terça-feira, 18 de setembro de 2018

Ver de perto para contar DE CERTO.

sábado, 26 de janeiro de 2013

Educação ambiental científica.

80% do rio Camaragibe estão assentados em áreas ligeiramente planas; Aqui, a 45 km das nascentes, o Camaragibe arregaça  tudo, fracionando os lajedos em pedras, por vezes roladas, o que indica que não a forte correnteza, mas o volume de água é capaz dessa ação.
A ideia de se tomar o rio Camaragibe, em pauta, como modelo de destruição, não significa uma exceção, mas sim os moldes de destruição em todos os rios do semiárido NE, com a mesma sequência e as mesmas causas que vitimaram os rios: 1) desmatamento incondicional, intermitente da vegetação do cerrado, e ainda hoje desmatando-se a vegetação secundária para extração de lenha; No agreste RN restam menos de 5% de vegetação nativa, nas áreas de preservação habilitadas (mas não fiscalizadas) pelo IBAMA (e instituição correlata no RN), onde a exploração de lenha e estacas de cercas permanece, mas com menor grau.

Educação ambiental científica.

Rio Camaragibe a 45 km das nascentes, na localidade Caiçara dos Badecos Município de Santa Maria-RN; o Rio Camaragibe tem 9 km do seu corpo nesse município. Na fotografia a "passagem molhada" de uma estrada da malha municipal sobre o Camaragibe;Isto é, apesar dos 10 tubos de cimento de 1m de diâmetro é previsto que durante as enchentes o Camaragibe pode cobrir a estrada, daí o nome "passagem molhada"; mas como o rio Camaragibe está morto, significa dizer durante vários anos seguidos não tem água cobrindo a estrada. O desmatamento no agreste RN é progressivo, de modo que hoje se desmata vegetação secundária, concorrendo decisivamente para, entre outras agressões ambientais, secar as fontes de água, olhos d`água,  reduzir a oferta de chuvas, aumentar a temperatura ambiental e a evaporação de água do chão e dos corpos de animais, diminuir a umidade do ar; mas há outro elemento decisivo para matar o Camaragibe  construção de açudes no rio e nos seus (riachos) afluentes, como é o caso do açude Lagoa Nova em Riachuelo-RN, e o açude dos Bancos em Santa MARIA. Hoje é comum o Camaragibe passar 3 a 5 anos sem ter água corrente no seu leito, o que acontece quando a oferta de chuvas é inferior a 500mm ao ano, quando os açudes não enchem, não sangram; até 300L/m² de água das chuvas os açudes nem tomam água (não há água corrente); O rio Camaragibe está assentado em 5 municípios do RN : Rui Barbosa, Riachuelo, Santa Maria, São Pedro do Potengi e Ielmo Marinho; o Camaragibe despeja no rio Potengi, na divisa de Ielmo Marinho e São Gonçalo do Amarante.

Educação ambiental cintífica

Rio Camaragibe a 52 km das nascentes; dando continuidade as pesquisas no rio Camaragibe que nasce no povoado Xavier, Rui Barbosa, Agreste do RN, que tem 8,1k km dentro desse Município, e deságua no Rio Potengi, o RGN, a cerca de 78,3 km (de extensão), também agreste RN; O Camaragibe é o único rio que nasce no agreste RN e deságua no agreste, lembrando que a maioria dos rios do semiárido nordestino nascem no sertão. O agreste é uma estreita faixas de terras que separa a zona da mata NE do sertão NE, presente nos Estados RN-PB-PE-AL-SE-BA, que são os Estados do NE que têm zona da mata; o Agreste é uma zona de transição física e biológica entre a zona da mata e o sertão; o agreste RN é o mais estreito; tem cerca de 50km de largura entre Rui Barbosa e Ielmo MARINHO, de modo que para o corpo do Rio Camaragibe de 78,3 km caber no agreste foi preciso  fazer muitas curvas pelo caminho, mudando o sentido, ora S-N, ora N-L, ora N-NE; o pequeno rio Camaragibe já não é temporário como há 150 anos; é rio morto por contra das agressões ambientais descomunais proporcionadas pelo Homem; É temporário quando em determinada época do ano tem água corrente no seu leito, normalmente no tempo das chuvas; rio morto quando passa 3 ou mais anos sem ter água corrente no seu leito, mas em alguns casos, como o rio Potengi, morto por conta da injeção de lixo, esgotos; o rio Camaragibe tem mais uma "causa morte" - salinização. Antes da colonização do Agreste RN o Camaragibe tinha água corrente no seu leito durante as chuvas, mas no verão (sem chuvas) de 8 a 11 meses havia um filete de água (doce) corrente por conta das inúmeras fontes de água que afloravam na terra desde as nascentes, inclusive nos seus riachos afluentes, até a foz. A partir da ocupação intensiva do Agreste RN no Século XVII o desmatamento incondicional da vegetação de cerrado (verdadeiro cerrado brasileiro - ao pé da letra) para os campos de lavoura e de pastagem do gado, as fontes de água, que em alguns casos dar-se o  nome de "Brejos de Altitude" (diferente dos brejos de baixadas junto ao litoral RN, como é o caso das lagoas costeiras) começaram a
secar, desaparecendo, e modo que no Século XIX o rio Camaragibe só tinha água corrente no seu leito durante o período das chuvas, todos os anos,e mesmo assim a água que ficava empoçada no leito do rio, ou nos lençóis de  areia era água doce que criava peixes, que a fauna e o gado bebiam.

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