segunda-feira, 16 de setembro de 2024

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 Cada vez mais ESCRAVO de Si mesmo.Povoado Nova Descoberta, em Ielmo Marinho-RN, origem de um Quilombo; O povoado tem cerca de 300 famílias, com as casas de moradas distribuídas ao longo de uma estrada (aqui calçada com paralelepípedos) que liga São Gonçalo do Amarante a Ielmo Marinho-RN; a estrada surgiu em função da existência do povoamento; fazendo-se um retrospecto no tempo, essas pessoas quilombolas ocupam essas terras há mais de 200 anos, e até Hoje o Governo Brasileiro não oficializou a documentação das terras, ocupadas a vários anos por fazendas de criação de gado, e pela produção de abacaxi que já foi a principal produção agrícola de Ielmo Marinho; O Homem jamais deixou de ser escravo, já que após a ocupação das terras pelos fazendeiros continuou trabalhando, mão-de-obra temporária, de baixa remuneração; Ielmo Marinho é agreste RN, mas está junto da zona da mata nordestina (S. Gonçalo do Amarante-RN) onde os elementos da Natureza, os recursos naturais, a flora e a fauna, o clima, são diametralmente opostos, diferentes; enquanto o agreste-RN é hoje, semiárido com oferta média de chuvas de 400L/m²/ano, na zona da mata RN (a ponta da zona da mata, mata Atlântica que vai de Ceará-Mirim-RN até o RS) tem ainda média de chuvas de 1.200L/m²/Ano no RN, e 1.500L/m²/ano no restante da zona da mata NE, enquanto que no restante da zona da mata BR a oferta média de chuvas é de 2.000L/m²; O terreno do Agreste-RN, nesta localidade é composto de solos arenosos e argilosos, com pequenas baixadas ocupadas pelas depressões dos rios e riachos, mas também por uma infinidade de lagoas, já que estamos próximos ao litoral do RN que tem as lagoas costeiras ou brejos de baixadas, a exemplo de Extremoz, São José de Mipibu; Isto mostra a razão pela qual os antigos escravos fugitivos correram o risco de ocupar uma área tão próxima de Natal, quando deveria fazer como os outros quilombos do NE que se embrenhavam sertão a dentro, ficando longe dos seus senhores; O quilombo está entre dois rios - o Camaragibe e o Potengi (hoje, mortos) que na época da ocupação tinham água corrente leito, e no verão um filete de água doce correndo, principalmente por conta dos olhos d`água tão abundantes nessa área, inclusive no fundo das lagoas que se mantinham cheias no verão, sangrando para esses rios durante a estação das chuvas; O fato de haver muita água doce na área, significa muita flora e muita fauna, onde o nível de vegetação nativa variava de 0,60m³/m² na zona da mata RN, a 0,35m³ de massa vegetal, por m² no agreste-RN; muita fauna significa muita caça, muita carne; muito mel de abelhas, e frutas silvestres comestíveis; Hoje o povoamento Nova Descoberta não tem água nas lagoas, os rios Camaragibe e Potengi estão mortos: quando raramente botam enchentes é o lixo-líquido altamente contaminado com matéria orgânica, esgotos das cidades e vilas ribeirinhas, com muito veneno da lavoura, derivados de petróleo dos automóveis, ferrugem, barrenta, fedorenta, uma solução química que não serve nem para irrigação de lavoura (se armazenada em açudes, barragens); Durante o verão de até 11 meses, ou seca de até 15 meses sem chuvas, o lixo líquido armazenado no lençol freático, na areia do leito do rio, tem todas essas desgraças e pior, é salgado; os governos federal e estadual(RN) instalaram um sistema de canos para o abastecimento do povoamento, que traz lixo-liquido de poços artesianos escavados em uma área a 10 km de distância, cujo tratamento do lixo doente é simplesmente a introdução de "cloro", que como sabemos é alimento das algas, microrganismos causadores de doenças, comuns na área; recentemente descobriu-se que o lençol subterrâneo desses poços estão secando, já que a extração do líquido é maior do que o reabastecimento feito naturalmente pela infiltração de água das chuvas no terreno, e PIOR, está contaminada com nitritos; Trata-se de um área onde funcionou uma usina de moer cana-de-açúcar, que como se sabe emprega alta concentração de adubos químicos, emprega drogas para matar as plantas no meio do canavial, e a própria concentração do azoto extraído da cana-de-açúcar contamina o solo e os lençóis de água; Mas ainda não é o apocalipse: dsoriedem.blogspot.com franqueou gratuitamente aos dirigentes da associação do Povoamento de Nova Descoberta, formas inteligentes, RACIONAIS, saudáveis de se ter água DOCE, em quantidade e qualidade, para o abastecimento doméstico e produção de alimentos o tempo todo, por todo tempo.

