terça-feira, 28 de maio de 2019

360 - quando a gente é o lixo todo o resto é

Nos últimos 10 anos o governo brasileiro tem investido na matriz energética de produção de biodiesel de grãos oleoginosos, investindo inicialmente no cultivo de mamona  no Nordeste semiárido, já que é uma planta altamente resistente à temperatura ambiental do NE, à incidência de luz solar; à baixa pluviosidade, nascendo, vivendo e produzindo em qualquer solo de baixa fertilidade; suas grande folhas absorvem muita luz solar, bem servidas de fotossíntese,  e se mantém o tempo todo VERDE da cabeça aos pés, digo, das folhas às raízes; olhando-se a exuberância dessa densa mata de mamonas, no aterro de lixo, dar para entender que nenhuma outra planta arbustiva, mesmo as que são nativas do semiárido, poderiam atingir esse Clímax de ambientação; o grão, caroço da mamona foi amplamente comercializado no NE, sempre para os mesmos fins - produção de combustível para motores à combustão; por razões que a própria razão desconhece, a ideia recente do governo brasileiro, em se cultivar mamona no semiárido para o biodiesel, FRACASSOU, e o governo agora USA grãos de soja, um dos principais alimentos da gente, para fazer biodiesel para alimentar os motores à explosão; são mais de 20 kg de grãos de soja para se fazer um litro de biodiesel; Por um dever de ética, moral, cívico, patriótico, ciência, consciência,  nós que fazemos dsoriedem.blogspot.com - Educação ambiental científica, sugerimos à comunidade científica e ao governo brasileiros; 1) já que os lixões, os aterros de lixo são um MAL necessário; 2) já que a mamona, planta oleoginosa de alta produção no NE é um combustível de origem orgânica, sem qualquer outra utilidade, e prolifera nos lixões e aterros de lixo, incentivem, invistam na colheita dos desses grãos, já que essa planta nasce espontaneamente nesse ambiente degradante, hostil; assim se reduz em 80% os incêndios no lixo, no lixão, lembrando ainda que a grande massa verde proporcionada pelas (grandes) folhas da mamona reduz a incidência de luz solar no lixo, o que seria o outro ( 1º) elemento do fogo - a ignição.
Olhando esse corte no aterro de lixo vemos que na superfície nasce predominantemente a planta mamona, que no NE é conhecida por carrapateira, tendo em vista que se fazia, artesanalmente óleo do grão, caroço da mamona para matar todo tipo de parasita no corpo do gado, tanto por fora,no couro+pelo, como por dentro, nos órgãos internos nos bichos; carrapateira = carrapato; as demais plantas verdes que se vê tem ciclo de vida curta, nasceram com as primeiras chuvas de 2.013, nessa área, e devem secar, morrer, desaparecer, ficando a MAMONA que pode viver dezenas de anos; condicionantes da mamona, com relação ao ambiente, chama a atenção de um "pesquisador ambiental": 1) ela só se faz presente no aterro de lixo; 2) no lixo urbano não deveria haver grãos de mamona para germinar; 3)por que nenhum outro arbusto conseguiria nascer e  viver na superfície do aterro de lixo; 4) a mamona, carrapateira é um dos poucos vegetais que NENHUM animal se aventuraria a comer qualquer parte do seu corpo, a não ser quando está seca, no caso, os cupins; 5) a madeira da mamona, celulose na raiz, na folha, no caule é boa de fogo quando seca: Tudo o que a Natureza cria é para servir - a mamona teria sido criada nos lixões urbanos para quando morrer, naturalmente, ou cortada pelo Homem, seja o combustível ideal para o incêndio no lixão? Mas se for uma ordem da Natureza há um erro: o lixão queimado é milhões de vezes mais danoso do que "enterrado" ou em cima do chão, à céu aberto; 6) a Mamona produz (na seiva e massa do grão) o óleo de rícino, altamente tóxico para todas as formas de vida, e certamente os grãos produzido por essa mata de carrapateiras vão se desintegrar pelas intempéries,produzindo óleo de rícino que vai contaminar também o solo; 7) resta saber se o óleo da mamona não é combustível, a exemplo da maioria dos outros óleos vegetais; 8) Já que o NE não pode se desvencilhar do seu lixo, dos lixões, aterros de lixo, e se a mamona produz um óleo de grande aplicação, inclusive para a produção de biodiesel, por que não colher os grãos da mamona que estão abundantemente em todos os lixões e aterros de lixos do RN?  E quando  "o pé de mamona" envelhecer, sem produção, deve ser arrancado para diminuir o fogo no LIXO  BR.
