Marcos Antônio Drumond - Embrapa Semiárido
O sabiá ocorre naturalmente nos estados do Rio Grande do Norte, Piauí e Ceará, parte do Maranhão e de Pernambuco, e na chapada do Araripe, divisa com o Ceará. Esta espécie tem crescimento cespitoso, ou seja, de um mesmo ponto na base da planta partem vários fustes ou troncos (Figura 1) e ocorre, preferencialmente, em áreas de solos profundos e férteis. Mas tem apresentado bom desenvolvimento nos locais de solo mais pobres. Nesses casos, trata-se de cultivos comerciais, é importante suprir as plantas com adubação orgânica e/ou química.
Essa espécie se destaca como uma das principais fontes de estacas para cercas no Nordeste, em especial no estado do Ceará. A partir do terceiro ao quarto ano, já pode fornecer estacas para cercas. A madeira também é utilizada para energia, apresentando peso específico em torno de 0,87g cm-3 e um teor de carbono de aproximadamente 73%.
Estas características qualificam a espécie como uma boa opção para a produção de lenha e carvão. Atualmente, nas áreas irrigadas do Vale do Rio São Francisco, as estacas dessa espécie são amplamente comercializadas e utilizadas, em especial, como tutores para sustentação dos parreirais.
Para as condições do Semiárido brasileiro, é considerada uma espécie de rápido crescimento, com incremento médio de 1m de altura por ano. Segundo estudos da Embrapa Semiárido, o sabiá, com sobrevivência de 92% aos 8 anos de idade, apresentou altura média de 5,8m e diâmetros a altura do peito de 7,7 cm, traduzindo em um incremento médio anual (IMA) de 4,9 m3/ha ano-1.
No Nordeste, em região subúmida, obteve-se um volume médio de 46,5m3 por hectare em plantações com seis anos de idade, com espaçamento de 2 x 2 m, apresentado um IMA em torno de 7,7 m3/ha ano-1. Estes dados mostram que a produção de madeira varia em função da zona ecológica em que a espécie é plantada.
Foi introduzida com êxito em regiões úmidas dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, sendo que nesses locais a espécie é conhecida como sansão-do-campo. É uma árvore de pequeno porte que pode atingir, em fase adulta, até 8m de altura e cerca de 20 cm de diâmetro à altura do peito. Seu tronco apresenta espinhos que desaparecem com a idade, enquanto que os ramos, quando jovens mantêm esta característica.
NB (nossa); nasce em SOLO profundo (espessura acima de 50cm), a exemplo do SOLO das várzeas dos rios temporários do sertão; no RN é planta nativa do cerrado no oeste norte-rio-grandense; foi levada como estaca verde, cerca viva, para o agreste e zona da mata RN-PB-PE onde se deu muito bem, podendo brotar 20 galhos a partir do tronco; muito semelhante a jurema, espinhosa, muitas aplicações na produção de medicamentos; permanece enfolhada na maior parte do ano; o fruto é utilizado por vários animais da fauna local, e as folhas são forrageira para o gado; excelente para arborização e recuperação de área degradadas.
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