sexta-feira, 10 de março de 2017

Multiplicação do RSF

Bacia hidrográfica do RSF, E DESTINAÇÃO REDENTORA DO RIO SÃO FRANCISCO, a partir de sua situação hídrica atual.


Um rio que une climas e regiões diferentes, por isso chamado de Rio da integração nacional, o São Francisco, descoberto em  04 de outubro de 1.501 (dia consagrado a São Francisco de Assis),  tem esse título por ser o caminho de ligação do Sudeste e do Centro-Oeste com o Nordeste. Desde as suas nascentes, na Serra da Canastra, em Minas Gerais, até sua foz, na divisa de Sergipe e Alagoas, ele percorre  mais de 2.800 km. Ao longo desse percurso, que banha cinco Estados, e centenas de municípios,  o rio se divide em quatro trechos: o Alto São Francisco, que vai de suas cabeceiras até Pirapora, em Minas Gerais; o Médio, de Pirapora, onde começa o trecho navegável, até Remanso, na Bahia; o Submédio, de Remanso até Paulo Afonso, também na Bahia; e o Baixo, de Paulo Afonso até a foz. 

O rio São Francisco recebe água de 168 afluentes, rios e riachos, dos quais 99 foram perenes até final do Século XIX; 90 estão na sua margem direita e 78 na esquerda. A reposição de água de sua Bacia, por água das chuvas, concentra-se nos cerrados do Brasil Central e em Minas Gerais e a grande variação do porte dos seus afluentes é consequência das diferenças climáticas entre as regiões drenadas. O Velho Chico – como carinhosamente o rio também é chamado – banha os Estados de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas. Sua Bacia hidrográfica também envolve parte do Estado de Goiás e o Distrito Federal. 

Os índices pluviais da Bacia do São Francisco variam entre sua nascente e sua foz. A pluviometria média vai de 1.900 milímetros na área da Serra da Canastra a 350 milímetros no semiárido nordestino.
 Por sua vez, os índices relativos à evaporação mudam inversamente e crescem de acordo com a distância das nascentes: vão de 500 milímetros anuais (500L/m² da lâmina d`água) na cabeceira, a 2.200 milímetros (2,2m por m²) anuais em Petrolina (PE), e por conta das agressões crescentes pode ter chegado a 8L/m²/dia na água corrente, ou 2.900mm ao ano. 

Embora o maior volume de água do rio seja ofertado pelos cerrados do Brasil Central e pelo Estado de Minas Gerais, é a represa de Sobradinho que garante a regularidade de vazão do São Francisco, mesmo durante a estação seca, de maio a outubro. Essa barragem, que é citada como o pulmão do rio, foi planejada para garantir o fluxo de água regular e contínuo à geração de energia elétrica da cascata de usinas operadas pela Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) – Paulo Afonso, Itaparica, Moxotó, Xingó e Sobradinho. É assim que ela opera. Existem 9 usinas hidroelétricas no RSF, e mais 5 menores em seus afluentes.

Depois de movimentarem os gigantescos geradores daquelas cinco hidrelétricas, as águas do São Francisco correm para o mar. Atualmente (1.990) 95% do volume médio liberado pela barragem de Sobradinho – 1.850 metros cúbicos por segundo – são despejados na foz e apenas 5% são consumidos no Vale. Nos anos chuvosos, a vazão de Sobradinho chega a ultrapassar 15 mil metros cúbicos por segundo, e todo esse excedente também vai para o mar. 

A irrigação no Vale do São Francisco, especialmente no semiárido, é uma atividade social e econômica dinâmica, geradora de emprego e renda na região e de divisas para o País – suas frutas são exportadas para os EUA e Europa. A área irrigada poderá ser expandida para até 800 mil hectares, nos próximos anos, o que será possível pela participação crescente da iniciativa privada. Mas o RSF agoniza, comprometendo a geração de energia elétrica, desde 2.012; é urgente e necessário um 

 Programa de Revitalização do São Francisco, cujas ações nunca saem do papel, desde o Governo FHC, passando pelos governos seguintes. E Revitalização, no curto prazo é  melhoria da navegação no rio, providência que permitirá a otimização do transporte de grãos (soja, algodão e milho, essencialmente) do Oeste da Bahia para o porto de Juazeiro (BA) e daí, por ferrovia, para os principais portos nordestinos, mas também a produção de pescado, muito comprometido com a redução na vazão de água, e por conta de 400m³ de esgotos lançados, por minuto pelas cidades e povoados ribeirinhos ao SF e seus afluentes. Há também muita argila da agricultura irrigada dissolvida na água que a torna TURVA, barrenta, inibindo a piscicultura. 

Números do Rio 

Extensão: 2.800 quilômetros – desde a Serra da Canastra, no município mineiro de São Roque de Minas, onde nasce, até a sua foz, entre os estados de Sergipe e Alagoas. 

Área da Bacia: 634 mil km2; as nascentes geográficas estão no município de MEDEIROS, MG. 

