Publicação de Filosofia - Poesia - Verdades
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Damião Medeiros
Felicidade não é instinto animal, mas intuição, na capacidade de atribuir valores e razão a situações que o Homem cidadão do Universo pode adequar para o seu bem, e bem do Próximo, quando SERVIR se torna mais gratificante do que ser servido. Na minha infância e adolescência como flagelado da seca, morando no campo, no RN, a felicidade se manifestava quando na venda da produção de algodão meus país encomendavam um par de chinelos no sapateiro da rua (cidade) para cada membro da família, e a felicidade atingia o clímax quando no Fim do ano íamos á cidade nas festas do Natal com as sandálias novas; levávamos as sandálias enfiadas em um pau, no ombro, para inaugurar, calçar ao chegar á cidade; absolutamente precioso e importante; certa vez um dos meus irmãos, descalço, meteu o dedão do pé em uma pedra, esfolando-o, quando exclamou: já pensou se fosse na minha sandália nova! Vestir roupa feita de pano (tecido) de saco que vinha para as bodegas embalando farinha, feijão, açúcar, e ao se esvaziar o bodegueiro vendia-o a preço módico; fazer camisa e calção depois de tingir em água quente com uma tinta em pó; imaginem a nossa felicidade ao ganhar um calção verde e uma camisa amarela que parecia a bandeira brasileira com as cores da família imperial Orleans e Bragança.
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