segunda-feira, 23 de julho de 2018

Água DOCE e plantas, tudo a ver.





4)Elemento da flora/fauna. Água utilizada pela planta.
Em seção anterior, deste Veredicto, fizemos referência ao volume de água necessário para se produzir carne, leite, ovos, cereais, legumes, frutas, hortaliças que totalizam 1,450kg de alimentos para as 3 refeições diárias de uma pessoa adulta, com massa corpórea de 70 kg, que necessita de 2.300 calorias, além de vitaminas, sais minerais, Etc. Vamos ver, na prática, o volume de água doce para determinada planta produzir, lembrando que tudo o que o homem come vem do Reino Vegetal, inclusive os peixes do Mar.
No Veredicto 17 exemplificamos uma grande árvore frutífera (cajueiro ou mangueira) do semiárido, que tem uma massa vegetal de 17,46m³, que necessita para se manter alimentada e produzindo, de 87,3 litros de água doce por dia, ou 5 litros de água doce por metro cúbico de massa vegetal, que corresponde  a 31,9m³ de água doce por ano.
Essa água vem das chuvas, mas é captada do chão pelas raízes das plantas e algumas plantas colhem água do Ar Atmosférico. A água sai do corpo da planta: 1) na respiração; 2) na transpiração; 3)lançada no chão, pelas raízes, na ausência de umidade do solo para colher os nutrientes minerais.
Predominantemente as plantas colhem água das chuvas, mas também do AR através dos poros do caule, ramos, ou pelos estômatos das folhas.
As plantas escolhem o lugar para nascer e   viver de acordo com o clima, com as variáveis atmosféricas, particularmente com a oferta  de chuvas; com a redução na pluviosidade e com o aparecimento da água salobra/salgada as plantas do semiárido estão morrendo prematuramente, mas essa é uma situação nova; tem menos de 100 anos e foi criada pelo o homem, que tem a obrigação, o dever de mudar esse quadro e, para alcançar esse objetivo basta seguir a orientação científica do Veredicto. No caso da árvore que necessita de 31,9m³ de água por ano, mas a oferta de chuvas é de 500mm (meio metro) por ano, com estação chuvosa de 100 dias, a área de captação de água  doce das chuvas, para suprir as necessidades vitais dessa árvore, seria de 31,9:0,5=64m² aproximadamente. Isto é, para cada árvore com esse volume de massa vegetal o agricultor deveria reservar uma área de 64m² só para captar água das chuvas para ela, sem falar no espaço para o armazenamento dessa água, sem perda por evaporação ou infiltração no solo.
Porém a evaporação de água do solo, no novo clima do NE é de 5L/m² ao dia (pode ser zerada com tecnologia) inviabilizando, assim, a produção de alimentos com 500mm de chuvas.
Vimos a área destinada ao cultivo de árvores frutíferas, no semiárido, que seriam 50 a 100 árvores por hectare, 10.000m2:100= 1.000m2 de chão por árvore. Observa-se que as plantas nativas do semiárido (nas matas) obedecem a esse mesmo princípio: enquanto as gramíneas e relva estão juntinhas, as árvores estão distanciadas, entre si, em 10metros formando uma área de 100m², lembrando que também há concorrência, entre as plantas, de: luz solar, ventilação, umidade do Ar, fertilidade do solo.
Estes valores são essenciais na agricultura, mas não é o que acontece com a lavoura de subsistência de milho, feijão e mandioca do homem nordestino; essa lavoura imediatista e improdutiva representa uma verdadeira guerra do homem com os recursos naturais, e por isto não está dando “certo”.
