Sua Excelência – a Planta – o Vegetal-
tempo 4 e 5.
4) o lenhador do semiárido nordestino,
diferente dos lenhadores de outras partes da Terra.
O
lenhador em outros países é uma opção profissional, mas no semiárido pode ser a
única opção de sobrevivência, As árvores cortadas, predominantemente juremas,
leguminosas, estão adaptadas às novas condições climáticas; é vegetação
secundária; extrai-se a madeira para lenha para os fornos das padarias e das
olarias, mas também para se fazer carvão.
A jurema
cortada precisa de 5 a
10 anos para se recuperar dessa agressão. Com o desmatamento excessivo para se
fazer o roçado (a roça de lavoura de subsistência), o lenhador está cortando
galhos brotados de 4ª geração, com diâmetro inferior a 10cm.
O estado
de degradação do ambiente, refletido particularmente no clima hostil, causado
pelo desmatamento excessivo, é catastrófico – reduziu a flora, em espécie e
número, em 70% e conseqüentemente eliminou-se a fauna.
Se o
brasileiro fosse um povo ciente e consciente o desmatamento no semiárido já
deveria ter sido suspenso há 10 anos.
O homem
converteu a vida em dinheiro; assim acabou com a vida; não valeu a pena.
Nesse ritmo
de destruição a vida no semiárido deve ser extinta até o ano 2.050. O corte da
lenha é acelerar a morte da vegetação já agredida pelas novas condições
climáticas; é imediatismo burro que não compensa monetariamente – o dia de
serviço, de 8 horas, do lenhador e carvoeiro sai por 3 reais, insuficientes
para a alimentação e, nem só de pão vive o Homem.
5)Em
qualquer lugar da Terra(exceto, nos Oceanos) a fauna é, em número, porte e
variedade de espécies proporcional ao nível de cobertura vegetal, porque o
Reino Vegetal é produtor de alimentos; por outro lado o porte, variedade e
número de vegetais, em determinada área, depende do equilíbrio das variáveis
atmosféricas dos 4 elementos da Natureza – Energia luminosa e calorífica do
Sol, Ar Atmosférico(21% de oxigênio, 78% de nitrogênio+) solo orgânico mineral
e água no estado líquido(doce nas terras emersas e salgada nos Oceanos).
O semiárido
natural do Nordeste é apenas a caatinga, palavra indígena (não é científica)
que significa área de vegetação arbustiva (até 3m de altura, quando adulta)
dispersa, rala, clareiras com 2
a 8
quilômetros quadrados de área, ligeiramente ondulada,
não tem solo(de sedimentação), coberta de lajedos e pedras miúdas, irregulares,
cortantes, terreno impermeável à água e impenetrável pelas raízes(profundas)
das árvores. As árvores da caatinga estão, apenas, nas margens dos riachos temporários,
porque têm solo. Os arbustos da caatinga são (nomes populares) mufumbo,
pereiro, marmeleiro, velame que não passam de 3m de altura.
O cacto
predominante é o xiquexique; mandacaru e facheiro só nascem onde tem solo; a
coroa-de-frade e a macambira nascem junto dos lajedos ou em solo raso.
As
caatingas estão rodeadas de vegetação e solo de cerrado (hoje extintos,
eliminados).
O sertão
nordestino com 500.000km² é a área onde estão inseridas as caatingas, ocupando
50% dessa área. Sertão significa, literalmente, lugar longe do mar, afastado do
litoral.
No
restante do sertão nordestino estão 50.000km² de leito de rios (secos) e suas
várzeas; 70.000km² que fora ocupado pelos cerrados, 130.000km² ocupados pelas
bases das modestas (e inúmeras) serras.
A flora e
a fauna do sertão estavam adaptados às variáveis atmosféricas dos 4 elementos
da Natureza, à oferta de chuvas, ao relevo, e à estiagem de 9 a 11 meses que acontecia por
conta da ação de El Ñino, e deve se agravar com as agressões ambientais,
locais.
A
primeira estiagem prolongada foi de 1.877 a 1.879, quando 60% da vegetação nativa
tinham sido eliminadas, a chuva diminuiu e mudou a frequência de estiagem. Em 1.990 a flora do sertão
estava reduzida a 20% e a fauna reduzida a 6%.
A área
que antes era cerrado foi totalmente devastada, sendo hoje ocupada por
vegetação secundária de caatinga e, com o desmatamento a espessura do solo
(desprotegido) foi reduzida ou o solo foi extraído pela erosão.
O índio
caçava e pescava , diariamente, apenas o necessário para comer durante aquele
dia; com a colonização do sertão o português explorador e seu escravo
(africano) matavam os animais por diversão, armazenavam a carne dos animais
caçados (com sal) e empregavam armas de fogo.
O efetivo
indígena caçava também à noite no chamado facheio (com facho de luz) de aves e
pássaros, ou nas “esperas”, sobre as árvores, para caçar grandes animais
alvejados por flechas ou armas contundentes.
O pequeno
efetivo indígena do sertão estava limitado pela oferta de alimentos – caças e
peixes; os peixes estavam nas pequenas
lagoas que secavam durante o verão, mas no leito dos rios temporários existiam
os poços(escavados pelas enchentes)que permaneciam com peixes, de um ano para
outro.
Os rios
que hoje são temporários permaneciam com
um filete de água corrente durante o verão; hoje no sertão existem rios
que passam 3 a
4 anos sem receber água.
Existiam
também, até o final do Século XVIII, os chamados brejos de altitude que
alimentavam, com sua água, os rios do sertão.
Nas
terras emersas da Terra a vida vegetal é milhares (é bom reforçar, repetir essa
explicação, já que mesmo VERDADEIRA, é estranha na literatura mundial) de vezes
maiores do que nos Oceanos que ocupam(com a água) 2/3 da Terra, de modo que
grande parte do alimento dos animais dos Oceanos vai das terras emersas na água
corrente dos rios.
Em consequência
da degradação ambiental gerada com a eliminação da flora o clima do sertão
nordestino sofreu, nos últimos 100 anos, uma mudança que Mãe-natureza não teria
condições de fazê-lo em 10 mil anos.
O Homem
brasileiro destruiu o ambiente, mas não sabe consertá-lo; só lhe resta a morte
1) se desMATAR demasiadamente, seca rapidamente; 2) se secar demasiadamente, mata-se rapidamente; 3 e 4) o NE está secando, por culpa do OME, inclusive a zona da mara NE, o paraíso terrestre descrito por Pero Vaz de caminha; ainda há tempo para nos redimir, como Ser consciente, RACIONAL.
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