domingo, 31 de janeiro de 2021

Atividades humanas 6 - O conhecimento do Homem com o meio.

 

Árvores frutíferas plantadas na várzea de um rio temporário do agreste RN, semiárido NE: coqueiros, mangueiras, cajueiros, goiabeiras que pelo porte, exuberância nos dar uma ideia da adaptabilidade dessas  plantas às condições de solo (da várzea do rio) e da água, onde a oferta de chuvas pode ser tão pequena como 150 litros por m² ao ano, como no ano 2.012, lembrando que a várzea em questão pertence ao rio das duas postagens anteriores, onde se ver uma cacimba cavada na camada de areia do leito do rio, e um cacimbão cavado na mesma várzea desta fotografia, onde o nível da água do lençol subterrâneo tem 4 metros; as árvores frutíferas (da fotografia) passam até 11 meses sem receber água das chuvas; As raízes de uma árvore destas (no caso, mangueira, cajueiro, goiabeira) e da palmeira (coqueiro) pode chegar a 10m de comprimento, raízes que tem 3 funções: sustentação, coleta de água; e de nutrientes do solo, chão; As raízes de sustentação precisam ter um solo consistente que suporte a força dos ventos sobre o corpo da árvore;  para a coleta de nutrientes, o comprimento das raízes está relacionado com a disponibilidade de nutrientes no solo, que no caso da várzea, em foco, é muito rico, já que ao longo de dezenas de anos se faz agricultura nessas várzeas, todos os anos, sem esgotar, mesmo que em determinados anos a oferta de chuvas seja insuficiente para produzir milho, por exemplo; quanto á disponibilidade de água, as raízes dependem mais da água subterrânea (na maior parte do tempo), água vinda diretamente das nuvens(todos os anos) que se infiltra no solo, ou água das enxurradas, enchentes do rio que se infiltra na areia do leito do rio, e abrange (mesmo nível) as várzeas; Durante a estação chuvosa a umidade da várzea é permanentemente igual, desde à superfície do solo, até 90 dias após a última chuva do ano, de modo que as raízes da coleta de água (e nutrientes minerais) encontram o necessário próximo ao tronco da fruteira; durante o verão, sem chuvas, o solo vai secando, pela evaporação, até que 8 meses depois da última chuva do ano as raízes estão coletando água no nível do lençol subterrâneo, que como vimos na cacimba e no cacimbão, citados, está a 4 metros(na várzea) para o caso das fruteiras; as raízes da árvore jamais chegariam a essa profundidade, pois assim estariam permanentemente dentro da água do lençol, o que seria prejudicial; na realidade as raízes das plantas (não aquáticas) colhem a água da umidade do solo, que no caso da várzea está a 2 metros da superfície; com relação aos capins, cana-de-açúcar, as raízes são curtas, e o cultivo dessa plantas, no verão, dependeria de irrigação, de modo que a água seria coletada pela raízes curtas, sem dificuldade; como já vimos nas duas postagens anteriores, a água do lençol é ligeiramente salobra, mas bem aceita (na irrigação) inclusive pela cana-de-açúcar e capins (ração do gado); Vimos também que a água do lençol subterrâneo, em pauta, é cristalina, sem argila, sem matéria orgânica, sem algas, lodo, com poucos microrganismos, em constante movimento interno (no terreno) por causa da gravidade natural do leito do rio (entre as nascentes e a foz), que absorve facilmente o oxigênio, diferente do lixo-líquido dos açudes, água parada, com muita matéria orgânica decomposta, inclusive excrementos de sapos e peixes, animais mortos, algas, lodo, barrenta, grossa, por vezes salgada, com todos os tipos de microrganismos, que ao ser colocada no corpo de uma planta (irrigação, aguação) já leva as doenças  para a planta; a água barrenta inclusive obstrui os poros de respiração do corpo da planta, ostensivas ao estômatos das folhas, inibindo a fotossíntese, respiração e transpiração, um desastre.
Cacimbão escavado na várzea do rio temporário do semiárido NE da postagem anterior, revestido com parede de tijolos e caliça (massa de areia e cal), e embaixo o espelho da água mostrando o nível do lençol de água a 4 metros de profundidade; Como o nível da água da várzea é o mesmo na cacimba da postagem anterior, o lençol de água do cacimbão está a 4m e na cacimba a 2m, logo a várzea estar a 2 metros acima da camada de areia do leito do rio; isto mostra que a água armazenada no lençol subterrâneo ocupa toda extensão do rio e toda a largura, que inclui o leito de areia e as várzeas, água abundante, tolerável por dezenas de plantas, e portanto pode ser utilizada para irrigação dessas plantas; O rio, cacimba e cacimbão em pauta estão no agreste RN, mas no sertão nordestino há centenas desses rios, com água nas mesmas condições.
Cacimba escavada na areia do leito do rio temporário do semiárido NE; a água é salobra, porém cristalina, por ser filtrada na areia; logicamente tem microrganismos, todavia é água limpa se comparada ao lixo-líquido armazenado nos açudes e barragens do semiárido, mais saudável do  que o lixo-liquido, mesmo sendo doce, armazenado nas cisternas, captado no telhado imundo das casas, na época das chuvas; mas a água da cacimba do rio temporário, em foco, á a única opção de água para tudo - beber, cozinhar, lavar a roupa, tomar banho, depois que os açudes e as cisternas secam; O lençol freático, em pauta, é água armazenada na camada de areia, com até de 10 metros de espessura, em toda extensão do rio, e portanto trata-se do maior reservatório de água da área; é água ARMAZENADA, quando durante as enxurradas no rio, a água se infiltra, sob pressão, na areia do leito do rio; a camada de areia do leito do rio é assentada em lajedos (pedras) impermeáveis, de modo que a água armazenada na camada de areia não foge para baixo (por infiltração), mas tão somente evapora para a atmosfera com o calor do Sol dos 8 a 11 meses de verão; a cacimba da fotografia tem 2 metros de profundidade, a água é abundante, e tolerável por dezenas de plantas, principalmente capins(ração do gado), cajueiros, coqueiros, goiabeiras, plantas, normalmente plantadas nas 2 várzeas laterais do rio,  que (como veremos a seguir) se mantém verdes, exuberantes, mostrando estar bem  com a água de baixo teor de sal do lençol subterrâneo; à medida que o nível da água do lençol vai baixando, por conta da evaporação, ou extraída pelo Homem, o teor de sal vai aumentando, da mesma foram que quando recebe água das chuvas - enchentes ou enxurradas no rio, a água fica doce, e permanece assim durante 40 a 80 dias após a última enchente;

Um comentário:

  1. Vimos a água salobra com pouco teor de sal no lençol subterrâneo na várzea e no leito de areia do rio, ao mesmo nível, água proveniente das chuvas precipitadas diretamente e das enxurradas (água corrente) que é forçada a penetrar na cama de areia do rio; mas se água da chuva NÃO tem sal, de onde vem a salinidade da água? Do cloreto de sódio, cloro + sódio, nutrientes dos corpos dos seres vivos que após a derrubada da vegetação, e consequentemente a eliminação da fauna, estão abundantemente disponibilizados no chão, que a água da chuva faz a junção dos 2 eletronicamente (eletrovalência); e nitrato de sódio criado ao longo das atividades nefastas humanas; as plantas, árvores frutíferas, citadas, não estão adaptadas a essa água salobra, mas, sim, as gramíneas cana-de-açúcar e capins.

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