quarta-feira, 27 de junho de 2018

Açudes não são reservatórios, se não tem água.

  As principais bacias do Estado, a do Piranhas-Açu e a do Apodi-Mossoró, atravessam o recorte semi-árido e devido à escassez e irregularidade das chuvas associada à alta evaporação, que, provoca a perda de grande parte da água acumulada, apresentam rios intermitentes. O registro de rios perenes verifica-se apenas na faixa sedimentar costeira do litoral norte, que em função da existência de fontes, apresenta filetes d’água nos baixos cursos dos rios, e na faixa do litoral leste, onde a influência do clima úmido, responde pela perenização dos baixos cursos dos rios (IDEMA, 2004, p. 15).
Na Bacia Piranhas-Açu foram cadastrados 1.112 açudes, ou seja, 49,3% dos reservatórios existentes no Rio Grande do Norte. O volume de acumulação destes açudes corresponde a 3.503.853.300 m³  o que torna esta bacia responsável por 79,6% do volume acumulado no Estado (RIO GRANDE DO NORTE, [199-], p.21). Ocupa o 1º lugar em número de açudes e em volume acumulado. Somente a Barragem Engenheiro Armando Ribeiro Gonçalves apresenta uma capacidade de acumulação de 2.400.000.000 m³ de água, constituindo-se o maior reservatório norte-rio-grandense, tendo sido fator primordial à expansão da fruticultura irrigada no Vale do Açu.
A Bacia Hidrográfica Apodi-Mossoró coloca-se na 2ª posição em extensão no Estado (14.276 km²) e ocupa o 1º lugar quanto ao número de municípios que abrange (52). Em termos de açudagem, o Inventário do Espelho D’água Superficial do Estado do Rio Grande do Norte (IDEC, 1993, p. 24-68), registrando dados relativos aos reservatórios acima de 100.000 m³ em 1992, contabilizou 615 reservatórios que correspondiam a 27,4% dos açudes potiguares e totalizavam um volume de acumulação de 443.727.000 m³ de água, ou seja, 11,13% do volume acumulado no Estado. Dados da SERHID[9] sobre açudes com capacidade superior a 5.000.000 m³ informam que mais 04 reservatórios foram construídos - Passagem (Rodolfo Fernandes), Rodeador (Umarizal), Santa Cruz do Apodi (Apodi) e Umari (Upanema). No conjunto, estes novos reservatórios apresentam uma capacidade de acumulação de 921.155.650 m³ de água. Desta forma, é possível considerar que o volume de acumulação no recorte da bacia foi ampliado, passando para 1.364.882.650 m³ de água, sendo a Barragem de Santa Cruz do Apodi, com seus 599.712.000 m³, responsável por 43,93% desse total, e a de Umari, com 292.813.650 m³, por 21,45%.
A geologia do Rio Grande do Norte é basicamente formada pelo embasamento cristalino e estruturas sedimentares. O embasamento cristalino corresponde a formações geológicas que datam da Era Pré-Cambriana;  conformam terrenos antigos, formados por rochas resistentes como granitos, quartzitos, gnaisses e micaxistos, onde estão presentes minerais como scheelita, berilo, cassiterita, tantalita, ferro, micas, ouro, águas marinhas (turmalina), entre outros. Ocupa grande parte do sul e o centro-oeste do Estado, representando a sua formação geológica dominante. Caracteriza-se por apresentar baixa capacidade de infiltração/retenção de água que aliada à elevada evapotranspiração potencial e aos períodos de estiagem, são responsáveis pela intermitência dos cursos d’água. Os solos derivados dessas rochas são predominantemente rasos, com baixa capacidade de infiltração, alto escoamento superficial e baixa drenagem natural.
Seu doutô os nordestino têm muita gratidão
Pelo auxílio dos sulista nessa seca do sertão
Mas doutô uma esmola a um homem qui é são
Ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão
É por isso que pidimo proteção a vosmicê
Home pur nóis escuído para as rédias do pudê
Pois doutô dos vinte estado temos oito sem chovê
Veja bem, quase a metade do Brasil tá sem cumê
Dê serviço a nosso povo, encha os rio de barrage
Dê cumida a preço bom, não esqueça a açudage
Livre assim nóis da ismola, que no fim dessa estiage
Lhe pagamo inté os juru sem gastar nossa corage
Se o doutô fizer assim salva o povo do sertão
Quando um dia a chuva vim, que riqueza pra nação!
Nunca mais nóis pensa em seca, vai dá tudo nesse chão
Como vê nosso distino mercê tem nas vossa mãos