Postado por Damião Medeiros às 03:56
A fotografia mostra descendentes quilombolas no povoado Nova Descoberta, município de Ielmo Marinho-RN, que ocupam essas terras localizadas entre os rios Potengi e Camaragibe (pesquisados neste dsoriedem.blogspot.com), a 48 km em linha reta, do Mar em Natal, e a 5km da cidade Ielmo Marinho; Sabe-se que o termo "quilombolas" se refere a grupos de pessoas de origem africana, trazidas para o Brasil como escravos, e que fugindo do regime de escravidão vigente ocuparam localidades, como rota de fuga e lugar de refúgio, onde passavam a viver com administração independente, própria, e tiravam o sustento da terra, dando origem aos "quilombos", dos quais o mais famoso é o quilombo dos Palmares em Pernambuco; Mas o quilombo de Nova Descoberta traz enfoques diferentes, a começar pela localidade a poucos quilômetros de São Gonçalo do Amarante, cidade centenária que hoje faz parte da Grande Natal, e que seguramente existe desde o século XVIII; Os escravos africanos chegaram ao RN pelos portos de Natal e Touros para trabalhar nos engenhos produtores de açúcar, rapadura, mel, cachaça, que existiam na zona da mata RN que vai de Ceará-Mirim a Canguaretama, com cerca de 2.000km², e São Gonçalo do Amarante faz parte da zona da mata RN, e aí vem a questão com relação a localização desse Quilombo tão próximo à área onde provavelmente trabalharam no corte e cambitagem da cana-de-açúcar para os engenhos; mesmo que esses escravos tivessem fugido de outros engenhos da zona da mata, como Goianinha, São José de Mipibu, Canguaretama, ainda poderiam ser capturadas e reconduzidas pelos capitães-do-mato ao seus donos; sabe-se que essas pessoas estão nessa localidade desde antes a abolição da escravatura, já que depois da lei áurea não seriam escravos, não seria um quilombo; Mas como veremos em postagens seguintes a escravidão ainda existe, mas com outras modalidades;


Damião Medeiros
Educação Ambiental, Social com exclusividade no BR.

Damião Medeiros
Quem sabe faz a HORA. Quem conhece o problema conhece a solução. Não se defende o que não se conhece.

Damião Medeiros
Atenção historiadores, professores de geografia, de história, de sociologia, de antropologia, política, de educação ambiental: Atentem para essa postagem sobre o quilombo em pauta, por que é informação imprescindível para se conhecer a vida, o ambiente , e assim sustar o apocalipse criado pela ignorância e extravagância no RN.

Damião Medeiros respondeu
 
1 resposta
Damião Medeiros
Nós, FEMeA, Fonte Didática Metodológica para a Ecologia e o Meio Ambiental da Região Nordeste, desde 1.992, somos a única instituição no BR que dispõe de um cabedal de CONHECIMENTO e informação para explicar, cientificamente, quem somos, de onde viemos, por que estamos na Terra e para onde vamos.

Damião Medeiros
Deem essa chance à vida. Não morra na ignorância covarde.

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