quinta-feira, 2 de maio de 2019

É 186

 Nu, cru e assado; mas para quem gosta do lixo um pouco mais tostadinho e quente, aqui tem lixo para todos os gostos e preferências culturais.
 Lixão humano para todos os níveis intelectuais e de instrução dos  BR; NU, CRU e ASSADO.
 90% de toda massa orgânica e inorgânica que existiu nesse local, antes do fogo, foram transformadas em cinzas, fumaça, fuligem e carvão; o carvão ficou, porém os outros elementos, resultantes da queimada, estão rodando o planeta Terra, na atmosfera dinâmica, degradando os elementos da atmosfera, criando a chuva ácida, desintegrando a camada de ozônio, alterando as porcentagens dos elementos químicos gasosos, criando moléculas estranhas, que trazidas para a litosfera e hidrosfera vão causar desastres ambientais,  indefinidamente.
 Agricultura desenvolvida sobre o lixo que foi recentemente enterrado; pobre Homem nordestino: o chão em que ele está pisando é altamente contaminado com gases tóxicos à respiração, e com  ácidos altamente corrosivos; imaginem se ele tiver de comer o fruto de sua agri-cultura do lixo; sua presença, por tanto tempo, nesse ambiente hostil, degradante, respirando o lixo queimando ( ao fundo) dia e noite, significa que para cada dia no lixão terá a redução de um ano na sua expectativa de vida; Isto é muito ruim, é mal.
 Uma imagem espetacular do lixão humano, civilizado, humanizado; os urubus no monte de terra esperando a comida assar na fornalha, embaixo; enquanto parte do lixão está queimando, já tem suprimento novo esperando o fogo; na nossa cultura (nordestina) tudo o que não presta deve ir para o fogo, já que o fogo é um agente de destruição incompatível com a vida; mas no lixão o fogo nunca apaga; mesmo chovendo  sobre o lixão à céu aberto há muitos materiais combustíveis que se inflamam na água; a água acumulada na vala do lixão aumenta o volume de chorume, e facilita a infiltração desse material, até atingir a parte sólida, embaixo do lixão, no caso, lajedos submersos, extensos, de forma que ao atingir o lajedo impermeável o chorume vai escorrendo mundo à fora atingindo grandes distâncias, contaminando o lençol de água subterrânea; se o lixão à céu aberto já é uma agressão ambiental descomunal, queimando-se, então, vira um inferno de proporções danosas catastróficas.
 Se no lixão humano o urubu tem alimentos diversificados - animais domésticos que morrem na CIDADE e são descartados pelo cidadão no lixão; tem a matéria putrefata, de origem animal, da cozinha do cidadão, que vem para o lixão; MAS os urubus tem, nesse momento, água abundantemente empoçada nas estradas carroçáveis do agreste RN; para que vida melhor?  É pena que essa água desaparece logo, logo pela evaporação de 8L/m² da superfície da poça, por dia, e se não tiver outra chuva, o urubu terá de se deslocar, logicamente voando, para beber no poço da merda, ou no riacho da merda urbana, que fica a cerca de 2km do lixão, ou seja, para o urubu está tudo no mesmo lugar; muito conveniente, civilizado e humanizado.

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