quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Não tem jeito? Bota fogo; não precisa nem pensar.

 

Estamos no Purgatório, no caminho que leva às nascentes do rio Camaragibe;  Consultando o dicionário da língua portuguesa descobrimos que Purgatório é: lugar de purificação da alma dos justos, antes de admitida na bem-aventurança; qualquer lugar onde se sofre por algum tempo; expiação, padecimento, sofrimento; Mas no Purgatório da fotografia o sofrimento é permanente até o FIM  para todas as formas de vida; é um vale espremido por duas pequenas serras de pedras, e no meio do vale uma riacho seco, ladeado por duas várzeas estreitas, única área onde se pode plantar alguma coisa (há  meia dúzia de coqueiros e cajueiros), mas que a engenharia do Homem criou salitre e cloreto de sódio, inviabilizando a agricultura, mesmo quando o inverno é bom. Se o Homem ocupou este lugar imaginando que era um "justo" buscando a purificação para a bem-aventurança, está justamente, pelo seu mal comportamento com os bens da natureza, se aproximando das trevas.
No meio do caminho para as nascentes do rio Camaragibe está o Purgatório, nome de uma localidade na Serra da formiga, na divisa de Riachuelo e Rui Barbosa; o cartão de visita do Purgatório é a torre de ferro do moinho, do cata-vento que puxava o lixo-líquido de um poço tubular, no chão, atravessado ao riacho seco, como se fosse uma ponte; mas por que a torre caiu, se foi instalada numa base de concreto, exatamente para que a enxurrada no riacho não a danificasse?  Durante a estação das chuvas sempre tem água corrente no riacho (da fotografia) tende em vista que o riacho está espremido entre duas elevações, terreno pedregoso, impermeável, de modo que com qualquer chuvinha tem água corrente no riacho, mas somente com um inverno rigoroso, acima de de 600 mm, a água da enchente do riacho chegaria na base da torre de ferro, mostrando que o engenheiro que projetou o poço tinha uma noção da possibilidade da enxurrada derrubar a torre de ferro, mas, como acontece com todas as obras de engenharia no Nordeste, o projetista, engenheiro não sabia que até 100m de profundidade no semiárido NE não existe ÁGUA, mas tão somente SALMOURA; à media que o cata-vento ia puxando a salmoura do fundo da terra, para cima, o sal-líquido ia destruindo TUDO, inclusive corroendo as hastes de ferro da torre, até que o sal comeu o a torre pelo pé, derrubando-a; Hoje o purgatório está empestado de Sal e salitre, graças a obra de engenharia criado por um técnico que passa 5 anos em uma Universidade, curso de 3º grau, para promover, por IGNORÂNCIA, essa desgraça.
Bacia hidrográfica do rio Camaragibe em Riachuelo-RN, a cerca de 6 km das nascentes principais; o formato curvo, íngreme e pedregoso da serra (da formiga) onde nasce o Camaragibe se transforma em um verdadeiro caldeirão na coleta de água das chuvas; as elevações que cobrem os municípios de Rui Barbosa, Riachuelo e Caiçara do Rios dos Ventos, são uma infinidade de modestas serras, serrotes aglomerados, assentados na direção  SUL/Norte, divisor de águas onde nascem vários rios modestos do RN, mas o rio Camaragibe é o mais beneficiado por estar localizado na depressão (vale) entre duas serras, aqui chamadas de serra da melosa e serra da formiga, om altitude inferior a 200m, e altitude relativa (com relação ás áreas circundantes) inferior a 100m; por ter as abas muito acidentadas, íngremes, e pedregosas (impermeável), grande parte da água da chuva precipitada escorre para as depressões, no caso os rios. Diferente das serras do sertão, as modestas serras do Agreste NE (faixa de terras com 50km - média - de largura que vai do RN a BA) não tem chã.

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