A previsão é de poucas chuvas em fevereiro e março para o Rio Grande do Norte. Esse é o prognóstico climático da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte para o início da quadra chuvosa do estado. Este é o quinto ano seguido que prevalece esta condição.
 
A análise foi revelada ontem durante o XVIII Workshop Internacional de Avaliação Climática para o Semiárido Nordestino, realizado em Fortaleza, Ceará, e que teve a participação de especialistas da área de todo o Brasil. 
 
Para os dois meses seguintes, o cenário pode apresentar uma melhora. “Em abril e maio poderemos ter condições de chuva um pouco melhores, dependendo do enfraquecimento do El Niño”, ressalta o meteorologista da Emparn, Gilmar Bistrot. 
 
O fenômeno consiste no elevado aquecimento das águas do Pacífico e redução dos ventos, afetando o clima de todo o mundo e dificultando a ocorrência de chuvas já que impede o deslocamento da Zona de Convergência Intertropical para regiões próximas do Nordeste brasileiro. No país, ele provoca diminuição da precipitação em grande parte do país e muitas chuvas no Sul.
 
Segundo Emparn, a média geral anual do RN gira em torno dos 850 milímetros. Para o litoral, a média é maior, 1200 milímetros. Para o interior, o número varia de 600 a 700 milímetros, enquanto que a média para março fica em torno dos 200 milímetros. 
 
Em termos percentuais, os especialistas trabalham com 45% de chance de uma quadra chuvosa abaixo da média, 30% em torno da média e de 25% para o ano ser chuvoso. 
No mês de fevereiro será divulgada uma atualização do prognóstico, já que as previsões podem sofrer alterações conforme o comportamento das variáveis oceânicas/atmosféricas.
 
Otimista
 
Mesmo com as previsões iniciais não muito animadoras, o secretário estadual de Recursos Hídricos, Mairton França, segue otimista com a possibilidade do enfraquecimento do El Niño e alerta que o plano emergencial para falta de água segue como prioridade. “Estamos buscando junto com a Caern perfurar poços e implantar adutoras de engate rápido”, contou.
 
Nas próximas semanas a pasta vai iniciar a “Operação Vertente” para distribuição de água por meio de carros pipa pelo interior do estado. Serão investidos R$ 4 milhões. Os recursos são provenientes do Ministério da Integração.
 
“Vamos priorizar os municípios em situação de colapso no abastecimento”, disse. O início da ação ainda não tem data para começar. 
 
“A fase agora é de planejamento do projeto para na sequência iniciar a execução do dele”, acrescentou. Entre as cidades, citou França, estão Acari, Currais Novos e outras. 
O secretário também falou que o governador Robinson Faria deve ir nos próximos dias a Brasília para tratar junto com a presidente Dilma Rousseff das obras e ações de combate à seca. 
 
Interior
 
Mesmo com as fortes chuvas registradas na capital e no interior nos últimos dias, provocadas pelo Sistema Meteorológico Vórtice Ciclônico de Ar Superior, que ocorre normalmente durante os meses de dezembro, o titular da Semarh diz que a situação dos açudes e reservatórios do RN não mudou muito. 
 
“Não registramos nenhuma melhora, mas estamos aguardando que a situação mude nos próximos dias já que a previsão é de mais chuva”, reforçou.
 
Já com relação às cidades em colapso de abastecimento, na última atualização da Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern) a cidade de Equador teve seu abastecimento parcialmente normalizado, já que o açude Mamão registrou um aumento de 35% no seu volume de água. 
 
Desde que entrou em colapso, há quase dois meses, a cidade vinha sendo abastecida por carros pipa vindo de Natal, sob a responsabilidade do Exercito e Defesa Civil da Prefeitura de Equador. Com isso, a empresa voltou a fornecer água para cerca de 1.500 famílias, em forma de rodízio a cada 24h.
 
Com a recuperação do fornecimento de água na cidade de Equador, o número de municípios em colapso no Rio Grande do Norte caiu para 16, sendo que 12 no Alto Oeste e quatro no Seridó. 
 
Outras 75 cidades também permanecem recebendo água em forma de rodízio, sendo 22 localizadas na região Alto Oeste do Estado, 11 na região Agreste, 12 na região Central, no Oeste são 13 e no Seridó 17.