Quadra deve fechar na média
01:00 · 26.05.2018
O Estado do Ceará já chegou à média histórica nas precipitações da quadra chuvosa de 2018. De fevereiro a maio deste ano, registrou 582,6mm e está apenas 3% abaixo da média, que registra 600,7mm. A previsão da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) é que, até o fim de maio, a média seja alcançada, embora, após o fim da quadra, as chuvas devam diminuir. Segundo a Funceme, o aporte nos açudes cearenses, a partir de junho, também deve ser inexpressivo.
Segundo o meteorologista da Funceme, Raul Fritz, o intervalo admitido pelo órgão como média vai de 505,6mm a 695,8mm. "Temos hoje 582,6mm de precipitação, mas esse número ainda deve aumentar um pouco até o fim da quadra. É possível que o nível fique ligeiramente positivo até lá", comenta o supervisor da Unidade de Tempo e Clima (Untec). O nível ainda não foi alcançado porque, em março, a estação chuvosa foi mais fraca, "com período longo de poucas chuvas, um veranico prolongado, causado por um afastamento temporário da Zona de Convergência Intertropical da costa". A Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) é um sistema de encontro dos ventos dos hemisférios Sul e Norte que incide no Litoral Norte do Nordeste, favorecendo a formação de nuvens.
A previsão para os próximos e últimos dias da quadra chuvosa, que se estende até o fim de maio, é ainda de precipitações positivas. De acordo com Fábio Luengo, meteorologista da Somar Meteorologia, "a tendência, até o final desse mês, é que a ZCIT continue a agir na faixa Norte do Estado. Ela vai começar a perder força na virada do mês, entre 30 de maio e 3 de junho, no Ceará. Em junho, ela estará fraca no começo, mas vai voltar com um pouquinho de força entre os dias 4 e 8, ainda que não seja como no início da quadra chuvosa".
Com o fim do período chuvoso, o aporte de água nos açudes cearenses deve ser irrisório. Segundo o especialista da Funceme, o Estado "não deverá ter mais aporte após o término da quadra chuvosa, a não ser que a partir do fim de maio comecem a aparecer chuvas causadas pelo fenômeno das Ondas de Leste". O fenômeno causa instabilidades atmosféricas por ondas de pressão, formando aglomerados de nuvens de chuva na zona Leste e Nordeste do Estado, próximo aos estados do Rio Grande do Norte e Paraíba, e algumas vezes alcança o Ceará. Segundo Fritz, mesmo que haja precipitação devido a esses eventos, não se esperam chuvas muito intensas, que devam transformar a situação hidrológica do Estado.
Atualmente, o Ceará conta com 17,1% do volume total dos açudes monitorados. Dos 155 reservatórios, 18 ultrapassam 100% da capacidade e estão sangrando, 12 estão com volume acima de 90% e 83, abaixo de 30%. O Castanhão, maior reservatório do Estado, saiu do volume morto e está com 8,61%, segundo o monitoramento da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh).
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