4)Elemento da flora/fauna da terra. Zona da Mata
Nordestina – ZMN.
O Brasil nasceu aqui; esta é a terra do
pau-brasil. O sertão de terras e matas infindas e, em que se plantando tudo
dar, nada mais é do que a visão que Pero Vaz de Caminha, teve, da ZMN, ao ver
de Porto Seguro, Bahia, terras férteis, vida exuberante, com Luz Solar, água,
solo e clima nas devidas proporções para se produzir todo tipo de alimentos
para o homem. Seria o paraíso terrestre na visão de um Ser Consciente: a ZMN
tem todos os ingredientes naturais para a profusão de todas as formas de vida.
A
ZMN já foi a maior produtora de cana-de-açúcar do Brasil, durante 400 anos,
devido o solo massapé de grande fertilidade, muita água doce de superfície
livre (rios, córregos caudalosos e perenes) e água doce subterrânea abundante.
Depois da Amazônia a ZMN é, no Brasil, a área que apresenta a maior
concentração de água doce; já teve mais de 100.000km², maior do que Portugal,
com suas extremidades em Ceará-Mirim-RN e na divisa das Regiões Nordeste/Sudeste,
com largura variando de 20km(RN) a 100km(BA).
Por
causa das agressões urbana e rural a ZMN encolheu e ficou mais estreita,
reduzindo-se para 90.000Km²(em 1.999), de modo que hoje, no RN, só há vestígios de ZM. O índice pluviométrico baixou, o solo foi
arrancado pelo arado do trator; os morros de massapé estão desaparecendo. A ZMN
é um trecho da mata atlântica que, no descobrimento do Brasil, ia do RN ao RS,
onde a vegetação, Fauna, o índice de
chuvas, a disponibilidade de água doce se assemelhavam em toda extensão.
A
partir de MG a ZM tem elevações com mais de 1.000m de altitude, com pedras, mas
do RN ao Estado BA só há morros de argila vermelha, roxa, com até 120m de
altitude. Praticamente não se vê lajedos e pedras na ZMN.
Uma terra com tantos recursos naturais, tantos
ingredientes para a vida, hoje tem o maior índice de desemprego, miséria,
doenças endêmicas e epidêmicas, marginalidade, prostituição; estudiosos tentam
explicar que a decadência da ZM foi causada por alguns fatores externos, a exemplo
da concorrência do mercado de açúcar; como fator interno apontam a
impossibilidade de se fazer lavoura mecanizada nos morros íngremes,
acidentados; mas é sabido que o consumo interno do açúcar foi sempre ascendente
e a cana-de-açúcar vem sendo usada para produzir outros insumos, a exemplo do
álcool, aguardente, rapadura.
A
realidade é que falta competência no Brasil para se fazer agricultura na ZM e
todo o processo agrícola levado a efeito, nos últimos 300 anos, só agravou o
problema.
O
Brasil não tem tecnologia própria e como a ZMN é sui gêneris, exclusiva, não há
como copiar tecnologia importada compatível com o relevo, o solo, o clima dessa
área.
Na
bandeira do Brasil Holandês ocupação da ZM de 1.630 a 1.654, tinha o símbolo de
5 Capitanias do Nordeste, 3 delas na ZMN: Pernambuco representado por uma moça
com um feixe de cana-de-açúcar nos braços(a moça representava as belas jovens
da Cidade Mauriceia, Recife de então);
Itamaracá um cacho de uvas; Paraíba um pão de açúcar.
O
RN tem ZM incluída na ocupação holandesa, mas na bandeira da Companhia das
índias aparece o índio Janduí, chefe dos janduís do vale do Açu, no sertão RN.
Por
causa da extensa e fértil zona da mata, Recife, ponto eqüidistante dos extremos
da ZM e domínio político, já foi a 3ª cidade do Brasil e a primeira do
Nordeste; Pernambuco foi chamado de “Leão do Norte” graças às riquezas da zona
da mata.
Se
a zona da mata morrer, finalmente, morrem com ela Pernambuco, Alagoas e
Paraíba.
Há
40 anos um cientista Pernambucano
chamado Barbosa Sobrinho descobriu que a decadência econômica da ZM tinha se
refletido no homem (e sua família) trabalhador da cana-de-açúcar, tornando-o
nanico de corpo e mente.
