sexta-feira, 17 de junho de 2022

 


Sertão do Seridó-RN, tempo XIV; nosso objetivo não  é simplesmente mostrar paisagens nessa área do RN em processo de desertificação, mas apontar: 1) as causas e  2) as soluções para os problemas; embora pareça estranho para a maioria das pessoas, as informações quanto às causas da desertificação, e as medidas  para contornar o problema estão estampadas, retratadas,  no solo(ou subsolo); em cada vegetal; em cada animal (gado ou fauna); na variação de temperatura ambiental; nos ventos e umidade do ar; na umidade do chão; no leito e nas várzeas dos riachos e rios; nos lajedos; e no Homem estabelecido no MEIO, no Ambiente. No terreno alto, no  morro, vemos a caatinga com vegetação rala, dispersa (clareira), PORQUE  não tem solo de sedimentação para armazenar (guardar)  água das chuvas e permitir o desenvolvimento de raízes grandes das árvores; na parte baixa do terreno vegetação alta, densa, por que: 1) tem solo orgânico/mineral; 2) recebe o mesmo volume de chuvas, mas estando na parte mais baixa do terreno recebe 80% da água as chuvas precipitadas na parte alta do morro; 3) por receber muita água das partes altas do terreno cria-se (nasce) um riacho, cujas várzeas recebem matéria orgânica e terra trazidas das partes altas pela água corrente no tempo das chuvas; na parte baixa, depressão do terreno, nascem todas as plantas que existem nas partes altas, mas de porte maior; Ex: a jurema na parte alta do terreno não tem mais que 3 metros de altura; na várzea do riacho a jurema passa de 10m de altura. Na várzea do riacho nascem grandes árvores como a umburana, angico, aroeira, cumaru, mulungu, oiticica, umbuzeiro, caibreira;
Como podemos deduzir, com apenas um dos 4 elementos da Natureza diferenciado - o SOLO orgânico mineral, as partes baixas, CERRADO, têm uma massa  vegetal de 0,3m³ por m², enquanto nas partes altas  a massa vegetal é 10 vezes menor; A fauna de um lugar é proporcional à massa vegetal, e pode-se facilmente constatar que a pouca fauna existente nesse lugar - roedores, lagartos, pássaros, cobras, estão o maior tempo de suas vidas  nas partes baixas do terreno, com mais abrigo, mais alimento, menor calor (com a cobertura vegetal), compondo o Ciclo Alimentar da Vida; A Conclusão: a semiaridez, no caso, é devida à escassez ou ausência de solo de sedimentação; a desertificação é criada pelo Homem ao estabelecer mais um elemento em desequilíbrio = água DOCE= chuvas+umidade do ar + umidade do solo, por causa do desmatamento = terra nua+ maior evaporação de água+ vento (e ar) seco +temperatura ambiental - umidade do ar - umidade do chão; É lógico que o desmatamento  maior é feito na parte baixa do terreno que tem mais madeira, mais lenha; o semiárido  natural do NE é a caatinga (da parte alta) que tem 250.000km² em 8 Estados - PI-CE-RN-PB-PE-AL-SE-BA; Caatinga é uma palavra indígena que significa CLAREIRA, podendo ter áreas sem plantas de 500mm²; as caatingas tem de 2 a 8km², rodeadas por rios, riachos e suas várzeas com solo e vegetação de cerrado; rodeadas por vales, serras serrotes; as serras e serrotes nessa área do NE tem solo e vegetação de CERRADO, ou tem subsolo (sem solo) e vegetação de caatinga. O Homem não poderia transformar a caatinga em terra úmida e fértil, mas deveria transformar os CERRADOS (onde tem solo orgânico e já teve vegetação de médio porte) em terras úmidas e férteis com o volume de chuvas disponíveis, Hoje; As várzeas dos rios (parte já salinizadas) maiores depressões do Terreno, são naturalmente férteis, e podem ser melhoradas; as chãs das serras do Nordeste, áreas planas, solo arenoso profundo, são terras agricultáveis, como é o exemplo da chã da Serra de Santana no RN.
O semiárido pode, com tecnologia, ser terra fértil, todo deserto seco já foi semiárido.

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