2) Problemas e solução ambientais.
Patrimônio
econômico, social e cultural, abandonado pelo poder público, e depredado pela
população.
Com o intuito de resgatar o passado esquecido de
Riachuelo-RN, vamos focalizar um patrimônio localizado neste município, que
poderia ser restaurado para recompor a História e trazer divisas – emprego e
renda para este Município carente, indigente. A idéia é aproveitar edificações
antigas e prédios recentes da sede da Fazenda Lagoa Nova, que, com os recursos
naturais disponíveis formam o ambiente certo para a instalação de um
hotel-fazenda. A casa-grande da fazenda tem mais de 100 anos, com área de 300
m² e mais o sótão com piso de madeira. Em torno da casa-grande há outras casas
antigas, 2 prédios novos com área superior a 800 m² cada um; tem água encanada
(de Açu) e rede de energia elétrica de 220 v e 380 v. A área pertence ao
assentamento rural de Lagoa Nova e está praticamente deserto; isto é, a seca cultural afugentou o Homem, a flora e a fauna. O açude lagoa
nova, que inclusive aparece nos mapas geográficos, é o maior reservatório de
água de Riachuelo e um dos mais antigos do RGN. O açude estar a 800 m da sede
da Fazenda; tem capacidade para armazenar 400.000 m³ de água e o represamento
de água cobre cerca de 10 hectares. A água desse açude é doce durante a estação
chuvosa (recebe água das chuvas todos os anos); salobra 3 meses após a última
chuva do ano; salgada 6 meses depois, imprópria para o consumo humano, mas
excelente para o gado bovino(precisa do cloreto de sódio para eliminar excesso
de outros sais na alimentação). Mesmo que o açude não sangre durante o ano, há
sempre uma oferta de chuvas que varia de 300 mm ao ano a 1.000 mm ao ano. A
água salgada inibe o crescimento e reprodução dos peixes de água doce
existentes nesse açude e também não serve para irrigação de algumas lavouras.
Há, entretanto, algumas fruteiras – melão da terra, coqueiros, adaptadas à água
salobra; há também gramíneas, a exemplo do capim Panacicum monostachyum, que se
desenvolvem muito bem em água salobra. Em torno do represamento da água e atrás
da parede do açude há 300 hectares de várzeas desocupadas, as melhores terras
agrícolas da área, que devem ser utilizadas no plantio de ração para alimentar
o gado nos 7 meses de verão ou nos 10 meses de seca, ao ano. Para isto é
preciso irrigar com água salobra do açude e água doce das chuvas. Há, de fato,
uma forma racional de se armazenar a água doce das chuvas, sem o sal da
terra/da água do açude.
Outro aproveitamento é o lazer – banho, natação,
passeio de barcos no açude. A área da fazenda Lagoa Nova passa dos 6.000
hectares, com 3 agrovilas (240 casas), várias lagoas(todas tomam água das
chuvas e secam todos os anos), junto da BR 304, a 80 km de Natal; é uma área plana,
excelente para o passeio à cavalo, bicicletas, carros...No RGN não há outro
lugar tão bem localizado e estruturado para se estabelecer um hotel fazenda.
Por falta dessa informação científica (deste texto) Lagoa nova faliu como
fazenda de criação de gado bovino; faliu novamente com o plantio de
cana-de-açúcar e usina de beneficiamento. O tipo de agricultura praticada aqui
(e em todo Nordeste) é altamente nocivo ao clima já fragilizado. As famílias
assentadas sobrevivem no programa fome zero. Assim não dá certo.
Propriedades abandonadas no agreste e no sertão RN; sonho durou muitos anos, mas se não estava estruturado na harmonia com as leis da Natureza, virou pesadelo; desastre.
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