De
fato aconteceu uma atrofia no corpo e na mente; nos últimos 100 anos 70% dos
nordestinos sofreram uma redução na caixa craniana que varia de 100cm³ a
200cm³. O Grande Recife, hoje, é uma grande favela, onde os titulares favelados
são, na maioria ex-trabalhadores da cana-de-açúcar.
Em 1.972 Pernambuco tinha 92 indústrias moendo
cana-de-açúcar e beneficiando os insumos; no ano 2.000 estavam reduzidas a 13
indústrias; isto aconteceu também no RN, PB, AL e SE.
O
nordeste foi povoado (e ocupado) exclusivamente pelo português explorador
medieval do Século XVI, escravos africanos e índios; se a ZM tivesse sido
colonizada por outros povos, com certeza seria, ainda hoje, a terra prometida:
1)
água – inverno regular variando de 1.500mm a 2.000mm ao ano; a ZM é toda
forrada por um lençol de água doce subterrânea de grande espessura, a partir de
5m de profundidade; para cada hectare de terras existe pelo menos um caminho de
água corrente de superfície, o ano inteiro; em cada dobra do terreno, entre os
morros de argila, existia uma fonte de água jorrando de seca a inverno; por ser
uma região pontilhada de morros cercados de água por todos os lados, o
represamento da água dos córregos e rios se faz com toda facilidade.
2)Solo. O solo massapé é uma massa de argila
compacta, de porosidade microscópica, sem pedras, armazenador de nutrientes
minerais, imune à lixiviação de nutrientes e, com excelente cobertura vegetal
(nativa) torna-se resistente á erosão. Por ser compacto, sem pedras, é próprio
para a construção de represas (açudes), com pouca fuga (infiltração) de água.
3)
Luz Solar incidente na ZM (1º elemento da Natureza). Por ser parte da Região
Nordeste a ZM recebe uma dose de luz solar adequada para a fotossíntese das
plantas.
4)Ar
Atmosférico – direção e intensidade dos ventos, umidade, pressão atmosférica,
nitrogênio, oxigênio.
A proximidade
da ZM com o Mar é favorável à ventilação, à umidade do Ar, pressão atmosférica
acima de 1kg/cm²; os morros canalizam e impõem direção e intensidade dos
ventos; a vegetação exuberante de copa alta (nativa) mantém o equilíbrio desses
elementos atmosféricos, na área.
5)produção
de carnes e peixes. Por ter muita água doce, inverno favorável, verão ameno,
solo fértil e úmido, luz solar adequada a zona da mata é própria para a criação
de gado suína, caprina, ovina, bovino, búfalos e aves. Por dispor de água doce
corrente nos córregos e rios, permitir o represamento de água com lâmina
controlada, a ZM é própria para a criação de peixes e crustáceos de água doce.
A ZM tem vocação agrícola para fruticultura, hortaliças, cereais, legumes,
plantas de extrativos, criação de abelhas.
Com
uma pequena adaptação genética produz uva, pêra, maçã. É a terra do café,
cacau, e pode-se cultivar trigo; tem madeiras nobres nativas.
A
ZM foi contemplada, por Mãe-natureza, pelo que há de melhor em recursos
naturais, mas infelizmente o homem estabelecido desde o Século XVI, ignorante,
extravagante agrediu intensivamente o ambiente. Com a falência das usinas e
engenhos de moer cana-de-açúcar (por causa da morte da cana) as terras estão
sendo vendidas a preço de bananas, mas a ZMN ainda tem jeito; isto é, podem-se
restaurar o solo, o ambiente, o clima, com tecnologia racional, deferente da
estúpida “tecnologia” que provocou o desastre ambiental nos últimos 40 anos.
Dispomos
de “sugestão” tecnológica para o caso, que pode ser solicitada no endereço postal do cabeçalho do Veredicto.
Fotos e mapa da zona da mata NE;a ZMN está nos seguintes estados NE: RN, PB, PE, AL, SE, BA; o RN tem, hoje, menos de 2.000 km2 de zona da mata, totalmente descaracterizada a ponto de o governo e comunidade acadêmica ignorarem a existência dessa área, que há 200 anos era a mais úmida e fértil do RN. o Trecho que deu origem a essa postagem foi transcrito de um dos Informativos O VEREDICTO de nossa propriedade intelectual, e portanto é informação científica produzida por nós - FEMeA - Fonte Didática e Metodológica para a Ecologia e o Meio Ambiental da Região NE/92.
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