 Para se cultivar um hectare de cana-de-açúcar, gramínea de extrativo (do caldo) permanente (periódico), na zona da mata NE, com exclusividade,  é preciso, na cultura em voga,  para essa lavoura se manter viva, com solo úmido durante os 180 dias do ano, da colheita (corte) ao porte de produção (180 dias), a oferta de chuvas de 1.000mm seriam 4.000 litros de água para uma área de 4m² e 10 kg de cana de açúcar In natura, 4.000L:180=22L/DIA, OU 22L:4m2= 5,5L/m2/dia.
Mas a estação chuvosa está reduzida para 120 dias por ano. Imaginando-se que durante a estação chuvosa de 120 dias (na zona da mata NE, hoje),  a água natural de 1.000mm das chuvas cumpre esse dever, restam  180 -120= 60 dias sem chuvas que deve ser  captada e armazenada, tal qual veio das nuvens e ainda, provocando, conforme foi explicado em outro Veredicto, os benefícios das chuvas.
Um hectare de terras tem 10.000m²; 10.000 m2 recebem, no mínimo, em 120 dias, e 1.000mm de chuvas, 1.000 litros por m2:120 dias=8Lm2/dia, ou 4 x 8=32 litros em 4m² de solo para 10 kg de cana de açúcar.
Em 10.000m2, com esse volume de chuvas, capta-se (durante os 1.000m de chuvas) 10.000m3 de água doce para AGUAR(não é irrigar), no verão, um hectare de cana-de-açúcar, na zona da mata. Em 60 dias de verão, sem chuvas, a cana de açúcar depende de água para o solo permanecer úmido; digamos que 10 kg de massa de cana, em 4m² de solo, 2,5kg por m2, tem 0,25m3(250 litros) por m2 de volume, e sendo 5L de água por m3 de massa vegetal, ao dia, seriam 1,25L de água por m² ao dia, ou 60 dias de verão vezes 1,25L/m2, ou 75L de água, equivalente a 75mm de chuvas; Esses valores não são aleatórios; são resultado de uma pesquisa de alta complexidade realizada por estudiosos responsáveis, comprometidos com a vida no sertão junto às margens do Rio São Francisco, a partir da premissa de que a água doce da Terra está acabando, e com ela, acaba a vida vegetal e animal.
Com 500mm de chuvas e agricultura em voga não produz cana de açúcar no agreste, nem no sertão NE.
A célula vegetal armazena e mantém até 65% de água; no caso da árvore de 17,46m³ de massa vegetal as células mantém 17,46x65:100= 11,349m³ de água; se durante o ano essa árvore necessita de 31,9m³ de água, 31,9-11,349= 20,41m³ destinados à atividade metabólica da captação de nutrientes minerais, respiração e transpiração, o que significa dizer que esses 20,41m³ de água determinam o ciclo da água  entre o vegetal, o chão e a atmosfera; parte dessa água evapora para formar as nuvens de chuvas – quanto maior a massa vegetal maior volume de água participa desse processo vital.
As  células variam esse teor hídrico de 65% de acordo com as condições ambientais, mas as variações ambientais estranhas a sua aclimatação provoca a morte da célula e consequentemente a morte da planta; a morte da célula pode ser natural, e neste caso é substituída por outra célula nova. Com a mudança do teor hídrico a célula aumenta ou diminui de tamanho: isotônica – a célula ganha água e cresce; hipotônica – a célula ganha água, naturalmente, para o metabolismo; hipertônica – a célula perde água por evaporações, transpiração excessivas; no primeiro caso a célula é flácida, no 2º caso é túrgida, no 3° caso é plasmolisada e, finalmente, murcha, seca, morre.
Algumas árvores e arbustos do semiárido liberam as folhas no verão, por caducidade, mas com a redução forçada no índice pluviométrico todas as árvores e arbustos liberam as folhas no verão, como forma de diminuir a dependência com a água (que não existe no chão), o que significa dizer que suas atividades vitais de fotossíntese, transpiração, respiração, circulação da seiva estão severamente comprometidas.
A sobrevivência do Homem nordestino depende, fundamentalmente, do conhecimento – ciência e consciência do que estamos expondo no Informativo O Veredicto.


3 comentários:

  1. Este texto transcrito de um dos VEREDICTO é uma verdadeira LIÇÃO de educação Ambiental Científica, ao mostrar com dados pesquisas; 1) volume de água, vital, utilizada no metabolismo e demais atividades biológicas de uma planta; 2) volume de água evaporada no solo do NE, que pode ser reduzida a zero, com tecnologia; 3) volume de água das chuvas para atender uma árvore de grande porte com mais de 17m3 de massa vegetal; volume de água doce necessário para se produzir 10kg de cana-de-açúcar em 4m2 de solo, em 180 dias; 4) o que nos permitiu elaborar um Projeto de Captação e Armazenamento das chuvas para o abastecimento urbano e produção de alimentos o tempo todo, com apenas 15% dos 500mm de chuvas, ou a 30% do volume mínimo de chuvas no semiárido (300mm); as fotos tem tudo a ver com a questão em foco.

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  2. Foto 1 - árvore de grande porte nas várzeas dos rios do sertão - Oiticica que pode viver mais de 100 anos, quando terá uma massa vegetal de mais de 20m3; foto 2) umbuzeiro com 70 anos de vida no cerrado do sertão NE;em tempo! Nenhuma das duas árvores sobreviveriam na caatinga do sertão, que recebe o mesmo volume de chuvas da várzea do rio e do CERRADO, porém não tem solo orgânico mineral, e por isso semiárido Natural do NE; ora, 20m3 de massa vegetal do umbuzeiro do cerrado do sertão necessita de 5L água por m³ de massa vegetal ao dia, seriam 100 litros por dia, e 365 x 100 = 36,5 m3 de água por ano; se a oferta de chuvas, mínima, for 300mm, ou 300L/m² ao dia, em estação chuvosa de 60 a 90 dias; 300:80dias = + ou - 37L/m²/dia; o ano tem 365 dias, e o umbuzeiro de 20m3 de massa vegetal necessita de 36.500L de água por ano, o que o umbuzeiro faz para disponibilizar de água ao alcance das raízes nos 280 dias de verão sem chuvas? Durante as chuvas de 300L/m² a planta teria que absorver e armazenar, em suas raízes, água de 36.500L: 300= 365:3= 122 m² de terra, ou seja, suas raízes enterradas deveriam ocupar uma área de 122m² para coletar água das chuvas de 300mm; nos 80 dias de estação chuvosa e solo úmido, a coleta de água, por intermédio das raízes do umbuzeiro é facilitada, mas nos 280 dias restantes do ano, as raízes deveriam disponibilizar (armazenar) 280 x 100= 28.000 litros, impossível de ser armazenado no caule, nos ramos, nas folhas e nas raízes do umbuzeiro de 20m3; o que fazer; o umbuzeiro, 1) libera as folhas para diminuir a dependência de água, o que significa dizer que as atividades metabólicas de fotossíntese, respiração, transpiração ficam reduzidas, e melhor, não libera água no chão seco para a coleta de nutrientes minerais; a oiticica da várzea (uma depressão do terreno) do rio dispõe de mais água do que o umbuzeiro do cerrado, com o mesmo volume de chuvas? O Umbuzeiro dispõe de recursos biológicos para armazenar água das chuvas (reserva) em suas raízes, o que a oiticica não tem; aproveitemos ESSES Ensinamentos dessas plantas, do sertão, que apesar da redução na oferta de chuvas, elaboraram mecanismos para se manter vivas, equilibradas, com 300mm (mínimo) de chuvas, e um verão seco de até 300 dias, quando se sabe que a flora e a fauna escolhem o lugar para nascer e viver de acordo com as variáveis atmosféricas do 4 Elementos da Natureza, dos quais, média de 600mm de chuvas ao ano; aqui a planta se tornou, de fato, o quinto Elemento da Natureza.

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  3. Ensinamento proporcionado pelas grandes árvores do sertão: Captando-se 15% dos 300mm, mínimo de chuvas, não haveria a seca, ou seja, 15% da área do sertão de caatingas de 500.000km2 são 75.000 km² em milhares de Projetos (3 e 4) de captação e armazenamento de água das chuvas para o abastecimento urbano e produção de alimentos; 75.000km² x 300.000m3 de água por km2 =
    22.500.000.000 - 22 bilhões e quinhentos milhões de m³ de água captados e armazenados por ano.

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