2 comentários:

  1. Abordemos em forma de ping pong tópicos do texto sobre a desertificação no RN que aponta a existência de milhares de açudes maior que 100.000 m3, comparando-se o texto cientifico sobre os açudes, e a música "vozes da seca" com o VÍDEO de nossa propriedade intelectual. No Vídeo um dos 2 milhões de unidades de barreiros (menor que 100.000m³) no semiárido, que no agreste e sertão do RN chega a 2 "reservatórios" por km2, nos 50.000 km²; no texto acima levou-se em consideração os reservatórios das grandes bacias (SECAS) hidrográfica, ou GRÁFICA - hídricas; foram considerados açudes com mais de 100.000m³ de capacidade de armazenamento (PORÉM,secos na maior parte do tempo; letra da música: "dê serviço a nosso povo, encha o rio de barrage"; no relatório científico fala-se muito em "volume acumulado"; de quê? Nessa primeira década do Século XXI todos os reservatórios do RN encheram nos anos (2.000) 2.004, 2.008, 2.009 e 2.011; entre 2.005,2.006, 2.007 nenhum reservatório com mais de 100.000m³ encheu, e 80% deles secaram; em 2.010 também não encheram; de 2.012 a 2.017 nenhum açude encheu, e mais de 90% deles secaram; em 2.018 os grandes reservatórios não encheram; significa dizer que em 2.001, 2.002, 2.003, 2.005, 2.006, 2.007,2.010, 2.012 2.013, 2.014, 2.015, 2.016, 2.017, 13 anos SEM reserva, SEM água estocada para o abastecimento urbano, e/ou para se produzir alimentos, mas choveu no mínimo, por ano, 300 milhões de litros de água por km²; letra da música: "dê cumida a preço bom, não esqueça a açudage"; a danação de açudes e barragens atingiu o clímax no chamado governo militar, quando foram construídos os grandes açudes, grandes reservatórios, incluindo o açude Armando Ribeiro Gonçalves, que foi planejado para abastecer seguramente (sem faltar água) 60% do RN durante 2.000 anos; como se pode observar no texto científico, na música "vozes da seca" SE NÃO EXISTE RESERVA DE ÁGUA, NÃO EXISTE RESERVATÓRIO; a açudagem foi a primeira FALSA ideia do governo e comunidade acadêmica BR para suprir a necessidade de água doce no verão seco, sem chuvas, e no ano de El niño quando a oferta de chuvas é, por conta da ação desse fenômeno natural, reduzida nessa área do NE, que já tem a menor oferta de chuvas do BR; é como se alguém estivesse doente, e ao invés de medicação, antídoto, o doente recebesse VENENO; Todos os anos chove, enquanto o primeiro El niño que permaneceu atuando, reduzindo a oferta de chuvas foi em 1.887,88, e 89; no Século XX o El niño além de ser mais frequente, periodicamente, se alonga por 3 ou mais anos em 1.971,72,73; 1.977,78,79; 1.991, 92,93, 95, 96, 97, 978, 99, inviabilizando qualquer ideia em voga para se captar água durante as chuvas e reservar água para o período seco; o mais grave é que com a redução na oferta de chuvas, com o aumento do período sem chuvas, outros vetores de redução de chuvas, e fuga da água da litosfera e hidrosfera foram gerados, concorrendo para o que o OME NE chama de seca, e/ou chama de desertificação; fica Claro que El niño que consiste do aquecimento de 1 a 5ºC em parte da superfície da água do Oceano Pacífico, junto à América do Sul,teve seu comportamento alterado, com a a periodicidade alterada(era de 5, ou de 8 anos), e ao invés de atuar durante 4 a 6 meses de um ano, permanece, hoje, por até 40 meses; há muita controvérsia sobre o El nino e até o apelido "o menino" que se referia a sua atuação a partir de dezembro (se prolongando por 4 meses do ano seguinte), data do nascimento de Jesus, já não obedece a essa regra.; dizia-se que o aquecimento periódico dessa parte da água do O. Pacífico se devia aos ventos soprados nessa direção pelos desertos secos e quentes da África; sabe-se, hoje, que esse aquecimento periódico se deve as atividades vulcânicas no leito Oceano.

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