15 de agosto de 2021
Compartilhado com Público
No Chute e na fantasia, ilusão, gera-se uma política do faz de conta, desumana. Centro de atividades "mutilos" da comunidade quilombolas que faz o povoado Nova Descoberta, Ielmo Marinho- RN; Como o próprio nome sugere, seriam atividades artesanais que trouxessem renda para as pessoas da comunidade; até o momento (da foto) duas pequenas oficinas funcionam tímida e precariamente: construção de vassoura feitas de garrafas "pet" e oficina de bordados à mão; os componentes de material para fazer as vassouras são todos comprados, inclusive as garrafas "pet", presilhas, cabos de vassoura, o que depende de capital e limita os lucros na venda das vassouras; quanto aos bordados, como é de se esperar, depende mais de habilidades natas das pessoas, do que da aprendizagem, sem falar na concorrência com oficinas similares de bordado por toda parte; As pessoas da comunidade sobrevivem da aposentadoria dos idosos, dois idosos, 2 salários mínimos em uma casa mantendo até 10 pessoas, ou das bolsas esmolas do governo federal para o caso de famílias que tem filhos estudando; fora desses casos de renda, é cada um por si, buscando algum rendimento para viver, fazendo esporadicamente serviço de pedreiro, servente nas cidades próximas, inclusive na Grande Natal, ou fica nas fazendas da área fazendo algum serviço sem vínculo empregatício, sem direitos trabalhistas, e mal remunerado, e ainda, nas olarias, cerâmicas de produção de tijolos de argila; Mesmo que o governo federal oficializasse a posse de suas terras, cerca de 300 hectares, o tipo de agricultura praticada na região NE é incompatível com as atuais condições climáticas geradas exatamente pela a secular agropecuária paleolítica; O centro de atividades não tem a visão de ampliar a produção de artesanatos e não sabe como aproveitar a matéria-prima disponível, principalmente os variados tipos de argilas, inclusive para porcelana; Essa comunidade nasceu e viveu por muito tempo em função da agricultura, mas como não dispõe de terras próprias, as novas gerações não quer esse tipo de atividades, exatamente pelo exemplo que ver nos pais que hoje, idosos, pobres, têm de sobreviver dos programas paternalistas e assistencialistas; as fazendas que ocupam as terras que por direito constitucional seriam dos quilombolas estão há muitos anos fora do ramo de pecuaristas ou agricultura, e já não é possível cultivar o abacaxi, que já foi o grande trunfo da agricultura na área; desta forma as terras estão inativas, e consequentemente estão se recuperando das agressões ambientais sofridas por 2 Séculos, com as atividades intensivas agropastoris do "homem das cavernas"; Captando-se e armazenando-se água doce das chuvas, diretamente das nuvens, sem minerais, sem matéria orgânica, sem lixos, em quantidade e qualidade, todos os anos, dentro ou junto do "roçado", é possível transformar essa propriedade dos quilombolas (e outras da área) em celeiro de alimentos no RGN, sem falar no fácil escoamento da produção para o mercado consumidor da Grande Natal; Para o bem dessa comunidade resta torcermos para que o presidente da Associação da comunidade se utilize do material científico cedido por nós, FEMeA, e quando algum órgão dos governos federal, estadual e municipal vier oferecer recursos para construção de cisternas, barragens subterrâneas, açudagem e outras fantasias, comprovadamente inúteis no semiárido, ter a coragem e a consciência de ensinar-lhes que existe formas inteligentes, racionais para se extirpar a seca cultural.
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