O governo brasileiro manifesta preocupações e contrariedades em relação ao próximo Sínodo dos Bispos em Roma sobre a região panamazônica. (Cf. IHU, 10/ 02// 2019). Em artigo esclarecedor e contundente, Roberto Malvezzi, publicado nesse blog, explica o que é um Sínodo (caminhar juntos) e como a Rede Eclesial Pan-amazônica (REPAM), em diálogo com o Vaticano e com os bispos locais dos oito países da região pan-amazônica tem preparado o Sínodo.
De fato, desde que, depois do Concílio Vaticano II, o papa Paulo VI restabeleceu a tradição do Sínodo dos Bispos, vinda do primeiro milênio e a atualizou para a Igreja Católica do século XX, já tivemos mais de 35 sessões do Sínodo. Nessa perspectiva, é importante saber o que se pode esperar do Sínodo sobre a Amazônia.
De fato, desde que, depois do Concílio Vaticano II, o papa Paulo VI restabeleceu a tradição do Sínodo dos Bispos, vinda do primeiro milênio e a atualizou para a Igreja Católica do século XX, já tivemos mais de 35 sessões do Sínodo. Nessa perspectiva, é importante saber o que se pode esperar do Sínodo sobre a Amazônia.
Não é de forma alguma a primeira vez que, nessas últimas décadas, a Igreja Católica, em Roma, realiza um sínodo sobre uma região particular do mundo. Já tivemos duas assembleias extraordinárias do Sínodo sobre a África (1994 e 2009). Na preparação do Jubileu do ano 2000, o papa João Paulo II convocou e organizou assembleias especiais sobre a Europa (1999), assim como assembleias para a Oceania (1997), Ásia (1998) e América (1997). Além disso, houve uma assembleia extraordinária do Sínodo dos Bispos sobre o Oriente Médio (2010). Assim, além das 25 assembleias ordinárias do Sínodo que aconteceram desde 1969, dez foram extraordinárias e delas, várias sobre regiões específicas.
É possível que o Sínodo da Amazônia traga algumas novidades. Em geral, nas assembleias anteriores aqui citadas, os bispos sempre procuraram se situar na realidade do continente ou da região que é o tema do Sínodo. No entanto, o tema central e o foco de tudo tem sido a Igreja e sua missão. Assim, as exortações pos-sinodais dos papas em geral têm como título: A Igreja na África, a Igreja na Ásia, a Igreja na Oceania, etc… E por causa da herança ou subsistência do que se poderia chamar de “eclesiologia de Cristandade” , (isso é, uma Igreja que se olha como anterior e independente da realidade, com uma missão que vem de fora e entra mais como do alto para baixo), a impressão é que, em geral, a análise da realidade é sempre mais genérica do que contextual, feita em linguagem cuidadosa que diz as coisas sem dizer exatamente (diplomacia necessária a uma Igreja que se coloca a partir de uma posição de poder e de mando).
Dessa vez, o Sínodo tem como tema “A Amazônia, novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”.
Dessa vez, o Sínodo tem como tema “A Amazônia, novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”.
Há uma mudança no enfoque – o tema é a realidade e dessa realidade se reflete sobre a missão da Igreja e se busca reconstruir uma Ecologia integral. E há ao menos uma tentativa de que a Igreja (bispos, clero e povo) se coloque como serviço e a partir de baixo e não de cima. Isso significa, parta da comunhão com os mais pobres, escute o grito da Terra e dos povos da Amazônia, ameaçados em sua vida e oprimidos pela tragédia que é o agronegócio, as madeireiras e as mineradoras, assim como as formas depredadoras do Capitalismo nas cidades amazonenses e suas periferias.
Nessa visão, a Ecologia Integral não é um tema a parte ou além da missão da Igreja. Se bem compreendida, a Ecologia integral é a própria missão de uma Igreja servidora da libertação da humanidade, da mãe Terra e de cada pessoa em sua integralidade, como já, em 1968, afirmava a Conferência dos bispos latino-americanos em Medellín (Med 5, 15).
Se essa perspectiva ou mudança de ângulo de abordagem for realmente respeitada e desenvolvida, o governo brasileiro pode ter razões de se preocupar. E, embora somente no Brasil essa preocupação tenha sido explicitada, provavelmente outros governos dos países da região devem ter as mesmas preocupações.