Olhando esse aterro de lixo urbano que foi parcialmente removido, me fez retroceder no tempo, levando-me à época de criança, morando em uma cidade do sertão o RN, quando atrás de cada casa da cidade, ou da área rural, havia um espaço muito íntimo, importante, chamado de MONTURO, que recebia todos os resíduos orgânicos e inorgânicos, descartados  nas atividades do LAR, mas também recebia os excrementos já que não havia esgotos (na maioria das cidades do sertão NE ainda é assim) e os vasos sanitários eram construídos (o banheiro) em cima da fossa "séptica", com capacidade de armazenar no máximo 2m³, escavadas em terreno pedregoso, com lajedos, da caatinga; à noite as meninas faziam as "necessidades" no pinico (urinol) e pela manhã caminhavam 3 ou 4 metros, a partir da porta (traseira) da cozinha, para depositar fezes e urinas diretamente no MONTURO, mas o meninos, machos, levantavam-se à noite para fazer as "necessidades" diretamente no MONTURO; naquele tempo não havia embalagens de plástico (ou não era comum); As mercadorias (alimentos) compradas nas bodegas,  barracões, mercearias, padarias eram condicionados em papel de "embrulho", folhas com 0,5x1m, que os bodegueiros, com muita habilidade e maestria,  cortava os pedaços no tamanho certo para 1k, 2k, 3k, "embrulho" que parecia uma obra de arte; de  5k para maior usava-se sacolas de panos, tecidos de algodão, assim como eram os sacos que chegavam ao comércio com 60kg de feijão, farinha, açúcar, café (em grãos), etc. para o monturo doméstico também ia restos de comidas, cascas de frutas, sementes, e restos de animais que morriam de morte "morrida" ou de morte "matada" - galinhas, ratos, cobras; vez por outra se comprava sardinhas ou "carne em conserva" que vinham acondicionadas em latas de ferro, que iam para o Monturo; as roupas da gente eram feitas de tecidos de algodão, e quando ficavam muito velhas, que não dava para se "remendar", ia para o Monturo; os calçados - sapatos, sandálias, alpercatas, chinelo de rabicho eram de couro, ou tinham o rosto, arriatas(tiras de couros) de couro, e o solado de borracha de pneu de caminhão; quando envelheciam a peça de couro ia para o lixão, mas o solado de borracha era arrancado do calçado velho para ser colocado em outra sandália; os medicamentos vinham acondicionados em vasilhas de vidro, dentro de uma caixa de papelão, que, esvaziados - caixa de papelão e vidro, iam para o Monturo; Os urubus e os cachorros, se lhe convinham, comiam os restos de comida no Monturo, comiam os animais mortos, descartados no monturo, mas também comiam as fezes que eram depositadas diariamente  no monturo; o vidro (dos remédios) no monturo não trazia qualquer dano ambiental, e muitos vezes ficavam em casa para armazenar líquidos úteis, normalmente remédios como o "óleo de coco", banha de carneiro capado, banha de cobra, e por vezes peças ornamentais. Os papeis das embalagens se desintegravam facilmente pelas intempéries no Monturo; as latas de ferros, embalagens de "conservas" raras, se desintegravam pela ferrugem. Mas o MONTURO tinha outra utilidade no NE; segundo o cancioneiro Luiz Gonzaga, era no MONTURO onde se plantava milho com as primeiras chuvas do ano, de modo que quando o milho no roçado começa a "pendoar" (botar o pendão, já se estava comendo  "milho verde" do MONTURO.
Se comer qualquer material do lixo,mesmo que seja planta verde, está fadada a morrer prematuramente; materiais plásticos, papel, papelão, latas de alumínio, pedaços de madeira, todos indigestos; restos de frutas, cascas, sementes; restos de comidas cozidas, assadas; cascas de ovos; partes de animais mortos, excrementos, material hospitalar estão disponíveis no lixo, depositados à céu aberto, no campo aberto, e onde quer que tenha gente?  A Fome  é madrasta; se o animal não tem ração natural, pasto verde para comer, caso comum durante o verão de até 11 meses, sem chuvas, no agreste e sertão RN, a opção é comer lixo, e morrer.

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