Neste contexto, as relações entre os homens e entre estes e a natureza têm sido presididas por uma racionalidade economicista, manifestando-se na exploração social (dos homens entre si) e ambiental (homem x meio ambiente). Em conseqüência, expande-se a degradação social, transformando pessoas em farrapos humanos, cuja existência se constitui um grosseiro simulacro da vida. A espacialização deste processo assume a forma de degradação ambiental, cuja feição mais intensa é a desertificação. Este fenômeno que se revela no desgaste dos solos, dos recursos hídricos, da vegetação, da biodiversidade, por conseguinte, da própria qualidade de vida, manifesta-se sobretudo nas regiões áridas e semi-áridas da Terra. Sobrepondo-se os indicadores sociais a estes recortes, constata-se que neles há uma expressiva concentração de pobreza e miséria, cujas razões não se fundam em fenômenos naturais, mas na trajetória histórica. “São mais de 1 bilhão de pessoas vivendo nas terras secas e utilizando, em termos gerais, sistemas produtivos de baixo nível tecnológico e totalmente descapitalizados” (PERNAMBUCO, 2001, p. 9), procurando sugar os escassos recursos na luta para subsistir.
Nos últimos decênios, a expansão e os impactos da desertificação despertaram a comunidade científica para a necessidade de se aprofundar os estudos sobre o tema e de formular políticas que tenham como objetivo atuar sobre os agentes desencadeadores e/ou minimizar seus efeitos.
As preocupações com a desertificação adquiriram proeminência, na década de 1930, em função da intensa degradação dos solos verificada no meio-oeste americano, conhecida como “Dust Bowl”, que atingiu uma área de 380.000 km². A ocorrência deste fenômeno motivou os cientistas a desenvolverem estudos e pesquisas neste campo e a identificarem tal processo como sendo o da desertificação.
Contudo, foi nos anos de 1970, quando o Sahel africano – região semi-árida abaixo do deserto do Saara - vivenciou uma grande seca resultando, entre outras conseqüências, na dizimação de mais de 500.000 pessoas de fome, que a problemática repercutiu mundialmente (MMA, [199-], p. 2-3). As precárias e dramáticas situações de vida da população africana, enredadas em secas, fome e guerras, já vinham chamando a atenção da comunidade internacional desde a década de 1960. Intensos movimentos migratórios e uma acentuada devastação ambiental pontilhavam o território africano, especialmente o Sahel, e sinalizavam para a conformação de um quadro sócio-ambiental resultante da associação entre pobreza, fome e destruição dos recursos naturais vitais como água, vegetação e solo. A leitura deste processo conduziu à interpretação de que se tratava do fenômeno da desertificação, cuja face ambiental manifestava-se pela destruição dos recursos naturais; a face econômica revelava-se pela redução da produção e da produtividade agrícola e a face social mostrava-se através do empobrecimento da população, expresso no aumento das epidemias e das taxas de mortalidade infantil. Desta constatação inicial, a comunidade internacional construiu um outro entendimento: o de que o fenômeno em pauta não se restringia à África, aparecendo nos demais continentes, mais especificamente nas regiões sob climas áridos e semi-áridos - sujeitos à seca. Neste sentido, a desertificação passou a ser considerada um problema de escala global e, como tal, tornou-se um tema recorrente na agenda das organizações internacionais.
Neste cenário, as Nações Unidas patrocinaram as iniciativas primeiras e de maior envergadura. Sob seus auspícios, em 1972, na Suécia (Estocolmo), foi realizada a Conferência Internacional sobre Meio Ambiente Humano, sendo abordada a catástrofe africana decorrente da seca (1967-1970) e dos problemas de desertificação. As proporções que a problemática assumiu foram fundamentais para que, nesta Conferência, fosse decidida a realização de um outro evento específico para abordar a desertificação.
Este ocorreu em 1977, no Quênia (Nairóbi), sob o título de Conferência das Nações Unidas sobre Desertificação, e resultou “na consolidação do tema a nível mundial”, sendo incluídas no cenário das discussões as regiões áridas e semi-áridas da Terra e questões pertinentes à relação entre pobreza e meio ambiente, além da decisão de se elaborar o Plano de Ação Mundial contra a Desertificação (MMA, [199-], p. 14-15).
