectivas (geradas das nuvens formadas no mesmo espaço); sem cobertura vegetal o vento doidão vai espatifar as nuvens que chegam ( formadas no Oceano) na área, lembrando que o vento seco (baixa umidade do ar) é capaz de arrancar a água da nuvem, eliminando-a. Pronto: está feito o deserto sem água e sem vida no Seridó-RN. Em 3 a 4 anos seguidos esta área recebeu menos de 100mm de chuvas, culpa exclusiva do Homem que não conhece a Vida (mas conhece bem a morte).
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