quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Que contradição científica.

Açude é usado para conter impactos

Cerca de 200 litros de água por segundo serão poupados do Sistema Gavião/Riachão, que abastece a RMF

01:00 · 30.11.2016 por Lêda Gonçalves - Repórter
A água do reservatório começa a ser injetada na rede da cidade de Maranguape e distritos de Sapupara e Amanari ( FOTO: CARLOS GIBAJA E MARCOS STUDART/ GOV. DO CEARÁ )
A Barragem do Açude Maranguapinho, importante no controle de cheias de rio do mesmo nome, passa a ser estratégica entre as ações para evitar o colapso no abastecimento de Fortaleza e Região Metropolitana. A sua água, até então barrada, começa a ser injetada na rede da cidade de Maranguape e distritos de Sapupara e Amanari. São mais 200 litros por segundo que suprirão moradores, agropecuária e industriais do município, fazendo com que essa mesma quantidade, representando quase um reservatório de médio porte, seja poupada do Sistema Gavião/Riachão - que abastece a Região Metropolitana de Fortaleza -, beneficiando 104 mil pessoas.
Para isso, o governador Camilo Santana acionou, na manhã desta terça-feira, a estação de bombeamento do Sistema Adutor da Barragem. "Está dentro das medidas anunciadas em julho para reduzir em 20% o consumo de água do sistema integrado de abastecimento até a próxima quadra chuvosa", disse. Segundo ele, é mais uma ação que o Ceará faz para diminuir a quantidade de água transportada do Açude Castanhão para a Capital diante do período de escassez. "Aproveitamos a barragem do Maranguapinho e construímos uma adutora, um investimento de quase R$ 4 milhões. Mais de 85% do seu volume está reservado e proverá Maranguape".
Faz parte, garante, do conjunto de ações que inclui reúso de água, lavagem de filtros da ETA Gavião e perfuração de poços no Pecém no sentido de minimizar a situação da água e proporcionar uma melhor oferta para a população.
Custos
Além de 3,8 km de adutora de 400 mm, foi construída uma Estação de Bombeamento no local (na parede do reservatório, entre os municípios de Maranguape e Maracanaú). No total, foram investidos R$ 3,8 milhões pela Companhia de Gestão de Recursos Hídricos do Ceará (Cogerh). As águas terão como destino a estação de bombeamento já existente em Maranguape, seguindo para a Estação de Tratamento de Água (ETA) da cidade, onde serão tratadas e, posteriormente, distribuídas pela Cagece para os sistemas de Maranguape, Sapupara e Amanari.
De acordo com as informações do presidente da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), João Lúcio Farias, outras intervenções foram e estão sendo feitas, como a reversão do Canal do Trabalhador, que passou a operar sentido Fortaleza/Sertão e a utilização de reserva subterrânea. Ele destaca o potencial do Maranguapinho para garantir a segurança hídrica. "É um açude que sangra com facilidade, ele sempre sangrou mesmo nesses cinco anos de seca, é um reservatório muito eficiente".
FIQUE POR DENTRO
Maranguapinho tem 84% da sua capacidade
O Açude Maranguapinho tem capacidade para acumular 9,35 milhões de metros cúbicos e atualmente tem 7,9 milhões m³ (84,4% da sua capacidade de reserva). As obras da sua barragem foram concluídas em 2013 e, no ano de 2015, a Cogerh passou a monitorar o açude na perspectiva de um aproveitamento para o incremento da oferta hídrica da RMF. Construído com o objetivo principal de controle de cheias, o manancial deveria ser esvaziado no fim da quadra chuvosa. Contudo, com os prognósticos apontando para mais um ano de seca em 2016, decidiu-se, ainda em 2015, manter o açude cheio.

Um comentário:

  1. Que contradição: o pequeno açude construído para conter enchentes na Grande Fortaleza é o único, agora, que tem mais de 70% de sua capacidade de armazenamento; NB: em 2.017 a oferta de chuvas nos cerca de 230.000 km2 do semiárido CE variará entre 350 e 550mm, insuficiente para encher açudes; o verão sem chuvas deve durar de junho/17 a maio/18; Mas existe a 60km do CE a foz do rio Parnaíba desperdiçando 25 milhões e 920 mil metros cúbicos de água doce por DIA, lembrando que o Parnaíba é o maior rio perene e periodicamente caudaloso genuinamente nordestino, que tem as nascentes e grande parte do seu corpo onde chove, no mínimo, 1.000 litros por m² do chão, ao ano.

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