terça-feira, 15 de agosto de 2017

Doenças de zumbis

Cerca de 88% dos pacientes com desordens neurais tiveram zika vírusAdultos infectados pelo vírus apresentam encefalite, síndrome de Guillain-Barré e outras complicações neurológicas agudas, mostra estudo brasileiro

Por: Vilhena Soares - Correio Braziliense
Publicado em: 15/08/2017 08:30 Atualizado em:

Foto: Arte/CB
Foto: Arte/CB

A microcefalia é a primeira complicação neurológica associada ao zika. Não a única. Resultados de um estudo brasileiro demonstram a habilidade que tem esse vírus de causar danos diversos ao sistema nervoso. Os pesquisadores analisaram um grupo de 40 pacientes em tratamento devido a desordens neurais. Por meio de exames minuciosos, descobriram que 88% dos voluntários tinham sido infectados pelo patógeno pouco tempo antes da investigação. Publicado na última edição da revista internacional Jama, o trabalho serve de alerta para novos impactos da doença na vida adulta.

Participaram da pesquisa pacientes do Hospital Antônio Pedro, da Universidade Federal Fluminense (UFF), no Rio de Janeiro. O local é especializado no tratamento de indivíduos com doenças neuromusculares e neuroinfecciosas. O experimento foi feito entre dezembro de 2015 e maio de 2016. “O período de estudo incluiu apenas cinco meses, durante a temporada de verão, quando a transmissão de zika por mosquitos é mais pronunciada. Portanto, as taxas de incidência anual de complicações neurológicas associadas a esse vírus podem ser menores nos meses de inverno”, explicam os autores do artigo, que tem como autor principal Osvaldo José Moreira do Nascimento, professor da UFF.

Os 40 pacientes apresentavam enfermidades neurológicas distintas — 29 tinham síndrome de Guillain-Barré (GBS); sete,  encefalite; três, mielite transversal; e um, polineuropatia desmielinizante inflamatória crônica (Leia Para saber mais). Os voluntários foram submetidos a dois exames: de sangue e de análise do líquido cefalorraquidiano (presente no sistema nervoso). Pelos resultados, os cientistas constataram que 35 pacientes (88%) apresentavam evidências de infecção recente do zika vírus. Desses, 27 tinham GBS; cinco, encefalite; dois, mielite transversa; e um, polineuropatia desmielinizante inflamatória crônica.

Para a equipe de investigadores, os dados reforçam a suspeita de impactos do vírus além dos inicialmente constatados.  “Observamos uma tendência para o aumento da incidência de internações hospitalares para síndromes neurológicas agudas, incluindo GBS, encefalite e mielite transversa, em comparação à era pré-zika no Brasil”, ressaltam.

Apesar de algumas limitações da análise, como curto período de tempo e observações feitas em apenas um hospital, os pesquisadores acreditam que os resultados poderão ajudar no desenvolvimento de estratégias mais eficientes de combate ao vírus. “Um corte brasileiro feito em um único centro de saúde associou a infecção por zika a um aumento da incidência de um espectro diverso de síndromes neurológicas graves. Os dados também sugerem que testes sorológicos e moleculares usando amostras de sangue e líquido cefalorraquidiano podem servir como estratégia de diagnóstico alternativa menos dispendiosa nos países em desenvolvimento”, concluem.

Pistas rastreadas

Cláudia Barata Ribeiro, neurologista e fisiatra do Hospital Santa Lúcia, em Brasília, e presidente regional da Associação Brasileira de Medicina Física e Reabilitação, acredita que, apesar das limitações, o estudo traz dados importantes, principalmente por ter usado dois testes para rastrear pistas do vírus zika. “Nos dois exames, eles observaram a presença do IGM, o anticorpo que aponta se essa infecção aguda ocorreu. Esse anticorpo pode ser produzido apenas na ‘periferia’ e não ir para dentro do líquido cefalorraquidiano. Por isso a importância das duas análises. Se ele é visto nos dois, temos a certeza de que interferiu no sistema nervoso. Isso significa que ele atacou o sistema cerebral”, explica.

A médica também acredita que o método usado pelos pesquisadores poderá servir como base para diagnósticos mais completos. “Geralmente, realizamos apenas a análise do soro (sangue), que é o mais fácil, mas, com esse tipo de observação mais ampla, teríamos uma comprovação bem mais completa e confiável”, diz.

