sábado, 28 de abril de 2018

Que loucura: choveu no CE/2.018 200 vezes mais.

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"Temos água pra mais um ano", diz secretário Francisco Teixeira

| CRISE HÍDRICA | Apesar do aumento de chuvas, secretário dos Recursos Hídricos diz que situação do Ceará ainda é crítica

01:30 | 28/04/2018

PARA O SECRETÁRIO, é preciso diversificar as fontes hídricas MAURI MELO
PARA O SECRETÁRIO, é preciso diversificar as fontes hídricas MAURI MELO
O volume chuvoso no primeiro quadrimestre do ano já é o melhor dos últimos sete anos no Ceará. Este abril atingiu o recorde da década com volume de chuva. Secretário dos Recursos Hídricos, Francisco Teixeira falou ao O POVO sobre o cenário atual período no Estado. Ele destaca que tivemos um importante aumento no abastecimento, mas que ainda não saímos da crise hídrica.
Ele explica que estamos com 16% da capacidade e que o ideal seria estarmos com mais de 30%. “Mas, de qualquer maneira, é uma quantidade que ameniza muito a situação crítica das cidades no Interior”, explica. E avisa que a tarifa de contingência na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) continuará. “Porque o sistema metropolitano deu uma recuperadinha, mas só temos água pra atravessar o ano, possivelmente”. (Isaac de oliveira)
O POVO: Como o Estado está avaliando esses três primeiros meses de quadra chuvosa?
Francisco Teixeira: A avaliação é que a gente conseguiu acumular uma reserva pra escapar mais um ano. Não tivemos aquele nível de armazenamento pra sair da crise totalmente. Dizer que o Castanhão encheu, o Orós, o Banabuiú, o sistema metropolitano e temos água pra cinco anos, não temos. Temos água pra mais um ano. Ano passado, por essa época, a gente estaria com 12% (da capacidade de reserva). Hoje estamos passando de 16%. Mas qualquer coisa abaixo de 30% a gente considera crítico. O ideal é ter 60% pra cima que dê uma zona confortável. De 30% pra baixo, a gente considera crítico, de 50% pra baixo, alerta. E aí nós não conseguimos sair dessa faixa crítica. Mas, de qualquer maneira, é uma quantidade que ameniza muito a situação crítica das cidades no Interior. A gente chegou a ter risco de colapso em 60 cidades numa determinada época ao longo dessa grande seca. Conseguimos evitar esse colapso, construindo mais de cinco mil poços, construindo adutoras de montagem rápida.
OP: Qual o planejamento pra esse ano?
Francisco Teixeira: Continuar com a mesma política que nós temos trabalhado desde quando o governador Camilo Santana assumiu o governo de 2015 até hoje. O grupo de contingência se reúne toda sexta-feira. A tarifa de contingência na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) vai ter que continuar, porque o sistema metropolitano deu uma recuperadinha, mas só temos água pra atravessar o ano, possivelmente. Temos que ter ajuda do Castanhão que, por sua vez, também pegou uma recarga, melhorou, mas não saiu da situação mais critica. Então é uma quantidade de água onde nós temos que fazer a gestão eficiente e eficaz que temos feito nesses últimos três anos e meio. Temos que trabalhar ainda a tarifa de contingência e continuar com as ações de diversificar as fontes hídricas. Agora mesmo o governador já botou pra funcionar um segundo sistema de bombeamento do Maranguapinho. O açude Maranguapinho vai atender tanto Maranguape como Maracanaú. Tem o sistema do açude do Cauípe, mais poços na região do Pecém, Cumbuco e Taíba, reúso da água que nós estamos começando a botar pra frente com Cogerh e Cagece, a planta de dessalinização da água do mar que a Cagece deverá começar as obras ainda este ano.

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