quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

Se dar para produzir alimentos.

 

Ser contemporâneo de um rio temporário que se tornou rio seco, por conta da ação predadora do Homem, exige um grande empenho por parte desse blogspot.com - Educação Ambiental, porque: Quem conhece o Problema, conhece a solução; essa massa verde é capim elefante, plantado junto ao rio Potengi, junto à cidade de São Pedro do Potengi-RN, irrigado com água salobra do lençol freático do leito desse rio, a  fonte de alimentos (do gado) com maior produção de massa orgânica que se conhece; o capim elefante irrigado com água salobra do rio cresce 2cm por dia, podendo chegar (a haste com folhas) a 3,60m de altura com 180 dias, produzindo 10kg  (no corte, colheita) de capim por metro quadrado (da área plantada), ou 100.000 kg por hectare, mas já ficou provado que na época das chuvas, com água doce, o capim elefante cresce 3cm por dia, o que significa dizer que nos 180 dias, MADURO, teria uma altura de 4m, produzindo até 15 kg de massa vegetal por m²; nenhuma outra gramínea, ou qualquer outra planta, alcançaria esse desenvolvimento; em todos os rios temporários, hoje rios secos, do sertão RN se planta capim elefante com água salobra do rio; mas por que a água é salobra? Mas por que as plantas adaptadas  água salobra são tão poucas? Existe a vida de água doce nas terras emersas, e a vida de água salgada nos Oceanos e mares - uma não sobrevive no ambiente da outra; Como definir se uma água é doce ou salgada? Para nosso conhecimento intuitivo, intelectual, essa definição se dar por intermédio de análise laboratorial da água; a água do Mar do NE tem 3,5g de sal (cloreto de sódio) por litro de água; a água do Mar tem mais de 50  OUTROS elementos químicos estranhos à água, para qual estão adaptados a flora e a fauna de água salgada; para nosso conhecimento instintivo, empírico, podemos determinar se uma água é salobra ou salgada com os recursos biológicos da nossa língua, capaz de distinguir se o feijão está  ensosso ou salgado; Mas podemos fazer a análise empírica, do teor de sal, por litro de água, com uma OFICINA onde se dispõe de água doce das CHUVAS, uma balança para pesar o sal, e vasilhas com medidas  graduadas do líquido (ou pesando a água, já que 1 kg de água = 1 litro); com esse tipo de pesquisa empírica, que não deixa de ser uma pesquisa científica, verificou-se que a água é salobra com até  UM grama de cloreto de sódio por litro de água; no rio  Potengi a água é salobra pela presença de cloreto de sódio, natural, e nitrato de sódio, salitre, artificial; Quando  o Potengi recebe uma enchente (água doce das chuvas) toda água subterrânea do lençol (saturado de água) é água doce (ao nosso paladar), e à medida que se passam os anos, sem ter enchentes, o lençol de água vai secando, a salinidade aumenta; atualmente a água é salobra, mas se não tiver enchentes no rio por 2 anos. a água estará salgada, uma situação estranha até para o capim elefante irrigado; São poucas as plantas que suportam água salobra, a exemplo do capim elefante; Mas no agreste RN 80% das várzeas dos riachos e rios têm salitre, e neste caso somente a grama "pirrichil" consegue sobreviver.
Rio Potengi, o rio grande do norte; nosso objetivo e ênfase em mostrar esse rio seco, em um trabalho de educação ambiental , se torna mais importante por ter sido esse rio, que nasce em Cerro Corá- RN, com 176 km de extensão, que tem a foz em Natal, que deu o NOME à Capitania - 1.534, à Província - 1.822,  e ao Estado RN - 1.889; que durante milhões de anos foi rio caudaloso; em milhares de anos, rio perene, durante centenas de anos, rio temporário, e a partir do final do Século 20, rio seco; é rio temporário quando em determinada época do ano, normalmente na época das chuvas, tem água corrente no leito; rio seco quando se passam até 5 anos sem ter água corrente no leito; a última enchente desse rio aconteceu em julho de 2.011; Mas deu enchentes em 2.016, 17, 18, 19, 20; costuma-se imaginar que a transformação de rio temporário em rio seco, tem como causa