terça-feira, 26 de julho de 2016

ZMRN

Canguaretama - A história de Canguaretama começa ainda durante a época do Brasil Colônia, muito antes de ser elevado à categoria de município. Em 1645, ocorreu um dos eventos considerados como um dos mais históricos do Rio Grande do Norte: o martírio de Cunhaú e Uruaçu, que ocorreu quando os índios Janduís e mais de duzentos holandeses (que chegaram e ocuparam a Capitania do Rio Grande do Norte entre 1633 e 1654), a comando de Jacob Rabi - delegado do Conde Maurício de Nassau - mataram cruelmente cerca de setenta fiéis e o Padre André de Soveral. No momento da morte, os fiéis estariam a uma missa que estava sendo celebrada na Capela de Nossa Senhora das Candeias, localizado no Engenho Cunhaú, a alguns quilômetros da Barra do Cunhaú. Na época, esse engenho era o centro da economia potiguar, ainda bastante primitiva. Foram também mortas as pessoas que se encontravam em um grande engenho. Apenas três pessoas conseguiram escapar.[12] [13]
No século XVIII, em 1743, o padre André do Sacramento funda o primeiro núcleo colonizador que futuramente iria dar origem a Canguaretama, a Aldeia Gramació, cuja localização se dava à margem esquerda da Barra de Cunhaú e a mais de uma légua de distância. Em 3 de maio de 1755 (ou 1769), por meio de uma carta régia, a aldeia é elevada à categoria de vila com o nome de Vila Flor. Após a expulsão dos jesuítas, a sede municipal, que era localizada em Vila Flor, foi transferida para povoado de Uruá. Em 19 de julho de 1858, por meio da lei n° 567 esse povoado é elevado à categoria de município com o nome de Canguaretama, desmembrando-se de Natal. O nome "Canguaretama" significa terra de canguás.
De 1860 aos dias atuais 
O povoado de Canguaretama possuía uma circunscrição religiosa, com o nome de "Penha", conservada em 1860 pela lei provincial n° 468. O nome foi dado por um missionário, o Frei Serafim de Catania. Nos primeiros anos de emancipação, Canguaretama tinha uma economia cuja base era o cultivo da cana-de-açúcar, a pesca e a comercialização do pau-brasil. Em 1882, a sede municipal ganhou uma estação ferroviária. Três anos depois, em 16 de abril de 1885, a sede é elevada à categoria de cidade, que foi instalada quatro meses depois, em 18 de setembro daquele mesmo ano.[12]
Em 1892, são criados e anexados a Canguaretama os distritos de Baía Formosa e Vila Flor. Em 1911, o município era formado pelos distritos de Baía Formosa, Canguaretama e Vila Flor, porém todos foram extintos em 1933 e Canguaretama passou a ser constituída apenas pelos distritos sede. Em 1938, é recriado o distrito de Vila Flor, cujo nome foi alterado para "Flor" dois anos depois (1940), mas apenas oito anos o distrito voltou a ter seu nome original. Cinco anos depois (1953), o extinto distrito de Baía Formosa é recriado e, em 1958, o distrito é emancipado e Baía Formosa torna-se novo município do Rio Grande do Norte. Em 1963, Canguaretama era formada pelos distritos de Canguaretama e Vila Flor, mas depois passou a ser constituído apenas pelo distrito sede com o desmembramento do distrito de Vila Flor, em 31 de dezembro de 1963. De 1963 até os dias atuais, o município de Canguaretama é formado apenas pelo distrito sede.