Se essa perspectiva ou mudança de ângulo de abordagem for realmente respeitada e desenvolvida, o governo brasileiro pode ter razões de se preocupar. E, embora somente no Brasil essa preocupação tenha sido explicitada, provavelmente outros governos dos países da região devem ter as mesmas preocupações.
Isso significa apenas que eles têm consciência clara de que as políticas que impõem à região panamazônica vão no sentido contrário à perspectiva de uma Ecologia integral, como o papa Francisco desenvolve na encíclica Laudatum sii e como as discussões preparatórias a esse Sínodo, vindas das consultas às bases dos diversos povos e grupos da Amazônia, propõem.
É claro que Bolsonaro e seus ministros não precisam se preocupar se a orientação espiritual do Sínodo fosse na perspectiva que fez com que, em 2018, não poucos bispos, padres e movimentos católicos votassem na extrema-direita. No entanto, a perspectiva não é essa. É de uma Igreja em saída no qual o Sínodo dos Bispos tem sido preparado por ampla consulta de todos os setores e categorias da Amazônia e lá em Roma com os bispos estarão índios, ribeirinhos, missionários populares e mulheres da Amazônia, de tal forma que o Sínodo dos Bispos possa se ampliar cada vez mais como Sínodo de todos os organismos vivos do Povo de Deus.
Na tradição litúrgica católica, na festa da Epifania, o ofício de vésperas contém um hino antigo no qual se canta: “Hostis Herodes impie, Christum venire quid times? Non eripit mortalia, qui regna dat caelestia”. (Na atual Liturgia das Horas está traduzido assim: “Por que, Herodes, temes, chegar o rei que é Deus? Não rouba aos reis da terra, quem reinos dá nos céus”). Provavelmente, quem compôs esse hino não lia muito o cântico de Maria (o Magnificat) ou o cantava pulando os verso que diz: “Derruba os poderosos de seus tronos e eleva os humildes”.
O quarto evangelho conta que o sumo-sacerdote Caifaz, inimigo de Jesus, profetizou que ele, Jesus, deveria morrer não só pelo povo, mas para reunir na unidade os filhos e filhas de Deus dispersos pelo mundo” (Jo 11, 52). Quem sabe, hoje, os Caifazes atuais, que se chamem com outros nomes e tenham patentes militares e estão no governo brasileiro estejam profetizando que esse Sínodo retomará o espírito de Medellín e provocará uma virada da nossa Igreja e de outras Igrejas no caminho do serviço libertador da mãe Terra e dos povos da Amazônia?
Embora a Igreja católica e o governo brasileiro não conheçam cientificamente o que seria desmatar a amazônia para os campos de pastagem do gado e plantação de soja, ou deixar que apenas os nortistas o façam, como sempre fizeram, com sua pequena lavoura de subsistência, em pequenas áreas da AM é bom saber que a Igreja e o governo estão fiscalizando um ao outro; é sabido o desconhecimento que os brasileiros tem para com a Amazônia pelo fracasso da rodovia transamazônica na década de 70, quando o país planejou a ocupação daquela região, a partir da construção da estrada, e na construção da estrada todos os meios para situar o BR na amazônia, com o deslocamento de muita gente, para lá, principalmente os nordestinos, que redundou em um grande fracasso com perda de muitas vidas, muito dinheiro público desperdiçado, e devastação de muitas terras, que até hoje não se recuperaram; os bispos brasileiros já deram provas de que nada sabem sobre os problemas ambientais o que ficou provado nas diversas campanhas da fraternidade promovidas todos os anos, e quando se referiu ao ambiente, aos recursos naturais, recursos hídricos, poluição, uso da terra, uso da água foi um desastre.Para encaixar material científico entre a destruição da amazônia, o vídeo de nossa propriedade intelectual mostra que o Governo, a comunidade acadêmica, Igrejas, Etc destruíram, por ignorância e extravagância a região NE a ponto de criar um semiárido artificial de 650.000 km2, onde não se produz alimentos suficiente para atender á população local, tudo atribuído a uma seca que o próprio brasileiro criou, e apesar de haver tecnologia e recursos hídricos para acabar com seca, o OME - governo, comunidade acadêmica e povo em geral continua irredutível à mudança.
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