Educação ambiental.
O pé da algaroba; a planta estrangeira que não se adaptou totalmente ao semiárido NE, no ponto mais importante da plantas - as raízes. Como se ver na fotografia grande parte das raízes da árvore algaroba estão fora da terra, reduzindo sua estabilidade, sustentação. Uma das vantagens de ter raízes fora da terra, para alguns tipos de árvores do NE (não é o caso da algaroba, que é estrangeira), é ter acesso direto aos gases atmosféricos, água das chuvas, ventilação, luz solar; logicamente nem todas as raízes têm essas funções, que é o caso das raízes da algaroba; podemos acrescentar que as raízes da algaroba estão indevidamente fora da terra por uma agressão ambiental da agricultura paleolítica nordestina; a algaroba nasceu em um terreno de inclinação (menos de 5%) do cerrado, agreste RN, exatamente na área agricultável (roçado); a algaroba foi deixada em pé, pelo Homem, por 2 motivos: sombra, para se abrigar do Sol enquanto faz o lanche o bebe água da moringa; as vagens da algaroba são alimento para o gado; não planta (lavoura de milho e feijão) no chão, embaixo da sombra da copa da árvore, mas está sempre movimentando a terra na "limpa" do roçado, com enxada, ou arado da capinadeira; a cada ano de agricultura o solo (terreno inclinado) removido por essa agricultura perde 2 a 5 cm de espessura, areia levada pela erosão (da água das chuvas) para assorear os riachos, açudes, de modo que as raízes da algaroba vão aflorando com a perda de solo; nas área de várzeas, terreno ligeiramente plano, as raízes da algaroba não afloram, já que o terreno plano não sofre erosão, apesar da agricultura. Entretanto, as várzeas argilosa se transformam em geleia quando acontecem precipitações acima de 50mm em 24 horas, e assim o terreno plano da várzea escoa lentamente a água (para o rio, riacho), e as raízes da árvore algaroba não tem estabilidade para manter a planta de pé.
Educação ambiental;
A algaroba, árvore dos desertos das Américas, foram trazidas para o NE como forrageira do gado; por ser planta de clima árido, teve um salto de qualidade de vida no semiárido NE, podendo-se dizer que sua adaptabilidade ao NE é melhor do que na sua pátria; com 10 anos de vida uma algaroba atinge 20 a 30 m de altura; uma das deficiências da algaroba é que não tem a raiz pivô de sustentação, mas tão somente raízes laterais, rasas, que correm paralelas à superfície do terreno por muito metros; quando atingem altura de 10 m, ou mais, a pressão dos ventos doidões do semiárido bota a algaroba abaixo; na fotografia a algaroba foi arriada pelo vento, mas se mantém verde, reproduzindo-se com apenas algumas raízes enterradas no chão; as raízes da algaroba são seu ponto fraco no semiárido NE, o que significa dizer que não está perfeitamente adaptada.
Educação ambiental
Muçambê, caparidácea; o muçambê é uma leguminosa, e como tal usufrui da benesse do nitrogênio, principal nutrientes das plantas; está sempre verde, florido no semiárido, com vagens e grãos da reprodução; não tem tempo ruim para o muçambê; sua flor tem odor pouco agradável, e talvez por isso não se vê abelhas, nem outros insetos colhendo alimentos; o corpo é pegajoso: expele uma cera com odor desagradável; certamente uma forma de defesa e preservação; até aí, nada de extraordinário sobre essa planta que nasce em várias partes da Terra; mas no Nordeste o muçambê tem uma importância social: é usado pelas REZADEIRAS no mister de curar doenças, principalmente de crianças; As rezadeiras do NE colhem um galho fresquinho do muçambê, e com a mão direita (não poderia ser a esquerda?) movimenta o galho tocando primeiramente na testa do doente, desce para o peito, vai no ombro esquerdo e depois no ombro direito, movimento que forma uma cruz; enquanto durar a REZA o movimento de CRUZ se repete; a rezadeira vai observando o comportamento do galho de muçambê, identificando o tipo de doença de acordo com o tempo que o galho leva para murchar, podendo secar em poucos minutos se a doença tiver origem em "coisa feita, botada" - feitiçaria; de acordo com o comportamento do galho da planta a rezadeira sabe o sexo da pessoa que fez a bruxaria, mal olhado (olho grande), se a pessoa é jovem, ou velha, se é parente do doente, Etc. As rezadeira curam diarreia (ou caganeira), bucho inchado, espinhela caída, dor de dente, dor de cabeça, ou em qualquer outra parte; o mais curioso das rezadeiras do NE é que elas empregam as rezas propagadas pela igreja católica, mas só vão à Igreja no Natal , ou no dia de Ano; não sabem ler e portanto não tem acesso à Bíblia; segundo as rezadeiras existe as rezas PESADAS para tirar doenças causadas pelos espíritos maus; resta saber se as rezas teriam o mesmo efeito se não fosse o muçambê como instrumento de trabalho; Toda planta tem uma finalidade, no contexto da vida, mas usar muçambê como instrumento de cura psíquica não é natural.
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