Da
tragédia para a catástrofe já é meio caminho andado: um programa leva ao outro,
e não há volta.
Em
514 anos de ocupação (e invasão) do território da Região Nordeste (aonde o
Brasil nasceu) não tem sequer uma ação do Homem que possa ser lembrada como
progresso, desenvolvimento sustentável; o NE que tem as áreas mais
diversificadas, física e ecologicamente (heterogênea) do Brasil não poderia
receber os mesmos tipos de agressões ambientais; enquanto a zona da mata, com
solo profundo de massapê, com um subsolo de argila com mais de 20m de
espessura; que estando junto ao Mar recebe a umidade do Oceano; que teve a mata
atlântica(zona da mata) com 1m³ de massa vegetal por m²; que recebia mais de
2.000 litros de água por m² ao ano; pontilhada de fontes de água que jorravam
água ininterruptamente, mantendo todos os rios e riachos perenes, onde (segundo
Pero Vaz de Caminha) "em se plantando tudo dá", coberta de matas e
águas infindas; o sertão com sua caatinga, semiárido natural do NE porque não
tem solo; o agreste com massa vegetal (nativa) de 0,5m³/m², a 70km do litoral,
que recebia média de 700L/m² de água das chuvas, por ano, com solo de
sedimentação de 1 a 2m de espessura, NÃO poderia ter ficado a mercê dessa
cultura destrutiva, intelectualidade do Homem da pedra lasca, o que sobejamente
comprovado em: a zona da mata NE secou, a oferta de chuvas foi reduzida em 60%,
o solo massapê esgotou-se ou foi arrancado pelo envolvimento insustentável; a
caatinga, 250.000 km² em 8 dos 9 Estados NE, semiárido natural VIROU deserto
com 2 elementos naturais em desequilíbrio - solo e água; o agreste (da
fotografia) virou semiárido, com oferta de chuvas (média) reduzida para
300mm/ano, secando os lençóis de água subterrânea, ou ficando salgados por
falta de suprimento da água DOCE das chuvas, Etc, Etc.
A
construção de açudes, AÇUDAGEM no semiárido NE começou durante o 2º império BR,
quando na oportunidade foi criada a Inspetoria de combate a seca, órgão do
governo federal sediada no NE; até final do Século XX foram construídos
no NE (sem falar nas barragens do RSF, as hidroelétricas) mais de 20 mil açudes
com capacidade de armazenar mais de 10.000.000 m³, cada um; na construção de um
açude a engenharia leva em consideração dois fatores que dão o dimensionamento
do açude: 1) oferta média de chuvas; 2) bacia hidrográfica do rio, riacho, rios
e riachos que abastecem o açude; no caso do sertão NE os cálculos se baseiam em
uma oferta média de chuvas de 500mm/ano; o sertão NE é a área da Terra que
apresenta a maior densidade de rios, por conta da ondulação e impermeabilização
do terreno dos 250.000 km² de caatingas; esses rios, que no Século XVIII eram
temporários, ou seja, tinha água corrente no seu leito na estação chuvosa; a
diferença, prática entre rio e riacho está no volume de água corrente, e na
bacia hidrográfica, que em consequência tem largura, calha imposta por esses
elementos; na prática os rios do sertão NE tem a partir de 50m de largura; a
partir da década de 70 (1.970+), já por conta das agressões ambientais, com a
agropecuária paleolítica NE, a oferta de chuvas vem caindo no semiárido, e hoje
a média de chuvas no sertão é de 300mm; os açudes passam até 5 anos sem ter
água corrente no seu leito - rio seco, ou semimorto; No caso do agreste NE, por
ser uma área de 50.000 km² nos Estados RN-PB-PE-AL-SE-BA, separando a zona da
mata e o sertão, com largura variando de 50 a 70 km, não existe rio nascendo,
mas o agreste é cortado por centenas de rios que nascem no sertão NE, como é o
caso do rio Potengi-RN que nasce no sertão RN, atravessa o agreste e a zona da
mata; nesse rio (Potengi) há pelo menos 200 açudes (e os seus afluentes) mas
apenas um está no agreste - o açude campo grande em São Paulo do Potengi-RN,
que encheu pela última vez em 2.011, sem qualquer possibilidade de encher
novamente até 2.019; MAS no caso do pequeno açude, barreiro acima, no
agreste RN, há mais de 100.000 só no RN, encheu em 2.011, e sem
qualquer possibilidade de encher até 2.019; o que queremos EXPLICAR é que com
as atuais condições climáticas (artificiais, estipuladas pelas agressões),
redução na oferta de chuvas, aumento da evaporação de água, a açudagem é perda
de tempo, desperdício de dinheiro; houve uma mudança brusca (em 40 anos)
no clima do NE que o governo e a comunidade científica ainda não se deram
conta; Ou evolui, ou a seca NE se expande por todo o Brasil;
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