sexta-feira, 3 de maio de 2024

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Para comunidade acadêmica a construção de uma obra hídrica no semiárido significa captação e armazenamento de água das chuvas para repor essa água no ambiente, "no meio", na seca, no verão; mas, nessa concepção de uma obra hídrica tem de se levar em conta a utilização dessa água, que inclui a necessidade da aplicação de suprimento com relação ao volume de água(segurança hídrica), volume de chuva, dimensões da obra, conservação da água, qualidade; na foto, no meio do nado, uma das 4 modelos de cisternas do governo no semiárido, que seria água para se manter uma horta para alimentação de uma família no campo; 52m3 de capacidade, cisternas de placas de cimento que no calor "T" racha nas junções das placas, vazando (fuga) a água em pouco tempo; era de se esperar que a ideia de construir obras de engenharia dos projetos do governo fosse feita análise também da resistência do material de construção ás intempéries, estrutura do chão, captação e armazenamento da água; o abandono da obra comprova a falha da obra como forma de captar e armazenar água da chuva.


Estamos identificando nessa foto uma das inúmeras de lagoas, ou brejos de baixadas no aquífero de de Natal - RN, Lagoas de água doce a 3 a 4 km de distância do Mar de água salgada; o terreno na bacia da lagoa predominantemente dunas de areia que absorve 100% da água da chuva precipitada; essa área das lagoas recebia mais de 2.000mm de chuvas por ano, ou 2.000 litros de água por m2, 2.000kg de água por m2, uma coluna de água de 2m, capaz de se impor sobre a pressão da água do mar, mantendo-a doce; com o tempo o volume de chuvas está baixando, a lagoa não recebe água da chuva suficiente para se impor á drenagem de água salgada na duna, enquanto que o nível da água  do mar está está aumentando, infiltrando-se água salgada na lagoa; as plantas em torno das lagoas de água doce são diferentes em porte e espécies as plantas que nascem na areia de praia salgada; essa invasão forçada da água salgada do Mar para a lagoa vai visivelmente inibir o desenvolvimento dessa vegetação de água doce.


Estamos observando a imagem da lagoa de água doce no Piató, Açu - RN, um dos milenares lagos naturais de água  que durante  mais de 6.000 anos foi a fonte de água doce, lazer, alimentação e habitação da grande tribo indígena Tapuia, ou Janduí (Ema pequena, seriema); a lagoa secou em 2.013 e não há qualquer possibilidade de que o Homem local possa encontrar solução para ressuscitá-la visto que o rio Açu, próximo, foi fechado (o fluxo) com parede de terra, o Açude Armando Ribeiro Gonçalves; a solução, que está fora do alcance intelectual e vontade desse povo seria impermeabilizar junto a Lagoa uma área de 5 km2 para captar água da chuva e canalizar para a lagoa; 300mm de chuvas, 300.000km2 X 5 = 1.500.000m3 de água que juntamente com a água precipitada diretamente na lagoa chega 15km2; o leito dessa lagoa é absolutamente impermeável e a perda de água é por evaporação.




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