sábado, 5 de setembro de 2015

A seca 143.





Um comentário:

  1. Uma casa abandonada no agreste RN, que já foi a casa sede de uma fazenda falida; Para um bom observador é fácil entender que essa casa foi edificada( há 150 anos) em um momento diferente, em termos de recursos naturais, do momento que foi abandonada; para nós que fazemos, com propriedade, Educação Ambiental Científica, sabemos que há 150 anos a oferta média de chuvas, na área, era de 700mm, e portanto não era semiárido;toda a madeira do teto, das portas, janelas, sótão foi extraída no próprio local, e hoje não tem nem estacas para cercas; o rio (que veremos) Potengi passava até 6 meses com água corrente no seu leito, e quando passava as enchentes muitos poços escavados pelas enxurradas, com água doce e muito peixe; a fauna com onças, veados, pacas, aves, pássaros, lagartos, roedores; nas várzeas largas do rio faziam-se agricultura durante o período das chuvas, e no verão se fazia plantio de batata doce e feijão macassar com água dos poços artesianos (cacimbões) com água boa e abundante; muitas Gerações que ocuparam essa área no Final do Século XVII assistiram essa bonança climática até meados do Século XX; muitas famílias enriqueceram criando gado e plantando algodão, milho e feijão nessas terras; a agricultura paleolítica, com fogo, eliminou 95% da vegetação nativa, de cerrado, de porte médio - aroeira, catingueira, mororó, umburana, angico, oiticica, juazeiro, cumaru, mulungu; hoje só existe o juazeiro, disperso pelos campos, porque serve de sombra para o gado(que resta) na seca; a oferta média de chuvas baixou parta 400mm, com 3 a 5 anos seguidos com oferta de chuvas de 300 a 250mm/ano; o rio (Potengi), antes temporário, com água corrente no leito durante o período chuvoso, hoje passam-se mais de 1.000 dias sem água - rio morto. Não há plantio de algodão, e não há produção de milho e/ou feijão. São 20 hectares de terras para cada cabeça de gado. O Homem fez em 300 anos o que a Natureza não faria em 3.000 anos.

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