Na seqüência dos eventos internacionais com repercussões sobre desertificação, sagrou-se a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, em 1992. A Rio 92 ou ECO 92, como ficou conhecida, representou um marco nas discussões e ações sobre o tema, tendo em vista a consolidação e aprovação de cinco documentos relacionados ao ambiente[1]: Carta da Terra, Convenção do Clima, Convenção da Biodiversidade, Declaração de Princípios sobre Florestas e Agenda 21. Este último é considerado por muitos ambientalistas como o principal documento assinado pelas autoridades mundiais nesse evento e conforme registra textualmente “está voltada para os problemas prementes de hoje e tem o objetivo, ainda, de preparar o mundo para os desafios do próximo século”.
Na Agenda 21, em seu Capítulo 12 (1997, p. 183), encontra-se sistematizada uma definição para o termo desertificação, assim expressa: “a desertificação é a degradação do solo em áreas áridas, semi-áridas e subúmidas secas, resultante de diversos fatores, inclusive de variações climáticas e de atividades humanas”. A degradação da terra é entendida como correspondente à degradação dos solos, dos recursos hídricos, da vegetação e da biodiversidade, significando, por fim, a redução da qualidade de vida das populações afetadas (MMA, 2004, p. 4). Como resultado da implementação da Agenda 21, merece ser ressaltada a sistematização e aprovação da “Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação nos países que sofrem seca grave e/ou desertificação, particularmente na África”- CCD, em vigor desde 26 de dezembro de 1996, que representa um progresso em termos de enfrentamento do problema em níveis nacionais e internacionais.
Um pedaço do grande TEXTO sobre desertificação no RN, que juntamente com 4 imagens do sertão RN, tentaremos desenvolver o título: Ponte (FEMeA) sobre a literatura (exposta no texto acima) oficial que não funciona (nem na prática e nem na teoria) e o problema (da seca e da desertificação) que só cresce; Na foto 1 a cena é de uma serra de pouca vegetação, e cinzenta, em em primeiro plano,na base da serra, árvores de grande porte, dispersas, e o terreno forrado com uma vegetação rasteira, mas, seca; na foto 2 o Cabugi com o pico totalmente NU, sem vegetação, e à medida que diminui a altitude chega-se à base da serra com vegetação, ora de caatinga, ora, de cerrado (desmatado), que cuja diferença seria: na caatinga de 0,20 a 0,02m³ por m² e no cerrado de 0,30 a 0,50m³ por m²; nas fotos 4 e 5 as cenas são de duas serras, também no sertão RN, onde a vegetação da serra é de cerrado, porém na base serra 3 a vegetação é de caatinga, com lajedos aflorados onde a vida é muito reduzida; na base da serra 4 a vegetação rasteira que se vê é densa, verde, cobrindo cada pedaço de chão. Imagina-se como seria confuso (e por isso mesmo nunca funciona) na literatura mundial definir-se, nessas 4 fotos, e, em cada uma delas, onde é deserto, semiárido; como explicar que deserto e semiárido, nessa falsa literatura, significa respectivamente deficiência úmida, e sub-umidade; na serra 1 há, por milhares de anos, escassez de solo e por isso a vegetação de caatinga caracteriza semiárido; no Cabugi não tem vegetação na serra e por isso caracteriza DESERTO; na serra 3 vegetação nativa de CERRADO e onde não há pedra aflorada nascem e crescem árvores de grande porte, no pé da serra lajedos aflorados, que entre as pedras cria-se SOLO, permitindo, neste caso, a criação de manutenção de árvores do porte das árvores da serra; na Serra 4 vegetação exuberante, de grande ciclo de vida (permanente), enquanto na base da serra está uma vegetação rasteira compacta, porém de pequeno ciclo de vida; na base da serra 3, com lajedos aflorados, está uma condição de DESERTO - pouca vegetação menor do que na caatinga da serra 1; na base da serra 4, resultado de desmatamento, está (mesmo verde por 150 dias ao ano) um semiárido; Como se pode observar nesta explicação científica de que a classificação de aridez, ou semiaridez está relacionada com o nível de cobertura vegetal observado, o que significa dizer que deserto no BR é artificial (exceto no monte Cabugi e nos lajedos); que semiárido natural somente as caatingas, e pasmem! Existe tecnologia amplamente divulgada (e de nossa propriedade intelectual) neste BLOG em que transformar, sem dispêndio de energia, e pouco esforço, e em curto prazo, os desertos em semiáridos, e os semiáridos em terras úmidas e férteis, desde que se disponha de 200mm de chuvas por ano, que seria de metade da chuva mínima precipitada por ano nessas áreas do RN; Isto é, sem dúvida, UMA PONTE entre a literatura vazia, distorcida, destrutiva transcrita, e o pequeno comentário de nossa propriedade intelectual.E PQP.
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