quarta-feira, 4 de setembro de 2024

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 Frente Parlamentar Ambientalista do Rio Grande do Norte

🌀 Chuvas extremas no deserto do Saara e seca excepcional na Amazônia. Entenda a relação
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🗺 O Saara, na África, é um dos maiores e mais quentes desertos do mundo. É também um dos lugares mais secos da Terra, com pouca ou nenhuma precipitação anual. Ali, é muito raro acontecer um evento extremo de chuva, ocorrendo menos de uma vez por década. O deserto está há milhares de quilômetros de distância da América do Sul e, mesmo assim, os dois continentes continuam conectados.
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🌀 A primeira imagem mostra a precipitação média mensal para agosto, nos últimos 53 anos. Você pode ver que a região do Saara não teve um único registro significativo de chuva. Já a região amazônica possui precipitação média de 60 a 70 mm por mês.
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Uma das principais diferenças está na umidade do ar. Enquanto a Amazônia é uma das mais úmidas do mundo, o Saara é uma das mais secas. Os volumes elevados de chuva, próximo à Cordilheira dos Andes, deve-se à ascensão da umidade transportada pelos ventos alísios da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT).
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🧐 Na segunda imagem, você pode ver a análise mais recente da chuva para o Amazonas, elaborado pelo Laboratório Lapis, com os dados CHIRPS. A linha preta mostra o volume normal de chuva. Mas as linhas laranja (2023) e vermelha (2024) destacam a seca. Desde junho de 2023, ela mudou muito, com o El Nino.
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🗺 A ZCIT é o principal sistema formador de chuvas para a região Norte e Nordeste do Brasil. Com o Atlântico Norte mais quente, ventos alísios de sudeste têm mantido a ZCIT muito afastada da Amazônia, inibindo as chuvas e beneficiando o Saara. Esse é apenas um dos impactos indiretos que a posição da ZCIT na África pode ter no clima da Amazônia.
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🌀 De acordo com modelos climatológicos do Centro Europeu de Previsões Meteorológicas a Médio Prazo (ECMWF), algumas regiões do Saara podem ter volumes de chuva cinco vezes maiores do que a média, neste início de setembro. Isso torna esse evento excepcional, enquanto a seca persiste na Amazônia.
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