Mesorregião do Leste Potiguar e microrregião do Litoral Sul, no estado do Rio Grande do Norte, ,Região Nordeste do Brasil,[2] distante 78,3 km de Natal, capital estadual,[3] e 2 269 km de Brasília, capital federal.[15] Ocupa uma área de 245,408 km²[4] e se limita a norte com Goianinha e Vila Flor; a sul com Mataraca, Mamanguape (ambas na Paraíba), Baía Formosa e Pedro Velho; a leste com o Oceano Atlântico e Baía Formosa a leste; a oeste com Espírito Santo e novamente Pedro Velho.[12]
O município está situado em área de abrangência do Grupo Barreiras, formadas durante o período Terciário, com a predominância de rochas cobertas por textura arenosa. Próximo ao litoral estão as dunas fixas ou paleodunas, originárias do período Quaternário, além dos sedimentos areno-quartzosos, compostos por areia e cascalho. No Vale do Rio Curimataú encontram-se os depósitos aluvionares. Orelevo é predominantemente plano, com altitudes inferiores a cem metros em relação ao nível do mar.[12]
O tipo de solo predominante é a areia quartzosa distrófica, cujas principais características são baixo nível de fertilidade e o excesso dedrenagem. Há também as areias quartzosas marinhas (litoral), os solos indiscriminados de mangue e os solos aluvionais.[12] [16]
O território municipal está localizado dentro de um conjunto de três bacias hidrográficas diferentes, sendo a maior delas a do rio Curimataú, que abrange dois terços do município, seguida pela bacias do Catu (18,02%) e do rio Guaju (15,98%). Os principais rios que cortam Canguaretama são Catu, Curimataú, Espinho, Guaju, Levada, Oiteiro e da Volta. Entre os riachos estão Calândia, Pequeri, Pituaçu, Quabradinha e Uriuninha. Há também as lagoas Aniquim e do Poço.[12]
A cobertura vegetal é formada pela floresta subperifólia, situada em áreas em que solo apresenta-se recoberto por uma camada de húmus, cujas árvores são densas e verdes durante o ano todo, com muitas folhas largas e troncos delgados. Há também os manguezais, predominantes em solos com alto grau de salinidade e frequentemente inundados pela ação marés.[12] O município abriga, junto com Goianinha, Espírito Santo, Pedro Velho e Várzea, a Área de Proteção Ambiental Piquiri-Una, que cobre uma área de quarenta mil hectares (ha) e foi criada em 6 de junho de 1990 pelo decreto estadual 10 683 com o objetivo preservar a fauna, a flora e os recursos hídricos locais.[17]

Canguaretama possui clima  tropical chuvoso (tipo As na classificação climática de Köppen-Geiger), úmido e com temperaturas médias sempre superiores a 18 ºC e precipitação inferior a sessenta milímetros nos meses mais secos.[18] A temperatura média anual é de 26 ºC, sendo fevereiro o mês mais quente (temperatura média de 26,5 ºC), e julho o mais frio (média de 24 ºC). A precipitação média anual é de 1 358 milímetros anuais (mm), sendo abril e junho os meses mais chuvosos (212 mm) e outubro o mais seco (22 mm).[19] A umidade relativa do ar é de 73 % e o tempo de insolação de aproximadamente 2 700 horas anuais.[12]
Segundo dados da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN), referentes ao período de 1911 a 1983 e a partir de 1995, o maior acumulado de chuva registrado em Canguaretama foi de 210,7 mm em 13 de abril de 2011.[20] Outros grandes acumulados foram 190 mm em 25 de junho de 1936,[21] 168 mm em 13 de junho de 2007,[22] 163,2 mm em 8 de maio de 1971,[23] 162,9 mm em 27 de junho de 1951,[24] 158 mm em 4 de setembro de 2013[25] e 150 mm em 20 de maio de 2011.[26].
A partir desses dados oficiais, sobre Canguaretama, e atendendo nosso objetivo de revelar a condição de Zona da mata, chamamos  a atenção para a umidade média do ar de 73%, o índice pluviométrico que varia de 1.000mm a 2.000mm ao ano, média de 1.358mm; chamamos a atenção para o registro da existência de engenhos e de cana-de-açúcar que não é possível produzir em outras áreas do RN, de clima, umidade do ar e pluviosidade inferiores; observar também que a maior parte do município é de terras arenosas, impróprias para o cultivo cana-de-açúcar, que era plantada no solo argiloso das várzeas dos rios; há duas lagoas que  não aparecem na relação de lagoas do RN, de postagens anteriores; observar que assassinato de religiosos  católicos em Cunhaú tinha a presença dos índios tapuias, ou janduís, junto com os holandeses que eram protestantes. Observar a exploração do pau-brasil, planta exclusiva da zona da mata NE, de MG e RJ. A predominância de terreno arenoso, em plano mais alto do que as terras de argila, várzeas indica alta absorção e drenagem de água das chuvas, lembrando que as terras arenosas estão sobre terreno de argila mais impermeável, ou sobre pedras  e lajedos profundos, onde se forma o grande aquífero da ZMRN.





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