Post de Paulo
Severino Medeiros
A segunda (e provavelmente a última) Torre de Babel da Humanidade acontece no Terceiro mundo, já próximo do fim do mundo. Na Babilônia o TROÇO acabou com água; agora, com fogo da guerra Nuclear.
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A comunidade científica fez nesta quarta-feira sua mais dura crítica às negociações da COP30. Para alguns dos maiores especialistas em mudanças climáticas do mundo, o texto que os negociadores trabalham, o “caminho”, do jeito que está, não terá efeito algum. Advertiram que ele está desconectado da realidade do que é preciso para proteger as pessoas e toda forma de vida do planeta.
Reunidos no Pavilhão de Ciência Planetária, a área da científica oficial da COP30, na Zona Azul, os cientistas, dentre eles alguns dos maiores climatologistas do mundo, apresentaram uma declaração em que classificam de provocação as propostas de texto de roteiro ou caminho (do inglês roadmap) para a eliminação gradual de combustíveis fósseis e para o fim do desmatamento.
O texto afirma que os negociadores precisam entender que um caminho não é um workshop nem uma reunião de ministros. “É um plano de trabalho real, que mostra o caminho de onde estamos aonde precisamos chegar”, diz o texto.
A declaração foi entregue em mãos pelos cientistas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o climatologista Carlos Nobre, um dos coordenadores do pavilhão, o presidente Lula disse esperar que as recomendações dos cientistas sejam ouvidas pelos negociadores.
—Mostramos ao presidente o alerta da ciência. Deixamos muito claro. Zerar os combustíveis fósseis é algo que precisa ser feito até 2040, no máximo 2045. O outro mapa do caminho é zerar totalmente o desmatamento, a degradação e o fogo. Tudo isso precisa ser zerado — disse Nobre.
Ele anunciou ainda que, por solicitação da secretária executiva da COP30, Ana Toni, os cientistas do Pavilhão da Ciência Planetária criaram o primeiro Painel Científico para a Transição Energética. O painel já começou a ser desenvolvido e será lançado em abril, em Bogotá, durante uma conferência internacional sobre transição energética.
— O que está sendo negociado, por não contemplar o corte de emissões de gases-estufa, está totalmente fora da realidade do planeta e da urgência da crise climática — destacou John Rockström, que, com Nobre, coordena o Pavilhão.
No texto apresentado, eles explicam que o chamado orçamento do carbono (quanto foi emitido e quanto dizem se pode emitir) é a ferramenta de contabilidade para afastar a Humanidade e toda a vida na Terra do perigo. Tirá-lo do texto negociado “significa remover a realidade da COP”.
“A COP30 tem uma escolha a fazer: proteger as pessoas e a vida ou proteger a indústria do petróleo”, diz a declaração, assinada por Nobre, Rockström, Thelma Krug (presidente do Conselho Científico da COP30); Paulo Artaxo (USP), Marina Hirota (Instituto Serrapilheira), Fatima Denton United Nations University) e Piers Forster (Universidade de Leeds).
Na declaração, eles frisam que a curva global de emissões precisa cair já. E que é necessário chegar o mais próximo possível de emissões zero absolutas de combustíveis fósseis até 2040, no máximo até 2045. A curva global das emissões de gases de efeito estufa precisa começar a cair já em 2026, alertam.
Eles calculam que é necessário começar agora a reduzir as emissões de CO2 de fósseis em pelo menos 5% ao ano. “Isso precisa acontecer para que tenhamos alguma chance de evitar impactos climáticos incontroláveis e extremamente custosos, que afetem todas as pessoas no planeta”, advertem.
“Isso significa, globalmente, nenhum novo investimento em combustíveis fósseis, a remoção de todos os subsídios a esses combustíveis e um plano global sobre como introduzir fontes de energia renováveis e de baixo carbono de maneira justa, e eliminar rapidamente os combustíveis fósseis”, diz a declaração.
Os cientistas destacaram que “o orçamento de carbono remanescente está essencialmente esgotado”. Restaram apenas a 130 bilhões de toneladas de CO2, “concentração equivalente a três ou quatro anos de emissões globais na taxa atual”. Esse orçamento científico fornece a base para toda política climática séria, enfatizaram.
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Elizabeth Coutinho
Obrigada, Paulo, pelo seu alerta. Quando nao houver mais vida humana na terra, "ninguém " estará aqui para dizer que nao sabia..
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Iramaia Maia
Você é muito preciso qdo afirma que é fundamental por a mão na massa
Não é pouco o conhecimento que se tem acerca dos caminhos a seguir.
Preocupa que se não se vislumbra, por políticos e mercado, os ganhos imediatamente, o pé da atitude está sempre no freio, no "e se...talvez...".
Assim é tbm com a educação, nós que atuamos nesse âmbito sofremos igualmente.
Mas, bora seguir a marcha.
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Marcelo Ribeiro
Mestre Ailton Krenac vaticinou: a COP.30 está servindo cafezinho com petróleo. Como evento que congraça a comunidade ambiental planetária é maravilhoso, todavia os resultados práticos se afiguram pífios para enfrentar de fato a Emergência Climática.
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Claudio Alvarenga
Infelizmente, a distância entre a ciência e a política com os interesses inescrupulosos do capitalismo é simplesmente um abismo. 
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Flavio Feijo
Quanto lero-lero! O clima muda com os ciclos solares e orbitais. E sem óleo e gás voltaremos ao século 18, com arados e navios a vela.
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Djalma Rosa
https://youtu.be/HgIiqSBQuc0?si=iTUXqY6qd7DLltV8
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Djalma Rosa
https://youtu.be/HgIiqSBQuc0?si=iTUXqY6qd7DLltV8
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Silvia Muylaert de Araujo
Excelente, Paulo.
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