domingo, 29 de julho de 2018

ZMN - de paraíso a inferno, tendo o OME como instrumento.





4)Elemento da flora/fauna da terra. Zona da Mata Nordestina – ZMN.

   O Brasil nasceu aqui; esta é a terra do pau-brasil. O sertão de terras e matas infindas e, em que se plantando tudo dar, nada mais é do que a visão que Pero Vaz de Caminha, teve, da ZMN, ao ver de Porto Seguro, Bahia, terras férteis, vida exuberante, com Luz Solar, água, solo e clima nas devidas proporções para se produzir todo tipo de alimentos para o homem. Seria o paraíso terrestre na visão de um Ser Consciente: a ZMN tem todos os ingredientes naturais para a profusão de todas as formas de vida.

A ZMN já foi a maior produtora de cana-de-açúcar do Brasil, durante 400 anos, devido o solo massapé de grande fertilidade, muita água doce de superfície livre (rios, córregos caudalosos e perenes) e água doce subterrânea abundante. Depois da Amazônia a ZMN é, no Brasil, a área que apresenta a maior concentração de água doce; já teve mais de 100.000km², maior do que Portugal, com suas extremidades em Ceará-Mirim-RN e na divisa das Regiões Nordeste/Sudeste, com largura variando de 20km(RN) a 100km(BA).
Por causa das agressões urbana e rural a ZMN encolheu e ficou mais estreita, reduzindo-se para 90.000Km²(em 1.999), de modo que hoje, no RN,  só há vestígios de ZM.  O índice pluviométrico baixou, o solo foi arrancado pelo arado do trator; os morros de massapé estão desaparecendo. A ZMN é um trecho da mata atlântica que, no descobrimento do Brasil, ia do RN ao RS, onde  a vegetação, Fauna, o índice de chuvas, a disponibilidade de água doce se assemelhavam em toda extensão.
A partir de MG a ZM tem elevações com mais de 1.000m de altitude, com pedras, mas do RN ao Estado BA só há morros de argila vermelha, roxa, com até 120m de altitude. Praticamente não se vê lajedos e pedras na ZMN.
 Uma terra com tantos recursos naturais, tantos ingredientes para a vida, hoje tem o maior índice de desemprego, miséria, doenças endêmicas e epidêmicas, marginalidade, prostituição; estudiosos tentam explicar que a decadência da ZM foi causada por alguns fatores externos, a exemplo da concorrência do mercado de açúcar; como fator interno apontam a impossibilidade de se fazer lavoura mecanizada nos morros íngremes, acidentados; mas é sabido que o consumo interno do açúcar foi sempre ascendente e a cana-de-açúcar vem sendo usada para produzir outros insumos, a exemplo do álcool, aguardente, rapadura.
A realidade é que falta competência no Brasil para se fazer agricultura na ZM e todo o processo agrícola levado a efeito, nos últimos 300 anos, só agravou o problema.
O Brasil não tem tecnologia própria e como a ZMN é sui gêneris, exclusiva, não há como copiar tecnologia importada compatível com o relevo, o solo, o clima dessa área.
Na bandeira do Brasil Holandês ocupação da ZM de 1.630 a 1.654, tinha o símbolo de 5 Capitanias do Nordeste, 3 delas na ZMN: Pernambuco representado por uma moça com um feixe de cana-de-açúcar nos braços(a moça representava as belas jovens da Cidade Mauriceia,  Recife de então); Itamaracá um cacho de uvas; Paraíba um pão de açúcar.
O RN tem ZM incluída na ocupação holandesa, mas na bandeira da Companhia das índias aparece o índio Janduí, chefe dos janduís do vale do Açu, no sertão RN.
Por causa da extensa e fértil zona da mata, Recife, ponto eqüidistante dos extremos da ZM e domínio político, já foi a 3ª cidade do Brasil e a primeira do Nordeste; Pernambuco foi chamado de “Leão do Norte” graças às riquezas da zona da mata.
Se a zona da mata morrer, finalmente, morrem com ela Pernambuco, Alagoas e Paraíba.
Há 40 anos  um cientista Pernambucano chamado Barbosa Sobrinho descobriu que a decadência econômica da ZM tinha se refletido no homem (e sua família) trabalhador da cana-de-açúcar, tornando-o nanico de corpo e mente.
De fato aconteceu uma atrofia no corpo e na mente; nos últimos 100 anos 70% dos nordestinos sofreram uma redução na caixa craniana que varia de 100cm³ a 200cm³. O Grande Recife, hoje, é uma grande favela, onde os titulares favelados são, na maioria ex-trabalhadores da cana-de-açúcar.
 Em 1.972 Pernambuco tinha 92 indústrias moendo cana-de-açúcar e beneficiando os insumos; no ano 2.000 estavam reduzidas a 13 indústrias; isto aconteceu também no RN, PB, AL e SE. 
O nordeste foi povoado (e ocupado) exclusivamente pelo português explorador medieval do Século XVI, escravos africanos e índios; se a ZM tivesse sido colonizada por outros povos, com certeza seria, ainda hoje, a terra prometida:
1) água – inverno regular variando de 1.500mm a 2.000mm ao ano; a ZM é toda forrada por um lençol de água doce subterrânea de grande espessura, a partir de 5m de profundidade; para cada hectare de terras existe pelo menos um caminho de água corrente de superfície, o ano inteiro; em cada dobra do terreno, entre os morros de argila, existia uma fonte de água jorrando de seca a inverno; por ser uma região pontilhada de morros cercados de água por todos os lados, o represamento da água dos córregos e rios se faz com toda facilidade.

