Flutuam no Ártico 300 bilhões de itens de plástico, mostra estudo
Há estimativas de que, até 2050, haja mais dessas peças nos oceanos do que peixes
RIO — Centenas de bilhões de pedaços de plástico estão flutuando no outrora intocável Ártico, segundo um novo estudo — uma indicação surpreendente do quão poluído o planeta se tornou. De acordo com estimativas, até 2050, haverá mais poluição plástica nos oceanos do que peixes.
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Enquanto a maioria das águas do Ártico tem poucos detritos plásticos, os pesquisadores descobriram dois grandes "becos sem saída" — na Groenlândia e no Mar de Barents, que fica ao norte da Noruega e da Rússia —, onde o plástico transportado ao longo de milhares de quilômetros por correntes oceânicas tem se reunido. O estudo foi conduzido pelo pesquisador Andres Cozar, da Universidade de Cadiz, na Espanha, e teve seus resultados publicados na revista "Science Advances".
Cozar descreveu como a equipe internacional liderada por ele viajou por grande parte das águas livres de gelo do Círculo Ártico, coletando plástico. A conclusão foi que as áreas mais poluídas na parte mais setentrional e oriental dos mares da Groenlândia e de Barents contêm centenas de milhares de peças por quilômetro quadrado.
— Os detritos plásticos eram abundantes e difundidos nos mares da Groenlândia e de Barents — diz o artigo publicado. — A carga total de plástico flutuante nas águas livres de gelo do Oceano Ártico foi estimada em torno de 100 a 1.200 toneladas, com 400 toneladas compostas de cerca de 300 bilhões de itens de plástico como uma estimativa de médio alcance.
Os pesquisadores também disseram que as correntes oceânicas fizeram de cada uma dessas áreas "um beco sem saída para esta rede transportadora de plástico", que vem do continente.
— A fragmentação e a tipologia do plástico sugerem uma presença abundante de detritos envelhecidos, que se originaram de fontes distantes — afirma o estudo.
O plástico pode conter substâncias tóxicas, mas também age como um ímã sobre os produtos químicos flutuando no mar, aumentando a sua concentração para níveis potencialmente perigosos.
Aves marinhas e peixes, que muitas vezes confundem o plástico com os alimentos, também podem sufocar até a morte. Ou, ainda, seus estômagos podem se tornar tão cheios de material indigestível que eles morrem de fome.
Os pedaços menores de plástico são capazes de entrar na corrente sanguínea e até mesmo na carne dos animais. Isso aumentou a perspectiva de nosso lixo retornar para nos assombrar nos frutos do mar que comemos.
— A singularidade do ecossistema do Ártico torna as implicações ecológicas potenciais da exposição a detritos plásticos de especial preocupação — avalia o artigo.
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