sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Oficialmente abandonado, popularmente depredado.





2) Problemas e solução ambientais.

Patrimônio econômico, social e cultural, abandonado pelo poder público, e depredado pela população.

Com o intuito de resgatar o passado esquecido de Riachuelo-RN, vamos focalizar um patrimônio localizado neste município, que poderia ser restaurado para recompor a História e trazer divisas – emprego e renda para este Município carente, indigente. A idéia é aproveitar edificações antigas e prédios recentes da sede da Fazenda Lagoa Nova, que, com os recursos naturais disponíveis formam o ambiente certo para a instalação de um hotel-fazenda. A casa-grande da fazenda tem mais de 100 anos, com área de 300 m² e mais o sótão com piso de madeira. Em torno da casa-grande há outras casas antigas, 2 prédios novos com área superior a 800 m² cada um; tem água encanada (de Açu) e rede de energia elétrica de 220 v e 380 v. A área pertence ao assentamento rural de Lagoa Nova e está praticamente deserto; isto  é, a seca cultural afugentou  o Homem, a flora e a fauna. O açude lagoa nova, que inclusive aparece nos mapas geográficos, é o maior reservatório de água de Riachuelo e um dos mais antigos do RGN. O açude estar a 800 m da sede da Fazenda; tem capacidade para armazenar 400.000 m³ de água e o represamento de água cobre cerca de 10 hectares. A água desse açude é doce durante a estação chuvosa (recebe água das chuvas todos os anos); salobra 3 meses após a última chuva do ano; salgada 6 meses depois, imprópria para o consumo humano, mas excelente para o gado bovino(precisa do cloreto de sódio para eliminar excesso de outros sais na alimentação). Mesmo que o açude não sangre durante o ano, há sempre uma oferta de chuvas que varia de 300 mm ao ano a 1.000 mm ao ano. A água salgada inibe o crescimento e reprodução dos peixes de água doce existentes nesse açude e também não serve para irrigação de algumas lavouras. Há, entretanto, algumas fruteiras – melão da terra, coqueiros, adaptadas à água salobra; há também gramíneas, a exemplo do capim Panacicum monostachyum, que se desenvolvem muito bem em água salobra. Em torno do represamento da água e atrás da parede do açude há 300 hectares de várzeas desocupadas, as melhores terras agrícolas da área, que devem ser utilizadas no plantio de ração para alimentar o gado nos 7 meses de verão ou nos 10 meses de seca, ao ano. Para isto é preciso irrigar com água salobra do açude e água doce das chuvas. Há, de fato, uma forma racional de se armazenar a água doce das chuvas, sem o sal da terra/da água do açude.      

Outro aproveitamento é o lazer – banho, natação, passeio de barcos no açude. A área da fazenda Lagoa Nova passa dos 6.000 hectares, com 3 agrovilas (240 casas), várias lagoas(todas tomam água das chuvas e secam todos os anos), junto da BR 304, a 80 km de Natal; é uma área plana, excelente para o passeio à cavalo, bicicletas, carros...No RGN não há outro lugar tão bem localizado e estruturado para se estabelecer um hotel fazenda. Por falta dessa informação científica (deste texto) Lagoa nova faliu como fazenda de criação de gado bovino; faliu novamente com o plantio de cana-de-açúcar e usina de beneficiamento. O tipo de agricultura praticada aqui (e em todo Nordeste) é altamente nocivo ao clima já fragilizado. As famílias assentadas sobrevivem no programa fome zero. Assim não dá certo.

Um comentário:

  1. Propriedades abandonadas no agreste e no sertão RN; sonho durou muitos anos, mas se não estava estruturado na harmonia com as leis da Natureza, virou pesadelo; desastre.

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