17823
Francisco Martins dos Santos e 4 filhos, assentado do INCRA, na agrovila Furnas, do assentamento Lagoa Nova, Município de Riachuelo, assentado desde 1.999. De 1999 até hoje, morando em Furnas tentou de várias formas manter a família alimentada, trabalhando 10 horas por dia, 7 dias dor semana; quando chove planta feijão macassar e milho, como acontece todos os anos, mas somente nos anos 2.000, 2.004, 2.006, 2.008, 2009 e 2.011 conseguiu produzir milho e feijão para as necessidades de casa; o feijão para a família comer, e o milho para dar as galinhas "caipira" que cria, que por sua vez fornecem ovos, e uma vez por mês uma galinha é abatida para o almoço do domingo; Inicialmente seu tempo foi tomado para fazer o desmatamento do lote de terras de 15 hectares, com uma pequena ajuda financeira do (projeto) do INCRA e também cercar o lote de terras com arame e grampos foi projeto do INCRA, cabendo-lhe cortar as estacas de madeira e fazer a cerca; O governo fez a casa da agrovila onde mora, botou luz elétrica. Durante esse tempo os projetos do Governo forneceram 8 cabeças de gado bovino, das quais 5 morreram de fome e o restante (3) foi vendido para atender doenças na família, ou para comprar "comida" para alimentar os filhos. No verão de 8 a 10 meses de 2.000,2004, 2.006, 2.008, 2.009, 2.011, e durante os anos (o ano todo) de 2.001, 2.002, 2.003, 2.005, 2.007 cortava lenha dentro do seu lote de terras, e no terreno COLETIVO, para vender para as padarias e olarias, ou fazia carvão, ÚNICA fonte de renda, ATÉ que acabou-se a lenha, ou finalmente o IBAMA acordou, proibindo o corte de lenha nas áreas (ditas) de preservação. O Sr. Francisco Martins teve de buscar outra fonte de renda para alimentar sua família, trabalhando de pedreiro na grande Natal; Há 5 meses conseguiu finalmente aposentar-se, por idade, na previdência social, INSS, e finalmente está em casa com a família de 6 pessoas que depende do salário da aposentadoria (625 reais) mais 127 reais da bolsa família, 852 reais : 6 = 142 reais por pessoa ao mês, 4,74 reais por dia, por pessoa, que para a matemática dos institutos do BRASIL é está fora da linha da pobreza; Das 240 famílias assentadas em 4 agrovilas do Assentamento Lagoa Nova - Riachuelo, Bento Fernandes e Ielmo Marinho-RN, 180 famílias são mantidas por um ou dois aposentados (idosos ou inválidos) da Previdência Social, 4 a 8 pessoas sobrevivendo exclusivamente dessa fonte de renda; No Nordeste Brasileiro 20 milhões de pessoas com mais de 12 anos de idade, recebe, por dia, cada uma, menos de 1.000 calorias na alimentação, o que atrofia o corpo, a mente, e o espírito, e favorece o surgimento de doenças, principalmente por conta do lixo-líquido que é forçado a beber dos açudes, dos poços tubulares, das cisternas que pegam água no telhado imundo das casas; para o governo federal, mascarado, existe uma reforma agrária no semiárido; de fato as terras foram distribuídas, a casa de morar existe, os recursos foram inicialmente alocados para o assentado, mas não existe produção de alimentos, já que não se produz alimentos sem água doce das chuvas. Os serviços de meteorologia preveem 300mm de chuvas para o ano 2.013, nesta área do semiárido NE, e o governo está liberando recursos para fazer buracos no chão dos lotes dos assentados, como já faz todos os anos; para que um desse buracos (sem riacho) tome água em 2.013 é preciso que a oferta de chuvas seja maior do que 1.000 L/m², e mesmo assim só teria água durante o período das chuvas, já que a evaporação é muito alta, a terra seca e o vento extrai o resto; não tem futuro; é a mesma ideia há 200 anos, e a seca continua a todo vapor; Os 300 mm de chuvas de 2.013, 300L/m², são 300 milhões de litros de água por km²; se o governo e seus técnicos descobrissem essa matemática, e aprendessem a captar e armazenar, RACIONALMENTE essa água, não haveria a seca; é estranho, mas é VERDADE científica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário