[PREVISÃO] Seca pode retornar ao Nordeste brasileiro em 2025
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A pré-estação chuvosa no Nordeste brasileiro ocorre de dezembro a janeiro. Mas de acordo com o Laboratório Lapis, nesse período, as chuvas podem ficar abaixo da média, na porção norte da região.
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O pesquisador Humberto Barbosa, fundador do Laboratório Lapis, alerta que o Nordeste brasileiro corre risco de enfrentar uma grande seca, a partir de 2025. Os níveis de seca aumentam à medida que a região se aproxima da pré-estação chuvosa, depois de uma primavera de calor recorde. Vórtices Ciclônicos em Altos Níveis (VCAN's) podem minimizar a situação.
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Os dois principais fenômenos que provocam secas no Semiárido brasileiro são o El Niño e o Dipolo do Atlântico. Mas nem todas as secas são iguais. Há vários tipos de seca, com diferentes impactos.
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Este ano, a estiagem já foi grave para a região, em razão de a falta de chuva está associada às altas temperaturas. Um fator agravante tem sido a seca-relâmpago, uma nova tipologia de seca, que se tornou comum com a mudança climática. É um evento climático extremo de curta duração, com baixa precipitação e aumento da evaporação, impulsionado pelas altas temperaturas. Essa condição resseca rapidamente os solos.
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Embora fortes eventos de El Niño estejam associados a secas no Semiárido, em muitos casos, não há tal relação. O oceano Atlântico pode ser decisivo para o clima na região. Esse padrão climático ocorreu em 2024, quando a estação chuvosa (de fevereiro a maio) ficou próxima da média histórica.
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No Semiárido brasileiro, em 180 anos, ocorreram nove secas extremas. Rcentemente, a pior seca do século durou seis anos (2012-2017). Secas com cinco anos consecutivos de duração ocorreram: no final do século XIX, no início do século XX, de 1929-1933 e de 1979-1983. Houve secas que duraram quatro anos: 1990-1993. E ainda secas de dois anos: 1955-1956 e 1997-1998.
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Este conteúdo foi aprofundado no Livro “Um século de secas”, que analisa os vários tipos de secas e políticas hídricas implementadas na região, por mais de cem anos (1901-2016): https://www.letrasambientais.org.br/sobre-livro
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