Com seca, capitais do Nordeste têm ameaça de racionamento de água
JOÃO PEDRO PITOMBO
DE SALVADOR
DE SALVADOR
Com linha amarrada ao punho, José Fernando Pereira,
49, tenta fisgar algum peixe próximo da barragem Joanes 2, na Grande Salvador.
As quatro comportas estão fechadas e apenas um fio d'água atravessa para o
outro lado por meio de um cano.
Próximo dali, Jeferson de Jesus, 28, mergulha com
um arpão engatilhado. Não tem sido fácil, porém, pescar tilápias e tucunarés
nas águas calmas da represa. O segundo maior reservatório que abastece Salvador
está com apenas 8% de seu volume útil, o mais baixo nas últimas duas décadas.
O cenário não é diferente nas outras barragens que
abastecem as maiores capitais nordestinas. Entrando no sexto ano seguido de
seca, a região tem grandes reservatórios em estado crítico –como Castanhão
(CE), Pedra do Cavalo (BA) e Botafogo (PE).
Raul Spi
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panorama, medidas como a adoção de racionamento e rodízio no abastecimento de
água entraram no radar de capitais como Salvador, Recife e Fortaleza.
No Grande Recife, já há rodízio nos municípios de
Olinda, Abreu e Lima, Igarassu e Paulista –todos abastecidos pela Barragem de
Botafogo, que tem atualmente apenas 12% de volume de água.
No mês passado, os cerca de 800 mil moradores
dessas cidades passaram a ter um dia de abastecimento para cinco dias sem água.
Na capital, o fornecimento é normal, mas o
racionamento não é descartado caso não chova o suficiente para manter o nível
dos reservatórios até o final de julho, quando se encerra o período de chuvas
no litoral nordestino.
Em Salvador, onde o último racionamento de água
ocorreu há 45 anos, medidas emergenciais estão sendo adotadas para evitar um
colapso do sistema.
Incrustada entre as cidades de Simões Filho e
Camaçari, a represa Joanes 2 passará a receber água transposta da barragem de
Pedra do Cavalo, que fica a 120 km da capital e é responsável por 60% do
abastecimento da Grande Salvador.
A medida, porém, é tratada como um paliativo para
equilibrar o sistema, já que a própria barragem de Pedra do Cavalo está em seu
nível mais baixo das últimas décadas, com 22% de volume útil.
Caso o nível continue baixando, será necessária a
instalação de bombas e equipamentos para captar água num nível mais baixo
–medida adotada no sistema Cantareira durante os dois anos da grave crise
hídrica em São Paulo, iniciada em 2014.
"Estamos avaliando todas as possibilidades,
inclusive racionamento", afirma Rogério Cedraz, presidente da Embasa,
companhia estadual de água e saneamento.
Medidas semelhantes estão sendo adotadas em
Fortaleza, onde o principal reservatório, o açude Castanhão, tem atualmente
apenas 6% de seu volume de água.
Ações emergenciais como a perfuração de poços, o
aproveitamento da água do sistema hídrico do Cauípe e do açude Maranguapinho
garantem o abastecimento da capital cearense.
O governo do Estado ainda não fala em adoção de
rodízio no abastecimento de água das casas e diz realizar um "constante
monitoramento" da situação dos mananciais.
Na prática, contudo, já há medidas de racionamento
em curso: as indústrias da região metropolitana de Fortaleza, por exemplo,
tiveram uma redução de 20% no fornecimento de água.
Também foi adotada uma tarifa de contingência para
a capital e outros 17 municípios: o consumidor que não economizar até 20% em
relação ao consumo médio pagará mais pela água.
PERÍODO CRUCIAL
Os próximos três meses serão cruciais para
determinar a situação dos reservatórios nordestinos ao longo de 2017.
Em março, auge das chuvas no trecho do litoral
entre o Maranhão e o Ceará, as chuvas reduziram o nível de severidade da seca.
Mas não houve mudanças significativas no açude do Castanhão, o maior do Ceará.
Já na faixa costeira entre o Rio Grande do Norte e
o sul da Bahia, onde a maior parte das chuvas vai de abril a junho, há
esperança de melhora no nível de água das barragens.
Na últimas semanas, a chuva que causou transtornos
no Recife ajudou a melhorar o nível dos reservatórios próximos. A barragem de
Pirapama, em Cabo de Santo Agostinho, teve ganho de quatro pontos percentuais,
saltando de 25% para 29%.
Nos cinco reservatórios próximos a Salvador,
contudo, as últimas chuvas não foram suficiente para alterar o cenário crítico.
No Joanes 2, em áreas próximas ao povoado de Pitanga
dos Palmares, chega a cem metros a distância entre o nível da água e a área
onde os pescadores costumavam amarrar as suas canoas.
Sob céu nublado, depois de uma forte e rápida chuva
que na capital baiana, Juscelino Silva dos Santos, 54, olha o horizonte e
lamenta.
"Em 18 anos que moro aqui, nunca vi essa
barragem seca desse jeito. Cheia, ela é linda, um mundão de água. Assim, é uma
tristeza só", diz Santos, administrador de uma fazenda nas margens da
represa.
Ele sobe na carroça e segue para mais um dia de
trabalho entre bois e cavalos. Mais um dia de orações para ter chuvas.
"Agora, o trabalho é com aquele lá de cima", afirma o
administrador.
Texto sobre transcrito de um Jornal, sobre a secura das Capitais de Estados do NE que nós, FEMeA já prevíamos em 1.994 com a Produção de Um Projeto de Água para um Projeto de Vida. 26) explicando o Ciclo da água; Vídeo de nossa propriedade intelectual; NB se o governo BR e a comunidade acadêmica (e os vistadores deste BLOG) não adotarem, aplicarem os ENSINAMENTOS de Educação ambiental Científica que nós, FEMeA produzimos não há qualquer probabilidade de no ano 2.050 EC haver na Terra um País independente e soberano chamado BRASIL- vamos desaparecer co água e fogo.
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