segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Entre a tajédia e a catástrofe não há espaço, e nenhuma tem volta


Da tragédia para a catástrofe já é meio caminho andado: um programa leva ao outro, e não há volta.
Em 514 anos de ocupação (e invasão) do território da Região Nordeste (aonde o Brasil nasceu) não tem sequer uma ação do Homem que possa ser lembrada como progresso, desenvolvimento sustentável; o NE que  tem as áreas mais diversificadas, física e ecologicamente (heterogênea) do Brasil não poderia receber os mesmos tipos de agressões ambientais; enquanto a zona da mata, com solo profundo de massapê, com um subsolo de argila com mais de 20m de espessura; que estando junto ao Mar recebe a umidade do Oceano; que teve a mata atlântica(zona da mata) com 1m³ de massa vegetal por m²; que recebia mais de 2.000 litros de água por m² ao ano; pontilhada de fontes de água que jorravam água ininterruptamente, mantendo todos os rios e riachos perenes, onde (segundo Pero Vaz de Caminha) "em se plantando tudo dá", coberta de matas e águas infindas; o sertão com sua caatinga, semiárido natural do NE porque não tem solo; o agreste com massa vegetal (nativa) de 0,5m³/m², a 70km do litoral, que recebia média de 700L/m² de água das chuvas, por ano, com solo de sedimentação de 1 a 2m de espessura, NÃO poderia ter ficado a mercê dessa cultura destrutiva, intelectualidade do Homem da pedra lasca, o que sobejamente comprovado em: a zona da mata NE secou, a oferta de chuvas foi reduzida em 60%, o solo massapê esgotou-se ou foi arrancado pelo envolvimento insustentável; a caatinga, 250.000 km² em 8 dos 9 Estados NE, semiárido natural VIROU deserto com 2 elementos naturais em desequilíbrio - solo e água; o agreste (da fotografia) virou semiárido, com  oferta de chuvas (média) reduzida para 300mm/ano, secando os lençóis de água subterrânea, ou ficando salgados por falta de suprimento da água DOCE das chuvas, Etc, Etc.
A construção de açudes, AÇUDAGEM no semiárido NE começou durante o 2º império BR, quando na oportunidade foi criada a Inspetoria de combate a seca, órgão do governo federal sediada no NE; até final do Século XX  foram construídos no NE (sem falar nas barragens do RSF, as hidroelétricas) mais de 20 mil açudes com capacidade de armazenar mais de 10.000.000 m³, cada um; na construção de um açude a engenharia leva em consideração dois fatores que dão o dimensionamento do açude: 1) oferta média de chuvas; 2) bacia hidrográfica do rio, riacho, rios e riachos que abastecem o açude; no caso do sertão NE os cálculos se baseiam em uma oferta média de chuvas de 500mm/ano; o sertão NE é a área da Terra que apresenta a maior densidade de rios, por conta da ondulação e impermeabilização do terreno dos 250.000 km² de caatingas; esses rios, que no Século XVIII eram temporários, ou seja, tinha água corrente no seu leito na estação chuvosa; a diferença, prática entre rio e riacho está no volume de água corrente, e na bacia hidrográfica, que em consequência tem largura, calha imposta por esses elementos; na prática os rios do sertão NE tem a partir de 50m de largura; a partir da década de 70 (1.970+), já por conta das agressões ambientais, com a agropecuária paleolítica NE, a oferta de chuvas vem caindo no semiárido, e hoje a média de chuvas no sertão é de 300mm; os açudes passam até 5 anos sem ter água corrente no seu leito - rio seco, ou semimorto; No caso do agreste NE, por ser uma área de 50.000 km² nos Estados RN-PB-PE-AL-SE-BA, separando a zona da mata e o sertão, com largura variando de 50 a 70 km, não existe rio nascendo, mas o agreste é cortado por centenas de rios que nascem no sertão NE, como é o caso do rio Potengi-RN que nasce no sertão RN, atravessa o agreste e a zona da mata; nesse rio (Potengi) há pelo menos 200 açudes (e os seus afluentes) mas apenas um está no agreste - o açude campo grande em São Paulo do Potengi-RN, que encheu pela última vez em 2.011, sem qualquer possibilidade de encher novamente até 2.019; MAS no caso do  pequeno açude, barreiro acima, no agreste RN, há mais de 100.000  só no  RN, encheu em 2.011, e sem qualquer possibilidade de encher até 2.019; o que queremos EXPLICAR é que com as atuais condições climáticas (artificiais, estipuladas pelas agressões), redução na oferta de chuvas, aumento da evaporação de água, a açudagem é perda de tempo, desperdício de  dinheiro; houve uma mudança brusca (em 40 anos) no clima do NE que o governo e a comunidade científica ainda não se deram conta; Ou evolui, ou a seca NE se expande por todo o Brasil;


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