terça-feira, 23 de novembro de 2021

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Esta oiticica centenária, planta típica das várzeas dos rios e riachos do sertão nordestino, cobre com sua ramagem (copa) uma área de 2.000m², com muitas das suas raízes afloradas, escavadas pela erosão pluvial do rio, com as enchentes, é fácil de entender que há 200 (ou mais) quando a semente da oiticica chegou a este local, havia terreno de várzea (nesse rio temporário) distante do leito de areia (que agora se ver); a várzea, solo de sedimentação profundo, foi formada há milhares de anos, matéria orgânica e minerais arrancados pela erosão das partes altas do sertão pontilhado de serras e serrotes, quando as enchentes cobriam anualmente as duas várzeas do rio; até recentemente, 100  anos, o sertanejo colonizador testemunhou essas várzeas, com nível de 2 a 3 metros cima do leito do rio, lavadas pelas enchentes, mas a oiticica com suas raízes que podem chegar a 20m de comprimento ( e 3m de profundidade) só se beneficiava com essa turbulência de água; o Homem ocupou a terra, sertão, inicialmente para criar gado bovino, mas sempre que chovia plantava milho, feijão, mandioca, batata doce, jerimum e algodão; o milho, feijão, batata, jerimum, plantas de pequeno ciclo, o agricultor plantava-os nas várzeas férteis, e vez por outra as enchentes do rio levava tudo; as várzeas são terreno regulares, com declive muito suave, e assim o uso do arado da capinadeira não conseguia arrancar o solo (provocar erosão), e mesmo NUA, sem vegetação, o vento não consegue arrancar o solo no verão; mas o algodão, de ciclo longo de até 10 anos, o homem tinha de plantar nas partes altas, solo e vegetação de CERRADO, com solo de espessura de 30 a 100cm, que o arado da capinadeira arrancava ano, após anos, sendo levado pela água corrente das chuvas para assorear os rios e riachos; nesta fotografia se ver o leito de areia do leito do rio no mesmo nível do terreno da várzea. Uma análise no interior da areia do leito do rio, dar com absoluta precisão, o tempo que essa camada de areia se formou; dentro da areia existem ossos (que ainda não foram decompostos) da fauna nativa, mas também do gado estabelecido há 300 anos no local; no meio da camada de areia tem madeira dos paus que foram arrancados pelas enchentes do rio, ou que morreram naturalmente ao redor do rio; Mas da presença dessa oiticica centenária, e considerando, pelo seu aspecto físico, que ela vai MUITO BEM, é fácil de entender que ela está sendo atendida em todas as suas necessidades de: água doce, nutrientes minerais, gases atmosféricos, e energia luminosa e calorífica do Sol; Mas o melhor ensinamento que se pode ter nesta postagem é que na camada de areia do leito desse( e de centenas de outros) rio  é possível  captar-se e armazenar-se água das chuvas, todos os anos, que diferente do lixo líquido  armazenado nos açudes, não evapora, e pode permanecer inalterado em volume e composição, por dezenas de anos; Isto é possível (como já foi proposto neste BLOG) fazendo-se barragens subterrâneas no leito do rio, para evitar que a água retida escorra internamente (na camada de areia) por gravidade, das nascentes (altas) na direção da foz. A água captada e armazenada, saturando a areia do leito do rio é água doce, diferente da água subterrânea que em toda área do sertão NE é salobra ou Salgada, por que não recebe suprimento de água das chuvas - apenas 5% da água das chuvas precipitadas se infiltram no solo de argila, enquanto que na areia do leito do rio a drenagem é 100%; embora esta informação científica pareça utopia até nas culturas (ditas) de 1º mundo, é facilmente concebível, de fácil aplicação em todo sertão nordestino.

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