sexta-feira, 25 de janeiro de 2013
Educação ambiental.
No cerrado do semiárido destruído a única árvore viva do horizonte (da fotografia) é o juazeiro; qualquer outra árvore ou arbusto cuja semente se aventura a germinar( o que é raríssimo, já que não há sementes) vai morrer no fogo da coivara; em primeiro plano garranchos secos de alguns arbustos - marmeleiro, velame, pereiro que brotam das raízes, arrancados (novamente, e serão queimados) pelo proprietário, segundo ele, para dar espaço para as gramíneas e plantas rasteiras, pasto do gado; mais à frente dos garranchos as pedras aparecendo; trata-se de uma área de cerrado que já teve solo com espessura de 80 cm, eliminado pela agricultura ao longo de 50 anos, ou mais; as gramíneas são cada vez mais escassas nesta área, já que o gado as come (no tempo das chuvas) ainda tenras, antes de botar sementes; pode-se dizer sem nenhum exagero, que com a eliminação da vegetação, do solo, Hoje, somente na época das chuvas existe alguma planta verde que serve de ração para o gado, e com certeza, a massa vegetal que existe esporadicamente não chega á milionésima parte da massa vegetal que existiu aqui há 200 anos, antes do homem civilizado. O Homem desmata a vida, e morre aos poucos.
Educação ambiental.
Estamos no agreste RN onde não existe caatinga; A caatinga que é uma palavra indígena, e significa "clareira", se referindo as áreas naturalmente abertas, sem vegetação, que só existe no sertão nordestino, exceto no Maranhão. O que se vê na fotografia é área de cerrado, hoje totalmente destruído, devastado, inclusive com a eliminação do solo agrícola; as únicas árvores que existem são os juazeiros que o pecuarista local deixa viver para proteger o gado do Sol intenso; a folha verde do juazeiro é amarga, e nenhum animal a tem como alimento; quando o juazeiro libera as folhas, por caducidade, em determinada época do ano, já cai seca, sem qualquer tipo de nutriente; é simplesmente celulose que o gado come (no chão), mas não alimenta; para o pecuarista rude, desinformado do NE o que vale é o que ele ver: o bicho enche a barriga comendo a folha seca do juazeiro, e como a folha é desprovida de água, a tendência é que o bicho seja obrigado a beber muita água, mais bucho CHEIO, sem se alimentar-se; e assim vai ficando mais fraco, desnutrido, diminuindo as defesas do organismo, e ao morrer, prematuramente, o pecuarista nunca atribui á fome: foi a cobra que mordeu, ou tingui, problemas do tempo, ou doenças. Observa-se que o terreno da fotografia é ondulado; inicialmente, todos os anos, a terra era "roçado" de plantio de milho, feijão, fava e algodão(naquele tempo, há 50 anos); "roçado" significa que nenhuma planta, além da lavoura pode viver nessa área; todo restante é "mato" e deve morrer, preferencialmente com fogo, já que na visão do homem local há muitos nutrientes nas cinzas da madeira queimada; só após a colheira da lavoura é que o proprietário das terras soltava o gado para comer os troncos secos do milho; o feijão e o milho se colhe com 90 dias do plantio à colheita; a fava se colhe (apanha) a partir de 120 dias, mas pode produzir durante muitos meses (sobrevive no verão);o algodão normalmente se colhe (colhia) com 180 dias a partir do plantio, mas o algodão mocó, famoso no RN produzia durante muitos anos, e neste caso o fazendeiro, dono das terras, botava o gado para comer o algodão, as folhas verdes, nutritivas, de modo que no inverno seguinte o algodão enfolhava normalmente e crescia; há casos em que se cortava os galhos dos algodoeiros para alimentar o gado no verão.
Honestamente?
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