a redução na oferta de chuvas; de fato é uma das causas; outra causa, que também surgiu com a redução na oferta de chuvas, é a construção de açudes, já que para a comunidade científica, a açudagem seria a forma de se armazenar a pouca água das chuvas, e assim dispor-se de água no verão, de até 200 dias, para se plantar capim na vazante do açude, ração verde para alimentar o gado, e também água para o gado beber, e para o abastecimento urbano; no rio Potengi há um açude - o açude Campo Grande em São Paulo do Potengi, a 70km da foz, e portanto a 106 km das nascentes do rio; nos afluentes desse rio, entre São Paulo do Potengi e Cerro Corá , sertão RN,  há mais de 100 Outros açudes, todos SECOS, vazios nesta data (da fotografia); nos afluentes entre São Paulo e São Gonçalo do Amarante há outros tantos açudes, alguns com água por conta da melhor oferta de chuvas nessa área do agreste e zona da mata; o açude Campo Grande, o maior desse rio, tem cerca de 20% de sua capacidade ocupados com LAMA fedorenta; uma das causas que inviabilizam a construção de açudes, como forma de se armazenar água para a seca no  semiárido, é a grande evaporação de água de superfície livre, um fenômeno recente - são  de 6 a10 litros de água evaporados da superfície do açude, por dia/m²; por ano seria a fuga de uma lâmina de água de 4m de espessura.
Na várzea do rio Potengi, agreste RN, milho sorgo cultivado por irrigação com água salobra do lençol freático do leito do rio; o sorgo é uma gramínea, e a exemplo do capim elefante e da cana-de-açúcar, tolera água salobra e solo com teor médio de salitre, ou pelo menos é o que se tem constatado com essas plantas cultivadas nas várzeas dos rios temporários, e nas vazantes dos açudes do semiárido; nem tudo está perdido;
Grande massa orgânica de capim elefante, verde, plantado junto as margens do rio Potengi-RN, irrigado com água salobra (lençol freático) abundante da areia do leito do rio, estrumado com estrume de gado bovino; ASSIM está caracterizado o Ciclo alimentar: o solo gera e mantém o capim, o gado come o capim, o capim e o SOLO  se alimentam dos excrementos do gado;
O Rio Potengi semimorto, vendo-se a grande largura nesse ponto; a largura do rio está limitada pela elevações de argila e pedras, que durante muito tempo foram usadas para o plantio de lavoura de subsistência e algodão, abandonadas nos últimos 30 anos, tempo suficiente para surgir um vegetação secundária; nessas elevações, terrenos acidentados, não se permitia o uso de arado de trator, ou de capinadeira, e tão somente enxadas, razão pela qual nem todo solo das elevações foi levado pela erosão, o que é favorável para não assorear o rio; com os frequentes e contínuos período de estiagens, ou seja, com oferta de chuvas de baixa precipitações, em curtos períodos, o Homem desistiu da agricultura, e hoje essas margens do rio Potengi  são usadas para o plantio de capim, ração do gado; o capim, como já tivemos oportunidade de frisar em postagens nesse  Blog, é o capim elefante, muito adaptado à água salobra do rio, e de suas margens salinizadas.
Leito seco do rio Potengi a pouca mais de 50 km da foz; nos anos de 2.008, 2.009 e 2.011 as grandes enchentes arrancaram as várzeas laterais, levando as barreiras do rio até as elevações que se vê ao fundo; no lugar das várzeas há uma camada de areia, confundindo com o leito do rio; por isto,  neste ponto a largura do rio passa de 100m; as várzeas dos rios do semiárido seriam as melhores terras agrícolas; até a década de 70 o rio Potengi tinha, no período das chuvas,  água corrente no seu leito, mesmo que  a oferta de chuvas fosse de 400 mm, 400 L/m², já que o terreno rígido (e desmatado), alto, das elevações que margeiam o rio é impermeabilizado, fazendo com que toda água da chuva precipitada escorresse para a calha; com isso levava areia, assoreando o rio, de modo que as enchentes se espalhavam pelas várzeas, arrancando-as, e cobrindo a área com terra;  a vegetação verde mostra que o rio não está totalmente morto.

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