domingo, 7 de agosto de 2022

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 1.018 - A seca no BR é um mistério para o Mundo civilizado e por isso criamos, com base científica, os processos que envolvem as causas: é seca oficial no semiárido se chover entre 200 e 400mm/ano; na zona da mata NE se chover menos de 600mm/ano; no NE AM se chover menos de 1.500mm/ano; no Sul da BA se chover menos de 1.000mm; Exemplo: Dando continuidade as postagens sobre o desastre ambiental, social, econômico, administrativo em um de centenas de assentamentos do Incra e do Banco da terra, no RN, que certamente servirão de subsídios para desenvolvimento de estudos e debates em Faculdades de administração de empresas, da ciência da Economia, filosofia, sociologia, agronomia, botânica, Etc, já que mostramos com textos e imagens toda decadência dessa propriedade que já foi uma fazenda (foto do açude) de gado pertencente ao um ex-governador do RN, por cerca de 80 anos, até a década de 60; foi um grande empreendimento financiado pelo governo federal para o plantio e beneficiamento da cana-de-açúcar; na fotografia o açude construído pelo fazendeiro Juvenal Lamartine há mais de 90 anos, sendo considerado o primeiro grande açude particular construído no RN, e o único dessa propriedade que não secava com um verão de 11 meses, sem chuvas, e hoje soterrado, e totalmente inútil devido a salinidade da água por cloreto e nitrato de sódio, impróprio para o abastecimento doméstico, e nocivo para irrigação da maioria das plantas; por conta desse desastre ecológico/ambiental (com a salinização da água) toda várzea do rio (único da propriedade) Camaragibe, em 800 hectares, está salinizada, terra preta, de alta fertilidade e grande espessura ficou CINZA por conta do salitre, aonde só nascem a árvore algaroba e a grama pirrichil; as várzeas dos rios são também as maiores depressões do terreno no semiárido, e portanto gozam de benefícios, como por exemplo: mantém a umidade por conta da menor agressão dos ventos secos, e menor incidência de luz solar; as plantas nativas dessas várzeas de rios foram as mesmas do cerrado circundante, todavia o porte e a condensação indivíduos arbóreos permitem uma massa vegetal 2 vezes maior do que nas partes altas(redução de evaporação); foram as primeiras terras desmatadas na área para a agricultura intensiva e plantação de capim para alimentar o gado no verão seco; até à década de 50 as várzeas do rio Camaragibe, nessa propriedade, tinham lavoura de milho e feijão durante a estação chuvosa, mas havia fruticultura permanente - coqueiros, goiabeiras, mangueiras, fruta do conde, e até melancia e jerimum no verão. Até à década de 60 essa propriedade tinha 40% de matas nativas preservadas, com plantas típicas de CERRADO - umburana, angico, aroeira, catingueira, mulungu, cumaru, cardeiro, (mandacaru) facheiro, e também plantas de caatinga: pereira, velame, marmeleiro, xiquexique, macambira. O plantio de cana-de-açúcar foi feito exclusivamente em 600 dos 800 hectares de várzeas do Camaragibe , atrás do açude, já que durante o verão a cana-de-açúcar seria irrigada com a água salobra do açude; a cana-de-açúcar, uma gramínea, suporta água ligeiramente salobra, ou terras ligeiramente salinizadas; até então a água do açude era salobra, enquanto que a salinização das terras da várzea era muito baixa, e isolada; à medida que as secas (menos de 300mm de chuvas) se intensificaram na década de 90 - 1.991,92,93,95,97,98,99, o açude não recebia água das chuvas, quando a oferta de chuvas é menor que 300mm/ano; no longo verão desses anos, 70 a 80% da água desse açude fugia por evaporação, extraída pelo vento seco, sugada pela terra seca em torno da represa, baixa umidade do ar; à medida que a represa vai perdendo água, a salinidade aumenta; com o verão prolongado mais água era extraída (pelo SIFÃO) do açude para irrigar a cana-de-açúcar (da parede do açude para baixo), até o colapso total: não tem água para irrigar a cana-de-açúcar; A década de 70 (1.970+), época do plantio de cana-de-açúcar, bem servida de chuvas com 4 anos com mais de 800mm/ano; na década de 80 tivemos apenas 2 anos com oferta de chuvas inferior a 300mm/ano, nesta área do agreste RN; o assentamento de 1.999 recebeu um grande investimento do governo federal na aquisição das terras com a "porteira fechada" com todo maquinário e veículos USADOS no cultivo e industrialização da cana-de-açúcar; construção de agrovilas, estrutura de eletrificação, escolas, postos telefônicos, gado da fazenda, casa de fazer farinha de mandioca, e equipamentos agrícolas, créditos para o custeio da produção agropecuária, e NADA de produção em 22 anos.

Janilson Cleber
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