Na época que a escola foi construída, a partir de um planejamento que obedecia normas do governo brasileiro, era uma forma de levar educação, instrução ao Homem (jovens, crianças) do campo, da área rural; a escolha do local para a construção do prédio da escola obedecia ao número de habitantes nessa área; do lado esquerdo, uma sala de aula, e à direita a secretaria e direção da escola; provavelmente a diretora e professora vinham da sede (cidade) do município, ou vinham para casa de amigos, familiares onde passavam a semana dando aula; 30, ou mais alunos com séries diferentes do ensino primário, do 1º ao 3º ano pela manhã, e 4ª e 5ª série à tarde; livros, material escolar do governo, muito pouco; lápis, caneta, borracha adquiridas pelos pais dos alunos, também deficitários; de 20 alunos que conseguiam terminar a 5ª série, um ou outro conseguia ingressar no ADMISSÃO ao colegial; crianças com mais de 7 anos de idade, e jovens que estudavam pela manhã, ajudavam os pais à tarde nas tarefas da roça; o mesmo aconteciam com quem estudava à tarde, ajudavam-se no "roçado", pela manhã na lida com a "criação" de caprinos, ovinos, bovinos, e com os animais de montaria - equídeos, muares que os levariam à feira (no sábado, ou no domingo)livre na cidade (sede do município, ou vizinho); plantavam-se (na época das chuvas) milho, feijão, batata doce, jerimum; criava-se as vacas e as cabras que davam leite, até para fazer queijo; criavam-se ovinos e caprinos para fornecer carnes; galinhas para ovos e carne, e ainda sobrava os bichinhos para ser vendidos nas cidades, para comprar-se o que a "roça" não produzia; Alumas coisas que não dava para se comprar com essa produção, comprava-se FIADO na "bodega", no armazém de panos(tecido, roupa) e calçados, e no final do ano pagava-se com a apanha de algodão; Quando era ano de El ñino, que acontecia de 8 em 8 anos, os 300mm de chuvas não davam para se plantar e se criar gado; o inverno normalmente começa em janeiro no semiárido, e já no mês de dezembro do ano anterior preparava-se o roçado para o plantio, havendo quem plantasse no (chão) seco já contando com a chuva em janeiro, mas se até o mês de abril a chuva não chegasse, era seca; Aí o governo federal mandava mercadoria para manter o Homem nordestino nas frentes de trabalho, trabalhando de segunda a sexta feira em troca de 4 a 5 kg de gêneros de primeira necessidade, quase sempre mercadoria de má qualidade: arroz com gorgulhos, feijão que não cozinhava, jabá mofada, Etc; nessas frentes de emergência cava-se um buraco no chão para entupir outro buraco, sem qualquer fundamento - uma forma de manter o Homem ocupado, que na sua ingenuidade agradecia aos homens do "poder" pelo "comer"; se o homem conseguia fugir do Nordeste para o Sudeste, ou para o Sul, vendendo tudo o que tinha para a viagem, quase sempre era tratado nessas regiões como sub-raças, analfabeto, ignorante. O governo construía açudes, poços tubulares, ETC como suposta solução para o semiárido, mas a partir de 1.970 o clima ficou doidão: quando não eram enchentes acabando com as cidades da zona da mata NE e, arrombando os açudes do sertão, era 3 a 4 anos de invernos inferiores a 200mm por ano; os açudes não tomam água, os lençóis subterrâneos se esgotando, ou ficando salgado; o semiárido CONGELOU nessa situação, o Homem do campo fugiu para as cidades do NE, já que nas regiões Sul e Sudeste, mais desenvolvidas, a miséria campeia igualmente, e pior: violência, praga, doenças, morte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário