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O homem da terra – o vaqueiro e
sua vaquejada.
Em outro Veredicto mostramos o vaqueiro no
seu trabalho, no seu ambiente, no seu convívio social no Nordeste. O objetivo
didático do nosso trabalho Científico é mostrar o ambiente, a vida e o homem
nordestino; isto é diferente de dezenas de outros trabalhos literários que
mostraram de forma apaixonada (sem a razão) o vaqueiro na sua lida de vaquejar
o gado bovino do fazendeiro, seu patrão.
Por
causa da mudança climática ocorrida no Nordeste nos últimos 40 anos, já não
existe, hoje, fazendas de gado no sertão nordestino, se compararmos às fazendas
em outras regiões do Brasil.
No
sertão nordestino não há mais que 300 cabeças de gado em uma propriedade, na
época das chuvas, enquanto que no Centro-Oeste e Sudeste há fazendas com 20 mil
cabeças de gado. Hoje o criador de gado no sertão nordestino cuida do seu
pequeno rebanho com o auxilio dos seus familiares; não é vaqueiro, não emprega
vaqueiros.
Na
zona da mata baiana e no nordeste amazônico ainda há criadores com 1.000
cabeças de gado no seu plantel, mas também em extinção.
Nos
Séculos XVII e XVIII o sertão nordestino teve o maior rebanho bovino do Brasil,
na chamada Era do couro, e também da carne, do queijo. Eram fazendas com até
100 mil hectares de terras destinadas exclusivamente “a solta do gado”; todos
os dias os vaqueiros da fazenda faziam uma “corra” (campeavam) no rebanho e
periodicamente a vaqueirama da região se reunia em uma fazenda para festejar o
sucesso da criação de gado no sertão nordestino; Pasmem! O gado é criado à
solta nas caatingas, sem cercas.
Essa
reunião de vaqueiros acontecia mais de uma vez por ano, em cada fazenda, e uma
vez por ano para todas as fazendas de uma determinada área.
Uma
das atividades dessas reuniões era “ferrar”, marcar com ferro em brasa, o corpo
dos animais nascidos naquele ano, símbolo que identificava a “propriedade do
animal”.
Naquele
tempo não havia cartório para registro dessa marcas identificadoras de
propriedade e normalmente os fazendeiros fixavam suas marcas no caule de uma
árvore destacada no ambiente, enquanto alguns desenhistas especializados
registravam essas marcas em papel, sendo distribuída uma cópia com cada
fazendeiro presente à reunião, para que todos soubessem, guardassem as diversas
marcas (ferros), de modo a não haver duplicatas do desenho.
O
RN foi o Estado (ou província) do Nordeste, onde, proporcionalmente à área
territorial teve o maior rebanho bovino. No RN há dezenas de cidades e
municípios cuja denominação está relacionada com a criação de gado bovino.
Exemplo: Parelhas, Currais Novos, Pau dos Ferros, territórios predominantemente
de caatingas.
Dada
esta explicação sobre a criação de gado bovino, vamos para a vaquejada.
As
palavras vaqueiro e vaquejada são derivadas das palavras vaca + queijo, mas por
razões que desconhecemos omitiram na escrita a letra “i” de vaquejada; já seria
uma agressão á língua portuguesa; também não vamos pesquisar a sua origem já
que nos parece ser exclusividade do Nordeste Brasileiro. Há muita literatura –
prosa, verso, jornalismo, que tratam das vaquejadas do Nordeste, mostrando uma
festa, um divertimento, um lazer.
Na
realidade a vaquejada não é diferente das touradas na Espanha, dos rodeios dos
EEUU; a ideia é sempre a mesma: mostrar que o homem é mais forte e mais
inteligente do que o touro (vez por outro o touro mostra o contrário), onde
acontece todo tipo de agressão mútua.
A vaquejada agora é profissional – chamada de
circuito de vaquejadas; rola muito dinheiro e drogas.
Há
gente que vive exclusivamente da vaquejada e esse circuito de vaquejadas dura
meses e meses do ano; cada vaquejada dura de 3 a 5 dias, continuadamente dias e
noites.
Os
3 elementos envolvidos no espetáculo, além dos expectadores, são o touro(boi,
vaca), o cavalo e o homem(vaqueiro, cavaleiro). A corrida de vaquejada acontece
com um bovino, 2 eqüinos e 2 cavaleiros.
A
vaquejada é uma apologia ao uso de drogas, principalmente bebidas alcoólicas e
por isso a vaqueirama permanece “acesa” dias e noites. Dos 3 elementos da
vaquejada apenas o cavalo permanece raciocinando e tem algum descanso, porque
cada cavaleiro tem 2 ou mais cavalos treinados. A pista onde acontece a “derrubada”
dos touros tem cerca de 120m de comprimento e 60m de largura, com um curral em
cada uma das extremidades. A pista normalmente é forrada com areia para evitar
que o boi se desintegre na queda e, ocasionalmente o cavalo e o cavaleiro não
morram na queda.
O
parque de vaquejada é sempre fora do perímetro urbano da cidade e paralelamente
ou simultaneamente há outros eventos, particularmente o forró; há muita comida
e bebidas quentes e o ambiente se degenera social e moralmente; é um verdadeiro
pandemônio. As duplas de cavaleiros competem entre si; o touro parte de uma das
extremidades da pista, em direção a outra extremidade e os 5 elementos – touro,
cavalos, vaqueiros seguem em
transloucada carreira,juntinhos, como se fossem um sanduíche, com o touro no
meio, de modo a permitir que um dos vaqueiros pegue a cauda(o rabo) do touro,
enrole-o na mão e arraste-o para derrubá-lo, o que deve acontecer até uma faixa
transversal(marcada com cal) à pista; um dos vaqueiros faz a esteira, que
significa manter o touro apertadinho entre os cavalos, enquanto o outro
vaqueiro derruba o touro.
Quanto
mais violenta é a queda do touro mais significativa e espetacular, valendo mais
pontos para a premiação; as duplas de cavalheiros que fazem mais pontos vão
permanecendo na disputa, dias e noites, até chegasse a um total de 5 a 20
duplas que serão premiadas.
Muitas
vezes durante a derrubada do touro o vaqueiro arranca a cauda e por essa façanha é freneticamente aplaudido
pela valentia e heroísmo; para agredir o cavalo tem duas esporas(rosetas de
ferro) nos pés e uma chibata na mão.
Em
termos de violência e agressividade com a vida a vaquejada é semelhante ao
futebol, com uma diferença: no futebol os jogadores, dirigentes e torcedores
estão permanentemente em estado de agressividade porém o fazem prevendo os riscos e as consequências
e menos de 80% dos participantes estão drogados( álcool+) e na vaquejada tem o
touro e o cavalo (irracionais?) que são “usados” pelo homem; além disso,
vaquejada sem drogas não tem graça; muita aguardente tem de haver. O touro, o
cavalo e o vaqueiro estão em risco de vida permanente e por isto a vaquejada é
tão divertida. A vaquejada é uma brincadeira absolutamente estúpida; é a
involução de um povo que não conhece o
Deus do Amor e da Verdade.
O texto sobre a vaquejada foi extraído de um dos Informativos O Veredicto de nossa propriedade intelectual; estamos produzindo Informação ambiental, social, política, inédita, como forma de se adiar o apocalipse no NEBR,e consequentemente salvar o Brasil que caminha a passos largos para trás, na direção do FIM. Nada mais a comentar.
ResponderExcluirNB: o OME BR na sua estupidez política, social, administrativa, cultural se reflete claramente na violência, corrupção, sacanagem, omissão, irresponsabilidade; denegrindo os valores humanos, o OMEBR só se diverte agredindo física, e espiritualmente a si, aos seus semelhantes, fazendo com que mais da metade dos BR ajam como zumbis, gado drogado.
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