sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Música do cancioneiro nordestino.

Súplica cearense.
  

Oh! Deus, perdoe este pobre coitado
Que de joelhos rezou um bocado
Pedindo pra chuva cair sem parar
Oh! Deus, será que o senhor se zangou
E só por isso o sol arretirou
Fazendo cair toda a chuva que há
Senhor, eu pedi para o sol se esconder um tiquinho
Pedir pra chover, mas chover de mansinho
Pra ver se nascia uma planta no chão
Oh! Deus, se eu não rezei direito o Senhor me perdoe,
Eu acho que a culpa foi
Desse pobre que nem sabe fazer oração
Meu Deus, perdoe eu encher os meus olhos de água
E ter-lhe pedido cheinho de mágoa
Pro sol inclemente se arretirar
Desculpe eu pedir a toda hora pra chegar o inverno
Desculpe eu pedir para acabar com o inferno
Que sempre queimou o meu Ceará


Um comentário:

  1. A mensagem dessa "letra" da música "Súplica Cearense" define uma situação de excesso de chuvas; não é fantasia, nem utopia; até á década de 70 (1.970+) todas as Capitais (9) de Estados do NE sofriam com alagamentos e enchentes dos rios; Natal, João Pessoa, Recife, Maceió, Aracaju e Salvador,junto ao litoral, cota abaixo de 40m, com rios da zona da mata NE, com mais de 2 metros de chuvas por ano, transbordavam todos os anos; Recife-PE, por exemplo, com 4 rios serpenteando a cidade, causavam transtornos com alagamentos; Teresina-PI, junto ao único rio caudaloso (de então) genuinamente nordestino - o Parnaíba; São Luiz-MA, no Nordeste Amazônico, com o maior índice de chuvas do NE; Fortaleza-CE, recebia a maior oferta de chuvas do CE, tem a foz de muitos rios no Mar, junto à Capital; enquanto isso o sertão de caatingas recebia uma oferta de chuvas média de 500mm, variando de 300mm no ano de El ñino, e 1.200mm no ano de La ñina, QUANDO o grande volume de chuvas fazia os rios do sertão transbordarem, arrombando as paredes dos açudes; mesmo no Século XXI o sertão recebeu grandes volumes de chuvas nos anos de 2.000, 2.004, 2.008, 2.009 e 2.011; a Transcrição da letra de Súplica Cearense, e o comentário complementar certamente dão, com esse registro, prova cabal de um Nordeste diferente do que se PINTA hoje.

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