 2)Solo. O solo massapé é uma massa de argila compacta, de porosidade microscópica, sem pedras, armazenador de nutrientes minerais, imune à lixiviação de nutrientes e, com excelente cobertura vegetal (nativa) torna-se resistente á erosão. Por ser compacto, sem pedras, é próprio para a construção de represas (açudes), com pouca fuga (infiltração) de água.
3) Luz Solar incidente na ZM (1º elemento da Natureza). Por ser parte da Região Nordeste a ZM recebe uma dose de luz solar adequada para a fotossíntese das plantas.
4)Ar Atmosférico – direção e intensidade dos ventos, umidade, pressão atmosférica, nitrogênio, oxigênio.
A proximidade da ZM com o Mar é favorável à ventilação, à umidade do Ar, pressão atmosférica acima de 1kg/cm²; os morros canalizam e impõem direção e intensidade dos ventos; a vegetação exuberante de copa alta (nativa) mantém o equilíbrio desses elementos atmosféricos, na área.
5)produção de carnes e peixes. Por ter muita água doce, inverno favorável, verão ameno, solo fértil e úmido, luz solar adequada a zona da mata é própria para a criação de gado suína, caprina, ovina, bovino, búfalos e aves. Por dispor de água doce corrente nos córregos e rios, permitir o represamento de água com lâmina controlada, a ZM é própria para a criação de peixes e crustáceos de água doce. A ZM tem vocação agrícola para fruticultura, hortaliças, cereais, legumes, plantas de extrativos, criação de abelhas.
Com uma pequena adaptação genética produz uva, pêra, maçã. É a terra do café, cacau, e pode-se cultivar trigo; tem madeiras nobres nativas.
A ZM foi contemplada, por Mãe-natureza, pelo que há de melhor em recursos naturais, mas infelizmente o homem estabelecido desde o Século XVI, ignorante, extravagante agrediu intensivamente o ambiente. Com a falência das usinas e engenhos de moer cana-de-açúcar (por causa da morte da cana) as terras estão sendo vendidas a preço de bananas, mas a ZMN ainda tem jeito; isto é, podem-se restaurar o solo, o ambiente, o clima, com tecnologia racional, deferente da estúpida “tecnologia” que provocou o desastre ambiental nos últimos 40 anos.
Dispomos de “sugestão” tecnológica para o caso, que pode ser solicitada no endereço  postal do cabeçalho do Veredicto.


Um comentário:

  1. Fotos e mapa da zona da mata NE;a ZMN está nos seguintes estados NE: RN, PB, PE, AL, SE, BA; o RN tem, hoje, menos de 2.000 km2 de zona da mata, totalmente descaracterizada a ponto de o governo e comunidade acadêmica ignorarem a existência dessa área, que há 200 anos era a mais úmida e fértil do RN. o Trecho que deu origem a essa postagem foi transcrito de um dos Informativos O VEREDICTO de nossa propriedade intelectual, e portanto é informação científica produzida por nós - FEMeA - Fonte Didática e Metodológica para a Ecologia e o Meio Ambiental da Região NE/92.

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