CRISE HÍDRICA
Economia de água ainda é desafio em Fortaleza
A Cagece intensificou as fiscalizações e abriu novos canais de denúncia acerca do desperdício de água
00:00 · 14.03.2017 por Patrício Lima - Especial para Cidade
Em tempos de crise hídrica, economizar e promover a reutilização da água se torna fator fundamental em uma cidade, de mais de 3,5 milhões de habitantes, como Fortaleza, onde cerca de 40% da água consumida advém de furtos, desperdício e perda, segundo a Prefeitura da capital cearense. O poder público, instituições privadas e toda população tem se mobilizado para mudar essa realidade e aliviar a sobrecarga hídrica atual.
"A esperança por mais chuvas, a transposição do Rio São Francisco e até a construção de uma usina de dessalinização, nada disso será suficiente se cada um de nós não fizermos nossa parte. É necessário um consumo responsável, mais informação e campanhas de conscientização sobre a utilização moderada de água", defende o prefeito Roberto Cláudio.
Já o governador Camilo Santana ressalta que o fenômeno da seca pode acontecer a qualquer ano e por isso, a economia de água deve acontecer todos os dias. "Esse compromisso deve acontecer desde a família que limpa o carro usando água de forma desenfreada até indústrias, que ultrapassam todas as médias de consumo. Nos projetos da nossa Secretaria de Agricultura e de Desenvolvimento Agrário, por exemplo, utilizamos a técnica de gotejamento e irrigação localizada para economizar o máximo possível. A diminuição do consumo de água em nossa Siderúrgica, também é outro exemplo positivo. Depois da implementação de um novo planejamento conseguimos reduzir o consumo em 60%", aponta.
A economia nos domicílios de Fortaleza também se torna essencial neste processo de redução de utilização de água. Para isso, a criatividade e o senso de responsabilidade são imprescindíveis para ter um retorno positivo. Como é o exemplo de Luiz Carlos, síndico de um condomínio no bairro Aldeota, percebeu que poderia diminuir consideravelmente o consumo de água em seu edifício. A ideia surgiu não só para aliviar a parte financeira dos condôminos, mas também como responsabilidade ambiental tendo em vista no atual cenário hídrico.
"Fazemos o básico e mesmo assim tivemos um ótimo retorno. Conseguimos diminuir nosso custo com água em 30%. Entre as ações, atualmente utilizamos a água do poço do prédio para irrigar o jardim e o pátio. Além disso, fazemos vistorias constantemente para identificar vazamentos e outros possíveis problemas hidráulicos", afirma Luiz Carlos.
A Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) tem intensificado as fiscalizações e aberto novos canais de denúncia sobre educação ambiental. "Desenvolvemos diversas campanhas educativas para diminuir o impacto desse problema. Fazemos blitzes em escolas, órgãos públicos e outros locais ensinando como é possível economizar água", explica Flávia Taleires, gerente de responsabilidade e interação social da Cagece.
Fiscalização
A Cagece também disponibiliza atualmente um aplicativo que permite ao cidadão um contato direto e instantâneo com a companhia. "A ideia é que cada um possa atuar como agente fiscalizador no combate ao desperdício e às fraudes de água", ressalta Neuri Freitas, presidente da empresa.
Através do 'Cagece Mobile', o cidadão pode registrar uma ocorrência de falta de água, vazamentos, além de denúncias de fraudes, buracos, entre outros. As demandas são registradas imediatamente, inclusive com foto capturada no próprio aplicativo ou armazenada no smartphone.
Após abrir uma ocorrência, é possível acompanhar todo o andamento através do aplicativo ou por e-mail. Além disso, através da ferramenta, é possível emitir 2ª via de fatura, acompanhar dicas de como evitar vazamentos em casa, além de conhecer mais sobre atividades realizadas pela Cagece no tratamento da água, entre outros.
O 'Cagece Mobile' está disponível para IOS e Android e pode ser baixado gratuitamente. Além dele, a população também pode entrar em contato com a Cagece pelas redes sociais, ou pelo telefone 0800.275.0195. A ligação é gratuita.
Está sobejamente comprovado que a seca nordestina não tem nada a ver com escassez, ou falta de chuvas, mas incompatibilidade entre a oferta de chuvas e a deficiência"tecnológica" para captar e armazenar água em quantidade e qualidade.
ResponderExcluirIncrível como nas dicas para se economizar água no CE não se fez referência a 5 "descargas" de 8 litros, por pessoa, ao dia, no vaso sanitário: defecar 1, urinar 4, 40 litros de água "tratada" lançada no esgoto, ou na fossa, sobrecarregando o sistema; só é possível porque o Brasil é o país da água doce.
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