Palavra de especialista

Abordagem inicial
“A microcefalia é atualmente reconhecida como um dos resultados possíveis da síndrome de zika congênita. Os efeitos no sistema nervoso central ligados a essa enfermidade incluem atrofia cerebral, calcificações intracranianas, defeitos do tubo neural, entre outros. É extremamente importante compreender tanto o espectro quanto a frequência de doenças neurológicas induzidas pelo vírus zika. Esse artigo representa uma abordagem inicial para esse problema. Devido a fatores como o viés de referência (pequena quantidade de pessoas analisadas), um estudo como esse não pode determinar as frequências exatas da infecção do vírus zika em pacientes com as enfermidades examinadas, mas pode servir para ajudar a confirmar que esse vírus pode ser associado a tais síndromes”

Kenneth L. Tyle, pesquisador do Departamento
de Neurologia da Universidade do Colorado, em editorial publicado na revista Jama

Para saber mais

Desordens diversas
A síndrome de Guillain-Barré (GBS) é uma enfermidade autoimune, acontece quando o sistema imunológico ataca o sistema nervoso por engano, gerando inflamação dos nervos e fraqueza muscular. A polineuropatia desmielinizante inflamatória crônica ocorre de forma semelhante, mas a fraqueza persiste por mais de oito semanas. Já a encefalite é uma inflamação do cérebro causada quando um vírus infecta diretamente o órgão. No caso da mielite, há uma infecção ou uma inflamação da matéria branca da medula espinhal, parte do sistema nervoso que atua como ponte entre o cérebro e o resto do corpo.

Um comentário:

  1. A auto destruição da Humanidade por doenças que o próprio Homem cria, degradando; reportagem sobre doenças neurológicas em pessoas picadas por insetos (mosquitos) comuns no BR tropical, mas que evoluíram graças a manipulação nefasta dos ambiente, particularmente com a produção de venenos para atacar o mosquito que transmite o vírus causador da chicungunya, zica e dengue, filariose, maleita; a partir da dengue não só o mosquito hospedeiro evoluiu, como também o vírus; a dengue com o Aedes Aegypti já é antiga no BR; durante muitos anos a causa e o efeito da doença foram "tratadas" por tentativas e erros, sem nenhum acerto eficaz, e ao invés de inibir a ação do inseto, e curar a doença, todo mecanismo concorreu para potencializar a espécies de insetos transmissores, favorecendo a multiplicação, reprodução em ambientes que lhes eram desfavoráveis; inicialmente a febre e as dores da dengue se curava com ácido acetilsalicílico (AS), que depois passou a causar hemorragia; depois paracetamol, dipirona que se tornaram venenos, com efeitos colaterais mais danosos do que a dengue; por manipulação genética tentou-se castrar o mosquito, em vão; até as drogas repelentes na pele são desastres para o OME e benefício para a ação do mosquito. Antes o mosquito buscava a casa da gente por conta da água dos depósitos, caixas, limpa e parada, mas os insetos, hoje, preferem os esgotos à céu aberto, os "suspiros" da fossas putrefatas; nós, FEMeA que fazemos educação ambiental, divulgado no BR e no Exterior desde 1.994 fizemos um relatório em 1.990 mostrando que o mosquito da dengue e a muriçoça(mosquito que transmite a filariose - Recife-PE é a capital nacional da filariose, comum de Natal a Salvador) só procuram a cidade (inseto cidadão) devido a concentração de sangue (seu alimento, hematófago) de primatas - O Homem, e procuram as caixas d`água, as vasilhas domésticas, NÃO porque a água é limpa, mas porque é parada, e TEM muito alimentos para as suas larvas viverem quando os vos eclodirem: Embora na mentalidade doentia do OME o abastecimento urbano seja feito com água, na realidade esse líquido que vem dos açudes, das barragens, dos rios, dos lençóis subterrâneos é uma SOLUÇÃO química com muitos minerais e muita matéria orgânica de origem vegetal, animal e microrganismos, QUE SÃO ALIMENTOS micro e macro dos animais, e também de (outros) microrganismos; e se não bastassem tantos elementos estranhos à água, ainda botam cloro que é um mineral que entra na composição dos corpos vivos; segundo os técnicos, o CLORO é para tratar (água doente) a água, matando microrganismos,mas não elimina-se os corpos, que podem ressuscitar. Tudo de mais, ou de menos é prejudicial à vida; tudo o que mata insetos e microrganismos mata também a gente - é só uma questão de dose, ou de tempo. Para provar que os insetos não sobrevivem em água LIMPA H2O, mesmo parada, captamos a água da chuva, em baldes limpos, á céu aberto, que permaneceu assim durante dias, sem qualquer corpo visível na água CRISTALINA, inodora, incolor, sem lixo, sem derivados de petróleo, sem excrementos, sem barro, nem areia, sem minerais.

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