Está dividido em quatro trechos: 



- Alto São Francisco – das nascentes até a cidade de Pirapora (MG), com 100.076 km2, ou 16% da área da Bacia, e 702 km de extensão. Sua população é de 6,247 milhões de habitantes 
- Médio São Francisco – de Pirapora (MG) até Remanso (BA) com 402.531 km2, ou 53% da área da Bacia, e 1.230 km de extensão. Sua população é de 3,232 milhões de habitantes 
- Submédio São Francisco – de Remanso (BA) até Paulo Afonso (BA), com 110.446 km2, ou 17% da área da Bacia, e 440 km de extensão. Sua população é de 1,944 milhões de habitantes 
- Baixo São Francisco – de Paulo Afonso (BA) até a foz, entre Sergipe e Alagoas, com 25.523 km2, ou 4% da área da Bacia, e 214 km de extensão. Sua população é de 1,373 milhões de habitantes 
O Rio S. Francisco banha 5 estados: Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe, mas sua Bacia alcança também Goiás e o Distrito Federal 

A Bacia do rio abrange 504 de municípios, ou 9% do total de municípios do país. Desse total, 48,2% estão na Bahia, 36,8% em Minas Gerais, 10,9% em Pernambuco, 2,2% em Alagoas, 1,2% em Sergipe, 0,5% em Goiás e 0,2% no Distrito Federal 

Cerca de 13 milhões de pessoas (Censo de 2000) habitam a área da Bacia do São Francisco 

Dados da bacia hidrográfica em 1.990:
-Consumo na irrigação atual de água da Bacia do rio São Francisco: 91 m³/s.
-A água do RSF, embora doce, é altamente poluída e turva, e assim não serve para o consumo humano, sem um tratamento adequado que a torne potável. 

Vazão firme na foz (garantia de 100%): 1.850 m³/s 

Vazão média na foz: 2.700 m3/s 

Vazão disponibilizada para consumos variados: 360 m³/s 

Vazão mínima fixada após Sobradinho: 1.300 m³/s 

Vazão firme para a integração das bacias: 26 m³/s (1,4% de 1.850 m³/s) 

Por conta na redução na oferta de chuvas no semiárido MG/NE de 1.200.000 km² a partir de 2.012, todos os afluentes nessa área do semiárido se tornaram temporários, passando até 3 anos sem ter água corrente no seu leito; aumentou o consumo da água para irrigação, aumentou a evaporação de água de superfície livre e corrente.

 A DESTINAÇÃO REDENTORA DO RIO SÃO FRANCISCO DEPENDE DE UM PROJETO QUE UTILIZE A ÁGUA DISPONIBILIZADA PARA MULTIPLICAR A ÁGUA, que foi subtraída do rio pelos vetores supracitados.
1)  Entre Pirapora – MG e a foz entre AL e SE são 1.579 km, onde estão 9 usinas (barragens) hidroelétricas: Três Marias, Sobradinho, Itaparica, Paulo Afonso I, II, III, e IV, Moxotó e Xingó, cerca de 150km do corpo do rio para a represa de cada barragem hidroelétrica; nessa parte do corpo do RSF está a menor oferta de chuvas.
2)  Construir nesses 1.579 km mais 7 barragens, totalizando 16 com função de hidroelétricas, separadas (as paredes das barragens) uma da outra em 100km para a formação das 16 represas livres uma da outra;
3)  Durante um mês (ou mais) fecham-se as comportas para  encher TODAS as barragens, tomando como base um fluxo médio de água do rio de 1.000 m3 por segundo; um dia tem 86.400 segundos = 86.400.000 m³ de água armazenados por dia, vezes 30 dias, ou 8,64 x 107 x 30 = 2,592 x 109m³ de água= 2.592.000.000m³ formando o equivalente a um lago de água doce com 20 x 1.000 = 20.000 km²;
4)  Todo Canon do Velho Chico  estará preenchido com água, uma lâmina de água que tem 50m de espessura no leito (Canon).
5)  Abrem-se todas as comportas das 16 barragens para fluir 1.000m³ por segundos nas comportas de cada barragem, para mover as turbinas das hidroelétricas, cada usina produzindo o mesmo  volume ( quilowatts) de energia elétrica;
6)  Mesmo na ausência de chuvas na bacia hidrográfica do SF a vazão não será inferior a 300m³ por segundo, já por conta das fontes de água das nascentes, e o déficit de 700m³/seg será facilmente reposto pelo descomunal volume de água armazenado nas 16 barragens, até que chova no corpo de 2.863 km do RSF;
7)  A presença desse extraordinário volume de água doce, dentro dos 1.200.000 km² do semiárido MG/NE vai: a) aumentar a umidade do ar; b) permitir a piscicultura em grande escala; c) facilitar a coleta de água por canais para irrigação de lavoura, de todos os lados do LAGO, em uma área de mais de 1.500 km de extensão; d) a porcentagem de esgotos (400m³ por minuto) vai diminuir drasticamente; e) a água fica menos turva.
8)  De fato, multiplicam-se milhares de vezes a disponibilidade de água na bacia do RSF, utilizando o mesmo volume de água, com a construção de mais 7 barragens e retendo o fluxo de água do rio por 30 dias  para armazenar permanentemente 2,5 bilhões de metros cúbicos de água doce onde ela é mais necessária.
9)   DESTINAÇÃO REDENTORA DO RIO SÃO FRANCISCO.







2 comentários:

  1. A diferença de nível no leito do RSF entre MG e o Mar do NE impõe que a superfície da água de cada barragem funciona como um degrau, que por força da gravidade e massa da coluna d`água permite que uma barragem vaze (pelas comportas) na outra barragem, sucessivamente; Eureca!

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