quarta-feira, 14 de junho de 2017

E agora; ainda tem jeito?

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Chuvas não foram suficientes para recarga de açudes

Castanhão está com 5,49% da capacidade, o mais baixo volume desde março deste ano. Governo diz trabalhar para evitar racionamento

01:30 | 14/06/2017
No último sábado, o governador esteve em Missão Velha para inaugurar obra do Cinturão das Águas NIVIA UCHOA/GOV. DO CEARÁ
No último sábado, o governador esteve em Missão Velha para inaugurar obra do Cinturão das Águas NIVIA UCHOA/GOV. DO CEARÁ
Mesmo com as chuvas consideradas dentro da média histórica neste ano, as precipitações foram insuficientes para a recarga das principais bacias do Ceará. O Castanhão, por exemplo, principal fonte abastecedora da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), voltou ao nível de 5,49%, o volume mais baixo desde março deste ano. A situação também preocupa devido à suspensão de liberação de águas do Orós para o açude. Ainda assim, o Governo do Estado garante que há abastecimento para a Capital até meados de 2018.
 
De acordo com Camilo Santana (PT), o que garantirá segurança hídrica para o ano que vem é o avanço das obras de transposição de águas do São Francisco. “Nós estamos fazendo uma série de ações para que a gente possa garantir o abastecimento da Região Metropolitana, mas o que vai nos dar segurança é a chegada das águas do São Francisco. Nós vamos trabalhar de todas as formas, com muita responsabilidade, para que não haja racionamento porque é um transtorno muito grande para a população”, afirmou o chefe do executivo durante a inauguração de obra do Cinturão das Águas no sábado, 10.
Na ocasião, o titular da Secretaria dos Recursos Hídricos, Francisco Teixeira, citou a irregularidade das chuvas. “Os maiores açudes, Orós, Castanhão, Banabuiú, não tiveram recarga significativa. O sistema metropolitano aumentou de 14% para 49%, garantindo o abastecimento até o segundo semestre de 2018 na região. Mas a situação é crítica ainda”, considerou.
Castanhão
Em fevereiro, o Castanhão chegou ao nível mais baixo desde que começou a encher em 2004, ficando com 4,93% da capacidade no dia 9. Do dia 11 de fevereiro em diante, começou a subir de volume até alcançar 6,09% no dia 5 de abril. Com pouca recarga, vem sofrendo diminuição constante no volume desde o começo de maio.

O açude é o maior do Ceará, abastecendo diretamente a RMF pelo Eixão das Águas. É para ele que as águas da transposição devem se destinar quando alcançarem o Ceará. “É a mesma coisa de você ter uma caixa d’água ligada com uma fonte permanente. Mas não temos um rio permanente no Ceará”, compara Ramon Rodrigues, secretário-adjunto dos Recursos Hídricos (SRH). Segundo ele, a expectativa é que o Governo Federal resolva pendências da obra para que as águas cheguem ao Estado no início de 2018.
Assim, a estratégia é utilizar as fontes disponíveis para abastecer o sistema metropolitano, que se beneficiou das chuvas de 2017, comenta Rodrigues. Poços na região de dunas do Cauípe e aproveitamento das barragens de contenção de cheias, como no Maranguapinho e no Cocó, são algumas destas saídas.
A tarifa de contingência para os consumidores da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) é outra ação a ser mantida, complementa o secretário-adjunto. “De 2014 para cá, houve diminuição do consumo (de água) da ordem de 20%. Isso precisa continuar e vamos pedir a colaboração da população para que tenhamos o uso racional da água”, declara Rodrigues. (colaborou Eduarda Talicy)

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