Nem Ganges, na Índia, nem Tietê, no Brasil. O rio mais poluído do mundo fica na Indonésia e está repleto de todo tipo de poluentes: mercúrio, chumbo, arsênico, resíduos domésticos e materiais fecais. Além disso, a multiplicação dos resíduos tóxicos despejados pelas fábricas têxteis da região agravam o problema ambiental. Com 225 quilômetros de extensão, o Citarum River nasce nas encostas do Monte Wayang, em Java Ocidental, e segue o seu curso até o Mar de Java, onde se localiza a sua foz. Ele também passa nos arredores da capital da Indonésia, Jacarta. Milhões de pessoas vivem na bacia do rio, e a maioria delas depende do seu fluxo para o abastecimento de água. Além do esgoto doméstico, a forte poluição da água por resíduos das indústrias também está ameaçando a saúde das pessoas indiretamente. Ao longo de muitos séculos, esse rio foi relevante para a continuidade da fauna da região e de grande utilidade para os indonésios que moravam nas suas margens, em palafitas ou vilarejos não só por meio da pesca, mas também através de irrigações para o cultivo de arroz e outros cereais. Porém, a indiferença das autoridades do país, onde não há legislações de proteção ambiental, praticamente devastou a paisagem local e fez com que essa riqueza geográfica atingisse níveis incalculáveis de poluição. Com milhões de pessoas ainda vivendo em sua bacia, há mais de 500 fábricas ao redor do rio, despejando seus resíduos industriais nas águas. A falta de cuidados e investimentos em saneamento básico também faz com que as pessoas despejem seus dejetos diretamente no rio, onde não há qualquer posto ou estação de tratamento sanitário. Após décadas de tentativas infrutíferas de limpá-lo, Jacarta afastou as autoridades locais e se encarregou da situação. O objetivo é que a água do rio seja potável antes de 2025, uma missão quase impossível. O governo indonésio pediu à polícia, ao exército e à justiça que punissem as empresas que não respeitarem a lei. Agora as fábricas que despejam resíduos no rio podem perder a licença.
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