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Letras Ambientais

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Semiárido fica duas vezes mais quente que o Agreste, aponta estudo

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As áreas áridas brasileiras estão se tornando mais quentes, em ritmo duas vezes maior do que as áreas subúmidas secas, ou seja, as áreas de Agreste. É o que mostra um estudo inédito publicado pelo pesquisador Humberto Barbosa, fundador do Laboratório Lapis.

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O Semiárido tem ficado mais seco e mais árido. A região se expandiu e já inclui municípios tanto do Maranhão quanto do Espírito Santo.

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De acordo com a pesquisa, cerca de 8% do Semiárido brasileiro já são áreas áridas, que incluem o Raso da Catarina (no norte da Bahia e sul de Pernambuco), os Cariris paraibanos e uma área no sul do Piauí. O artigo publicado reclassifica o mapa das terras secas no Brasil, que incluem áreas áridas, semiáridas e subúmidas secas (Agreste), utilizando dados de satélites.

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Atualmente, as terras secas representam mais de 26% dos municípios brasileiros, onde vivem cerca de 31 milhões de pessoas. Além da maior parte dos estados do Nordeste, a área inclui ainda o norte de Minas Gerais e Espírito Santo.

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Segundo Humberto Barbosa, responsável pelo estudo, “a agricultura de sequeiro e a criação de animais devem mudar nessas áreas, pois as altas temperaturas durante as secas podem aumentar a morte de animais. E a infraestrutura dos municípios não foi construída para lidar com secas-relâmpagos, que são secas rápidas de curta duração, associadas ao calor extremo”.

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Dentro do contexto de desertificação do Semiárido brasileiro, a redução da chuva provocada pelas secas-relâmpago tem implicações imediatas para aumento dos incêndios florestais. Além dos impactos na temperatura da superfície (mais quente), na chuva (mais seco) e no clima (mais árido), a redução das nuvens formadoras de chuva também influencia na propagação do fogo e no aumento da degradação.

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Todos esses fatores comprometem a capacidade de adaptação dos agricultores de sequeiro, em um ecossistema cada vez mais árido e degradado.

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O conteúdo deste post foi aprofundado no Livro “Um século de secas”: https://www.letrasambientais.org.br/sobre-livro

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